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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Economista Jim O'Neill prevê crescimento de até 7% para o Brasil em 2010


Leandro Arndt: PIG ataca Lula até no horóscopo


Atualizado em 26 de fevereiro de 2010 às 22:51 | Publicado em 26 de fevereiro de 2010 às 22:48

A esperança venceu o quê mesmo?

Data estelar: Sol e Plutão em sextil; Lua quarto crescente transita por gêmeos. Enquanto isso, aqui na Terra, o grande mal de anos de governo viciado em crimes impunes é ter difundido desânimo e desencanto nas pessoas idealistas que com tanto ardor apostaram no último reduto de suas esperanças. A propaganda de que a esperança tinha vencido o medo foi de encontro à realidade em que o crime saiu vitorioso sobre as instituições democráticas. Esse não é um fenômeno regional, é toda uma tendência histórica cuja maior ameaça é as pessoas idealistas entregarem de vez suas vidas, desistindo do esforço que continua necessário para que o ponto de mutação se torne concreto. A desistência seria ainda mais nefasta do que tudo que foi testemunhado até aqui, porque disseminaria o mal por várias gerações futuras.

(Jornal Correio Braziliense, 22 de fevereiro de 2010, caderno Hora Livre, p. 2, coluna “horóscopo”, por Oscar Quiroga)

por Leandro Arndt,em seu blog

Fiquei estupefato quando um amigo meu me mostrou isso. Não sabia se desatava a rir com tantas bobagens, ou se ficava com raiva de tamanha manipulação. É hábito comum falar em blogues sobre nosso infame PIG, Partido da Imprensa Golpista — algo que procuro não tornar o centro das minhas postagens, e que entretanto por vezes se torna necessário.

Mas, o que mais me impressionou não foi, a princípio, o uso de um “horóscopo” para falar mal do governo Lula (a frase que destaquei não deixa margem a qualquer dúvida). Espero qualquer coisa do PIG. O que me impressionou foi fazerem isso justamente num jornal brasiliense no momento em que o governador do Distrito Federal está preso, às vésperas da renúncia do vice-governador e da posse de um íntimo aliado do governador-detento, tudo em virtude de um grande esquema de corrupção que esse mesmo jornal tentou encobrir, como já foi fartamente comentado na blogosfera. Sim, o Correio Braziliense, que, quando foi deflagrada a operação Caixa de Pandora pela Polícia Federal, disse que houve busca e apreensão no “gabinete anexo” à residência oficial do atual governador-detento, como se não fosse esse o gabinete do próprio governador na residência oficial do governo do Distrito Federal (GDF). A princípio foi isso que me chocou. Em seguida, veio simplesmente a estupefação pela volta à propaganda serrista das eleições de 2002: “Eu tenho medo!”, como já dizia a Regina Duarte. Foi daí que a esperança venceu o medo, e venceu tão fragorosamente que o medo está com medo de voltar a concorrer com a esperança em 2010.

Espero qualquer coisa do PIG, já disse. Mas, afinal, o que ficou após a leitura do “horóscopo” foi uma impressão diversa das anteriores: o vislumbre de uma campanha midiática, já desatada há muito tempo, de volta à guerra fria. Ontem mesmo falavam da morte de um preso em greve de fome em Cuba, sem falar de Guantânamo, das prisões secretas americanas, das guerras sem-fim que esse país promove mundo afora. Não falavam também das valas-comuns na Colômbia, em que milhares de “falsos positivos”, pessoas comuns, mortas e apresentadas como guerrilheiros, foram enterrados. Não, falavam que Lula visitou Fidel e Raul Castro no dia seguinte à morte de um preso em Cuba — e reparem como a morte de um preso em Cuba dá notícia! Quando da Conferência Nacional de Comunicação, o PIG estrepitosamente indundou nossas casas com a grita anticomunista que insistem em tirar do armário. Quando o governo propôs a Ancinav, a mesma coisa, pela simples possibilidade de a Ancine ter uma substituta com mais atribuições. Os exemplos dessa grita são muitos.

A diferença é que, dessa vez, o medo foi implantado no horóscopo. Não acredito que isso tenha mudado o dia de muita gente — mesmo os mais supersticiosos devem ter tido um dia feliz com mais uma postergação da libertação do governador-detento do Distrito Federal. Mas, isso lembra os tempos sombrios da ditadura civil e militar no Brasil, com a qual os jornalões colaboraram ativamente, mas durante a qual alguns jornalistas ainda podiam ousar esconder notícias reais em lugares às vezes inusitados. O que me assombrou mesmo foi ver uma crítica desvairada ao governo Lula ser publicada num hosróscopo, como se precisasse ter sido escondida da censura ou de alguma “tropa de choque” lulista. Pode ter sido um mero rompante astrológico do autor da coluna, mas não duvido que alguém, se apercebendo da existência desse arroubo, venha a dizer que, sob o governo Lula, a imprensa teve de esconder a realidade em “horóscopos”, “receitas de bolo” ou “previsões do tempo”. Quem sabe, inspirando-se nisso, Miriam Leitão, William Waack, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi e outros passem a ser “astrólogos”, “chefs”, “meteorologistas”, e sabe-se lá o que mais — ao menos nos livrariam de seus comentários econômicos e políticos. Mas, sei de uma coisa: assim como a blogueira Yoani Sanchez é a prova cabal da liberdade em Cuba, essa coluna política do Correio Braziliense e os horóscopos desses últimos comentadores são a prova cabal da democracia no Brasil. Talvez sejam até mais: a prova cabal de uma ditadura que não é de governos, mas de opiniões — de algumas opiniões.

O PIG no seu inferno astral



sábado, 27 de fevereiro de 2010

Privatizações à moda tucana


26/02/2010 13:12:37

Mino Carta

Basta que Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República recém-ungida por Lula, faça referências bastante genéricas à natural, inescapável relação entre Estado e Economia, e de pronto o deus nos acuda se estabelece. Quem acompanha a cobertura jornalística, quem lê os editoriais dos jornalões, fica exposto à sensação (à certeza?) de que, se Dilma ganhasse as próximas eleições, o Brasil cairia nas mãos da horda estatizante.

Mauricio Dias, em sua Rosa dos Ventos, agudamente avisou, faz duas semanas, que a divergência quanto à correta interpretação do papel do Estado nos domínios econômicos acabaria por excitar cada vez mais o debate eleitoral. Pois a questão está posta, e ganha tons exasperados, e até anacrônicos, na convicção medieval de que aos barões cabe a propriedade de tudo.

Nesta edição, o confronto já esboçado está na capa. Aqui me agrada recordar certas, fundamentais circunstâncias em que se deram as privatizações celebradas como trunfo do governo de Fernando Henrique Cardoso, entre elas, em primeiro lugar, o desmantelamento da velha Telebrás, leiloada para uma plateia de barões à sombra do martelo de um punhado de extraordinários leiloeiros.

Final de 1998, FHC já reeleito, mas ainda não empossado, para o segundo mandato. Operação entregue aos cuidados do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, de André Lara Resende, presidente do BNDES, de Ricardo Sergio de Oliveira, diretor do Banco do Brasil. Entre outros menos qualificados. Grampos variados acabaram por revelar o pano de fundo de uma bandalheira sem precedentes na história pátria.

Foi uma orgia de fitas. Em sua reportagem de capa da edição de 25 de novembro de 1998, CartaCapital dizia: "Fala-se em 27, mas certeza só tem quem participou dos grampos". Ilegais, obviamente, e desde o início do ano destinados a ouvir as conversas do próprio Luiz Carlos Mendonça de Barros, que ainda estava na presidência do BNDES. O que movia os grampeadores, adversários de Mendonção, era buscar as razões da vertiginosa ascensão da Link Corretora de Mercadorias Ltda., dos filhos do grampeado: em quatro meses de atividade tornara-se a terceira operadora no ranking do Índice Bovespa Futuro. "Cerca de 40% desse índice – sublinhava CartaCapital – era composto por ações da Telebrás, empresa sob o comando do presidente do BNDES."

O cerco a Mendonção prosseguiu mesmo quando ele se mudou para o Ministério das Comunicações, e ali, no seu gabinete, as gravações mais significativas, relativas ao leilão da Telebrás, foram executadas entre 21 de julho e 21 de agosto de 98. O próprio governo, pego no contrapé, cuidou de divulgar uma versão da fitalhada, com cópias generosamente fornecidas às semanais Veja e Época. Cópias amplamente manipuladas, para provar a lisura dos comportamentos das figuras governistas chamadas a conduzir a privatização do sistema. Ocorre que outros ouvidos entraram em cena, e tiveram acesso a largos trechos cancelados nas versões oficiais. Os ouvidos de Luiz Gonzaga Belluzzo e do acima assinado, que participaram de uma audição especial, e do então redator-chefe, Bob Fernandes, privilegiado em outra ocasião.

Cito algumas passagens edificantes, que não figuravam nos textos de Veja e Época. De Mendonção para o irmão José Roberto: "O negócio tá na nossa mão, sabe por quê, Beto? Se controla o dinheiro, o consórcio. Se faz aqui esses consórcios borocoxôs são todos feitos aqui. O Pio (Borges, vice-presidente do BNDES) levanta e depois dá a rasteira". De Mendonção para André Lara Resende, novo presidente do BNDES: "Temos de fazer os italianos na marra (Telecom Italia) que estão com o Opportunity (...) fala para o Pio que vamos fechar (os consórcios) daquele jeito que só nós sabemos fazer". De André Lara Resende para Persio Arida, sócio de Daniel Dantas no Opportunity: "Vá lá e negocia, joga o preço para baixo, depois, na hora, se precisar, a gente sobe e ultrapassa o limite".

As pressões chegam ao clímax, e Mendonção propõe: "Temos que falar com o presidente". E Resende: "Isso seria usar a bomba atômica!" E ele a usa: "Precisamos convencer a Previ", recomenda a FHC. A Previ poderia prestar-se ao jogo, como se prestou no caso da privatização da Vale do Rio Doce. O fundo, contava Carta-Capital na reportagem de capa assinada por Bob Fernandes, "parecia compor-se com o grupo capitaneado por Antonio Ermírio de Moraes, à última hora bandeou-se para a nau pilotada por Benjamin Steinbruch". Na manobra para enredar a Previ no caso do leilão da Telebrás, foi decisiva, segundo os trechos omitidos das versões oficiais, a pronta colaboração de Ricardo Sergio, o diretor do Banco do Brasil.

Tal é o bastidor das privatizações à moda nativa, ou melhor, tucana. Ou fernandista, se quiserem. A trupe dos privatizadores abandonou a ribalta faz bom tempo, mas não é arriscado imaginar que viva dias pacatos. O mais ostensivo, no seu bem-bom, é André Lara Resende, hoje dono de uma quinta em Portugal. Devotado aos esportes equestres, freta aviões para importar seus cavalos.

Fonte: Carta Capital

Remédios por juros

Sem alarde e com um grupo reduzido de técnicos, coube a um pequeno e organizado órgão de terceiro escalão do Ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Auditorias do Sistema Único de Saúde (Denasus), descobrir um recorrente crime cometido contra a saúde pública no Brasil. Em três dos mais desenvolvidos e ricos estados do País, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, todos governados pelo PSDB, e no Distrito Federal, durante a gestão do DEM, os recursos do SUS têm sido aplicados, ao longo dos últimos quatro anos, no mercado financeiro.

Matéria na integra

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Momento de meditação



Engraçado, me lembra alguem....

Censurada capa da revista 'Mad' com Dilma

Matéria da Folha de São Paulo reproduzida no Blog do Noblat

Com seu típico tom de deboche, a revista "Mad" gerou polêmica na edição 23 (de fevereiro) não pelo que publicou, mas pelo conteúdo censurado.

No blog da revista (mad.blogtv.uol.com.br) foram divulgadas duas capas sobre o filme "Avatar". Uma delas, a que ninguém viu nas bancas, levava a cara da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) emendada ao corpo do "Thanator", o temido predador criado por James Cameron no reino 3D de Pandora.

"Exclusivo: revelamos sem medo de repressão a capa censurada da Mad 23", dizia o texto do blog, estampado entre as duas capas.

No desenho, quem segurava as rédeas da criatura era "Lulavatar, o Mico do Brasil".

Os burburinhos cibernéticos sobre uma possível censura do governo levaram a editora Panini, responsável pela publicação, a divulgar a seguinte nota: "Com relação à questão da capa da edição 23 da revista "Mad", as decisões sobre a publicação das capas fazem parte de processos internos da empresa, não se tratando de qualquer tipo de censura ou veto".

A polêmica foi retirada do blog. Permaneceu o traço humorado do cartunista Guabiras, com Dilma como avatar e Lula operando uma máquina: "E se o Avatar invadisse o Brasil... o presidente Lula estaria finalizando o processo de criação do seu clone pra candidatura das próximas eleições".

(Comentário meu: Às 4h04 de hoje haviam sumido do blog os desenhos de Dilma e de Lula. )


Veja a capa rs....





esta é a nossa imprensa de manipuladores a manipulados...gargalhadas

Tá dificil...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fim do cadastro de reserva


O Globo
Agência Senado

BRASÍLIA - A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou o projeto de lei que proíbe a realização de concurso público exclusivamente para a formação de cadastro de reserva. A proposta, de autoria do então senador Expedito Júnior (PR-RO), ainda será examinada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da casa, em decisão terminativa. Na próxima segunda-feira, dia 1º de março, serão abertas as inscrições da seleção do Banco do Brasil que visa a formar cadastro de reserva do cargo de escriturário em quatro estados.

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A breve historia do dinheiro



Nem leis, nem justiça



Em Portugal, na aldeia medieval de Monsaraz, há um fresco alegórico dos finais do século XV que representa o Bom Juiz e o Mau Juiz, o primeiro com uma expressão grave e digna no rosto e segurando na mão a recta vara da justiça, o segundo com duas caras e a vara da justiça quebrada. Por não se sabe que razões, estas pinturas estiveram escondidas por um tabique de tijolos durante séculos e só em 1958 puderam ver a luz do dia e ser apreciadas pelos amantes da arte e da justiça. Da justiça, digo bem, porque a lição cívica que essas antigas figuras nos transmitem é clara e ilustrativa. Há juízes bons e justos a quem se agradece que existam, há outros que, proclamando-se a si mesmos justos, de bons pouco têm, e, finalmente, não são só injustos como, por outras palavras, à luz dos mais simples critérios éticos, não são boa gente. Nunca houve uma idade de ouro para a justiça.
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O passado que Agripino tenta esconder



Por Antonio Capistrano (*)


O senador José Agripino concedeu uma entrevista ao jornalista Bruno Barreto, editor político do jornal “O Mossoroense”, jornal matutino da cidade de Mossoró-RN. Ele foi indagado se tinha se arrependido de ter apoiado o Regime Militar, Agripino respondeu: “Eu não apoiei o Regime Militar. Nunca apoiei o Regime Militar. Pelo contrario. Eu fui prefeito no final do Regime Militar. Eu teria razões para me orgulhar de ter sido artífice da transição e da redemocratização. Ao romper com o meu partido, passando a apoiar, no Colégio Eleitoral, o nome de Tancredo Neves para presidente da república, do ponto de vista político e administrativo paguei um preço alto, na época eu era governador e muito do que estava comprometido de verbas para a minha ação no governo, foi cortada. Além do desgaste político de apoiar o mesmo candidato do meu adversário Aluízio Alves”....
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O que resta da ditadura

Livro avalia o triste legado da ditadura militar em diversas esferas da vida social brasileira hoje em dia

A obra O que resta da ditadura: a exceção brasileira, organizada por Edson Teles e Vladimir Safatle, reúne uma série de ensaios que esquadrinham o legado deixado pelo regime militar na estrutura jurídica, nas práticas políticas, na literatura, na violência institucionalizada e em outras esferas da vida social brasileira.

"Vivemos atualmente dias de inquietude e incerteza. [...] Tenho a convicção de que o nosso Exército saberá, como sempre, contornar tão graves inquietações e continuará, a despeito de qualquer decisão, protegendo a nação do estrangeiro e de si mesma."

Gal. Luiz Cesário da Silveira Filho, 11/3/2009

“Quem controla o passado, controla o futuro”. A frase de 1984, que serve de epígrafe a este livro, indica claramente o tamanho do que está em jogo quando a questão é elaborar o passado. Todos conhecemos a temática clássica das sociedades destinadas a repetir o que são incapazes de elaborar; sociedades que já definem de antemão seu futuro a partir do momento que fazem de tudo para agir como se nada soubessem a respeito do que se acumulou às suas costas.

A história é implacável na quantidade de exemplos de estruturas sociais que se desagregam exatamente por lutar compulsivamente para esquecer as raízes dos fracassos que atormentam o presente. No caso da realidade nacional, esse esquecimento mostra-se particularmente astuto em suas múltiplas estratégias. Ele pode ir desde o simples silêncio até um peculiar dispositivo que mereceria o nome de “hiper-historicismo”. Maneira de remeter as raízes dos impasses do presente a um passado longínquo (a realidade escravocrata, o clientelismo português etc.), isto para, sistematicamente, não ver o que o passado recente produziu. Como se fôssemos vítimas de um certo “astigmatismo histórico”.

O que propomos neste livro é, pois, falar do passado recente e da sua incrível capacidade de não passar. Mas, para tanto, faz-se necessário mostrar, àqueles que preferem não ver, a maneira insidiosa que a ditadura militar brasileira encontrou de não passar, de permanecer em nossa estrutura jurídica, em nossas práticas políticas, em nossa violência cotidiana, em nossos traumas sociais que se fazem sentir mesmo depois de reconciliações extorquidas. Daí a pergunta que deu origem ao seminário realizado na Universidade de São Paulo em 2008, cujos resultados aparecem agora em livro: “O que resta da ditadura”.

Pergunta ainda mais urgente se lembrarmos a incrível capacidade que a ditadura brasileira tem de desaparecer. Ela vai aos poucos não sendo mais chamada pelo seu nome, ou sendo chamada apenas entre aspas, como se nunca houvesse realmente existido. Na melhor das hipóteses, como se houvesse existido apenas em um curto espasmo de tempo no qual vigorou o AI-5. Talvez o que chamamos de ditadura tenha sido apenas uma reação um pouco demasiada às ameaças de radicalização que espreitavam nossa democracia. Quem sabe, daqui a algumas décadas, conseguiremos realizar o feito notável de fazer uma ditadura simplesmente desaparecer?

No interior desta lógica perversa de negação há, ao menos, um ponto verdadeiro. A saber, a ditadura brasileira deve ser analisada em sua especificidade.

Ela não foi uma ditadura como as outras. De fato, como gostaríamos de salientar, há uma “exceção brasileira”. No entanto, ela não está lá onde alguns gostariam que ela estivesse. Pois acreditamos que uma ditadura se mede (por que não?, tenhamos coragem de dizer que medir uma ditadura é uma boa ideia). Ela se mede não por meio da contagem de mortos deixados para trás, mas através das marcas que ela deixa no presente, ou seja, através daquilo que ela deixará para frente. Neste sentido, podemos dizer com toda a segurança: a ditadura brasileira foi a ditadura mais violenta que o ciclo negro latino-americano conheceu.

Quando estudos demonstram que, ao contrário do que aconteceu em outros países da América Latina, as práticas de tortura em prisões brasileiras aumentaram em relação aos casos de tortura na ditadura militar; quando vemos o Brasil como o único país sul-americano onde torturadores nunca foram julgados, onde não houve justiça de transição, onde o Exército não fez um mea culpa de seus pendores golpistas; quando ouvimos sistematicamente oficiais na ativa e na reserva fazerem elogios inacreditáveis à ditadura militar; quando lembramos que 25 anos depois do fim da ditadura convivemos com o ocultamento de cadáveres daqueles que morreram nas mãos das Forças Armadas; então começamos a ver, de maneira um pouco mais clara, o que significa exatamente “violência”. Pois nenhuma palavra melhor do que “violência” descreve esta maneira que tem o passado ditatorial de permanecer como um fantasma a assombrar e contaminar o presente.

“Contaminar” porque devemos nos perguntar como a incapacidade de reconhecer e julgar os crimes de Estado cometidos no passado transforma-se em uma espécie de referência inconsciente para ações criminosas perpetradas por nossa polícia, pelo aparato judiciário, por setores do Estado.

Neste ponto, vale a pena lembrar como falar de “exceção brasileira” também tem outro sentido. Pois uma das características mais decisivas da ditadura brasileira era sua legalidade aparente ou, para ser mais preciso, a sua capacidade de reduzir a legalidade à dimensão da aparência. Tínhamos eleições com direito a partido de oposição, editoras que publicavam livros de Marx, Lenin, Celso Furtado, músicas de protesto, governo que assinava tratados internacionais contra a tortura, mas, no fundo, sabíamos que tudo isto estava submetido à decisão arbitrária de um poder soberano que se colocava fora do ordenamento jurídico.

Quando era conveniente, as regras eleitorais eram modificadas, os livros apreendidos, as músicas censuradas, alguém desaparecia. Em suma, a lei era suspensa. Uma ditadura que se servia da legalidade para transformar seu poder soberano de suspender a lei, de designar terroristas, de assassinar opositores em um arbítrio absolutamente traumático. Pois neste tipo de situação nunca se sabe quando se está fora da lei, já que o próprio poder faz questão de mostrar que pode embaralhar, a qualquer momento, direito e ausência de direito.

O que nos deixa com uma pergunta que não quer calar: diante de uma situação sociopolítica, como a nossa atual situação, em que campanhas eleitorais são feitas sempre com fundos ilegais; em que a Constituição federal, desde sua aprovação, foi objeto de um reformismo infinito (mais de sessenta emendas constitucionais, sem contar artigos que, passados vinte anos, ainda não vigoram por falta de lei complementar) – como se fosse questão de flexibilizar a aplicação da lei constitucional de acordo com a conveniência –; em que banqueiros corruptos têm reconhecidas “facilidades” nos tribunais; em que nem sempre é evidente distinguir policiais de bandidos, quem pode falar hoje com toda a segurança que este modo de conjugar lei e anomia próprio à ditadura militar realmente passou? Isto não significa em absoluto cometer o erro primário de confundir nossa semidemocracia com uma ditadura, mas trata-se de lembrar de onde vem o que impede nossa experiência democrática avançar.

Levando em conta questões desta natureza, apresentamos aqui um conjunto de artigos que procuram avaliar múltiplos aspectos deste legado da ditadura. A perenidade institucional e jurídica dos aparatos econômicos e securitários criados na ditadura militar são analisados. Da mesma forma, a aberração brasileira em relação ao direito internacional sobre crimes contra a humanidade é aqui discutida, juntamente com o trauma social resultante da anulação do direito de memória.

Há ainda artigos que visam analisar o legado político da ditadura, assim como as tentativas de deslegitimar o direito à violência contra um Estado ditatorial ilegal. Avaliações históricas sobre a maneira como as Forças Armadas relacionaram-se com o problema da anistia e reflexões sobre a literatura diante do dever de memória completam o quadro.

Por fim, resta dizer que, normalmente, organizar ou escrever livros é motivo de um estranho sentimento, no interior do qual algo que um dia foi chamado de felicidade se faz sentir. No entanto, organizar este livro é, como dizia Bartleby, algo que “Eu preferia não...” [I would prefer not to]. Quando a ditadura acabou, os organizadores deste livro nunca imaginaram precisar colocar, 25 anos depois, questões sobre porque o legado da ditadura teima em não terminar, porque os corpos de seus mortos ainda não foram acolhidos pela memória. A história, no entanto, tem maneiras cruéis de ensinar o verdadeiro tamanho das batalhas.


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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Balanço da atual gestão

Que tal se fazer um balanço da atual situação do NCE depois de seis meses da posse da nova coordenação, o que é hoje o NCE, convido todos a comentarem, inclusive os ex-coordenadores, Ageu(caso esteja em cima da montanha meditando não precisa comentar), e tambem Sergio Rocha.
Saudações positivas e cheia de otimismo

Democracia em comunicação

Intervozes - Levante sua voz from Pedro Ekman on Vimeo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Recordar é viver

Flamengo Hexacampeão Brasileiro from Gustavo Pellizzon on Vimeo.

Bonnie Bassler explica como as bactérias se comunicam


Bonnie Bassler descobriu como as bactérias "falam" entre si, usando uma linguagem química que lhes permite coordenar suas defesas e armar ataques. Este achado tem implicações importantes para a medicina, indústria e para o entendimento de nós mesmos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Janine Benyus: Biomímica em ação

Janine Benyus tem uma mensagem aos inventores: quando forem resolver um problema de design, olhe para a natureza primeiro. Lá encontrarão designs inspiradores para fazer coisas à prova d'água, aerodinâmicas, com energia solar e mais. Aqui ela revela dúzias de novos produtos que pegam dicas da natureza com resultados espetaculares.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O retorno do velho senhor




09/02/2010 - 23:41 | Enviado por: Mauro Santayana

Por Mauro Santayana


Sob a alucinação da idade madura, que costuma ser mais assustadora do que a dos adolescentes, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso está conseguindo o que sempre pretendeu, desde que deixou o governo, há oito anos: o tumulto no processo sucessório. Ele – e não mais ninguém – impediu que as bases nacionais de seu partido fossem consultadas sobre o candidato à sucessão do presidente Lula. Se pensasse mais no país e menos em sua própria vaidade, teria, como o líder que se arroga ser, presidido à construção do consenso que costuma antecipar as convenções partidárias. Haja os desmentidos que houver, ele sonhava em criar impasse entre os dois principais postulantes, a fim de ser visto como a grande solução apaziguadora. Ele continua animado por essa miragem no sáfaro horizonte de suas ambições.

Assim, estimulou o governador de São Paulo ao exercício de uma tática de desgaste contra as pretensões de Minas. Decretou a precedência de José Serra e acenou com a “chapa puro-sangue”. Acreditava que levaria Aécio Neves a renunciar a servir a Minas, ao servir ao Brasil, com novo pacto federativo para o desenvolvimento de todas as regiões do país, e a contentar-se em ser caudatário de projeto hegemônico alheio.

Na verdade, essa ilusão era instrumento de outra maior: a de que, com o afastamento do mineiro da disputa, seu próprio cacife aumentaria. Com isso, buscou inviabilizar Serra e Aécio, de tal maneira que, com o crescimento da candidatura de Dilma Rousseff – alvo de tenaz campanha desqualificadora da direita – as elites viessem a assustar-se e batessem às portas de seu escritório político, pedindo-lhe que as salvasse de uma “terrorista”.

Se esse não fosse o objetivo essencial do ex-presidente, poderíamos considerá-lo um tolo – e Fernando Henrique não é tolo. Seu comportamento poderia estar dentro da advertência de Galileu, de que muita sabedoria pode transformar-se em loucura, mas por enquanto, ele está apenas deslumbrado pela ambição. Se se prontifica a discutir com o presidente Lula, e aceitar a comparação entre os dois governos, isso só pode ocorrer na hipótese de que venha a ser ele mesmo o candidato. Do contrário, estará forçando o candidato de seu partido, seja Serra, seja Aécio, a se transformar em mero defensor de sua administração, e não postulante sério à sucessão. Ambos sabem que a comparação será desastrosa em termos eleitorais. Talvez ela pudesse realizar-se, nos meios acadêmicos, pelos economistas e sociólogos, companheiros de sua ex-excelência, e ainda assim é certo que Fernando Henrique perderá, se a discussão for séria. Entre outras coisas, o ex-presidente multiplicou as universidades pagas; Lula, ao contrário, criou novos centros universitários federais e promoveu maciça inclusão dos pobres no ensino médio e superior.

Pergunte-se ao eleitor do Crato e da periferia de São Paulo se ele estava mais feliz durante os anos de Fernando Henrique. Faça-se a mesma pergunta ao pequeno empresário que consolidou o seu negócio com a expansão do consumo, os créditos facilitados e os juros mais suportáveis que paga hoje. Até mesmo os banqueiros se sentem mais satisfeitos.

Ao promover o vazio – para o qual contribuiu o governador de São Paulo em suas íntimas incertezas – Fernando Henrique tenta, com seus artigos de campanha, identificar-se como o único capaz de preenchê-lo. Seu jogo perturba todo o processo político, tanto no plano nacional quanto nos estados. Fruto indireto desse exercício de feitiçaria macunaímica, foi a maldade que fizeram ao vice-presidente José Alencar. O ato de oportunismo estimulou a natural e justa autoestima do vice-presidente, e sua disposição de luta, para a disputa do governo de Minas. Não se tratava de real homenagem ao conhecido homem público. Se Alencar viesse a ser candidato ao Palácio da Liberdade, a verdadeira homenagem que lhe prestariam os competidores seria tratá-lo como adversário, e submetê-lo ao duro debate eleitoral. Do contrário, seria deixar explícita uma cínica comiseração, o que constituiria ofensa ao grande brasileiro.

Fonte:http://www.jblog.com.br/politica.php?itemid=19329

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Classe "C" vai ao paraíso!

Os resultados estão aí, brotando do fundo da sociedade brasileira: entre 2003 e 2005, 27 milhões de pessoas mudaram de patamar social no Brasil, ascendendo para uma condição social superior, mais digna e mais humana. Também a desigualdade regional foi atacada e recuou nos últimos cinco anos. O Nordeste cresceu a um ritmo “chinês” atingindo 7.7% ao ano. Mesmo sofrendo os efeitos da crise, o país foi capaz de oferecer oportunidades e esperança de vida melhor para 91 milhões de brasileiros. O artigo é de Francisco Carlos Teixeira.

Francisco Carlos Teixeira


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A cópia é sempre pior que o original

sexta-feira, 13 de novembro de 2009, 09:03 | Online

Serra escolhe 2º da lista tríplice para reitor da USP

AE - Agencia Estado
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SÃO PAULO - O jurista e diretor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, João Grandino Rodas, é o novo reitor da Universidade de São Paulo (USP). Ele ficou em segundo lugar nas eleições realizadas na quarta-feira na instituição, mas era o candidato preferido do governador José Serra (PSDB). Essa foi a primeira vez desde a ditadura militar que um governador não escolheu o primeiro da lista tríplice para reitor.



A escolha está publicada hoje no Diário Oficial. A lista tríplice foi entregue oficialmente ao governador no início da noite de ontem pela reitora Suely Vilela e pelo secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt. Por volta das 21 horas, Serra já tinha decidido. Também à noite, em uma missa na Igreja do Largo São Francisco, o padre já anunciava o nome do reitor.



O primeiro colocado nas eleições, o cientista Glaucius Oliva, foi apoiado pela reitora. Desde o fim das eleições na USP, Serra vinha sendo aconselhado a escolher Rodas. A avaliação no governo era a de que a decisão não traria grande prejuízo político, já que Oliva venceu o pleito, mas não obteve a maioria dos votos. O terceiro foi Armando Corbani, pró-reitor e físico.



Rodas é bem visto por secretários e assessores do governo. Tem o apoio de nomes como Celso Lafer, Dalmo de Abreu Dallari e ex-reitores da universidade. A proximidade de Oliva com Suely - ele a ajudou em sua gestão - era o que mais pesava contra sua indicação. Serra não conhece bem o cientista e tinha poucas informações para atestar sua competência administrativa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Folha

Da Folha de S.Paulo

FHC cita méritos e omite erros

Tucano propõe comparação bizantina entre o seu programa de obras e o PAC

GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Não é difícil, para FHC, listar corretamente méritos de seu governo negados pela retórica palanqueira de Lula. Mais complicado é revisitar o período sem provocar a lembrança de erros e deficiências, também reais, que contribuíram para afastar os tucanos do Planalto.

“Sem medo do passado” é o título do artigo que o ex-presidente escreveu em defesa de seus dois mandatos. Se não há mesmo medo, as entrelinhas deixam transparecer que persiste, pelo menos, desconforto. Omissões e meias verdades contrastam com a defesa, alardeada no texto, de uma “política mais consciente e benéfica para todos”.

Em exatas 998 palavras e cifras que descem a minúcias, não há uma única menção, no exemplo mais flagrante, ao crescimento econômico -goste-se ou não, o indicador mais universalmente utilizado para mensurar o sucesso das administrações nacionais.

No mais perto que chega do tema, FHC propõe uma comparação bizantina entre o seu programa de obras Avança Brasil e o PAC petista, ambos conhecidos pela discrepância entre metas e realizações. E, claro, sem falar na crise de abastecimento de energia elétrica.

A renda nacional cresceu à média de 2,2% ao ano sob FHC e deve encerrar o período lulista com taxa anual de 3,7%, se confirmadas as expectativas dos analistas. Mais importante politicamente, o primeiro começou seu governo com expansão acelerada e terminou em estagnação, enquanto o segundo obteve o resultado inverso.

Nos últimos anos, os tucanos, com boa dose de razão, vinham atribuindo a vantagem de Lula à sorte de governar em um período de rara prosperidade internacional, livre das turbulências financeiras da década passada. Essa argumentação perdeu charme, no entanto, com o colapso global do final de 2008, do qual o Brasil saiu com perspectivas de rápida recuperação.

No artigo do ex-presidente, a única razão apresentada para a crise herdada por Lula é o temor provocado nos credores e investidores “por anos de “bravata” do PT e dele próprio” -nada se diz sobre a escalada das dívidas interna e externa nos anos anteriores, consequência de políticas do primeiro mandato tucano, corrigidas tardiamente no segundo.

Dólar barato e gasto público sem amarras sustentaram a popularidade inicial de FHC e garantiram sua reeleição no primeiro turno, mas levaram o endividamento público de menos de 30% para quase 50% do Produto Interno Bruto.

Câmbio e superavit

As medidas de ajuste adotadas a partir de 1999 -câmbio flutuante e metas de superavit fiscal- foram mantidas pelos petistas, como gostam de lembrar os tucanos. Mas tampouco o crédito, nesse caso, cabe à gestão FHC: tratou-se de uma imposição do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Não por acaso, os indicadores mais palpáveis de melhora social do texto do ex-presidente estão circunscritos a seu primeiro governo. É o caso da queda aguda da pobreza, do aumento do rendimento médio mensal dos trabalhadores, do reajuste mais generoso do salário mínimo.

O artigo dribla o inconveniente com saltos nas datas. Recorda-se, por exemplo, que, “com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total” e depois menciona-se a taxa de 18% registrada em 2007, já sob o governo Lula. Não se menciona que, após a queda brusca do primeiro ano, a pobreza permaneceu nos mesmos patamares no restante do governo tucano.

Iniciativas celebradas do segundo mandato geraram mais frutos sociais, econômicos e políticos para Lula que para FHC. Além das correções da política econômica, o exemplo clássico é a criação do Bolsa Escola, depois ampliado e rebatizado como Bolsa Família.

Recordar é viver

Escândalo da parabólica

O escândalo da parabólica foi resultado de uma transmissão televisiva vazada em 1 de setembro de 1994, de uma conversa entre o embaixador Rubens Ricupero, então ministro da Fazenda do Brasil, e o jornalista da Rede Globo Carlos Monforte, seu cunhado, afirmando que "o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde", enquanto se preparavam para entrar no ar ao vivo no Jornal da Globo daquele dia, por meio do canal privativo de satélite da Rede Globo, acessível pelos lares com antena parabólica. A gravação dessa conversa foi amplamente divulgada nos telejornais do dia seguinte.O "escândalo" ganhou proporções, sendo amplamente divulgado e culminou com a renúncia do ministro.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Você votaria no candidato do presidente Lula em 2010

O escrutínio virtual , surpreendentemente, já conta com mais de 40 milhões de votos.
Participe

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ganho histórico

Classe C do Brasil já detém 46% da renda
Publicada em 06/02/2010 às 20h13m
O Globo

Matéria na integra

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A inauguração da fábrica de chips

Por Roberto São Paulo/SP-2010

Fábrica do Ceitec gera empregos diretos e indiretos
04/02/2010 – 19:10, Ministério da Ciência e Tecnologia
A primeira fábrica de chips da América Latina, que será inaugurada amanhã (5), em Porto Alegre (RS), já começa a moviemntar o mercado de microeletrônica. Segundo o presidente do Centro de Excelência em Tecnologia Avançada (Ceitec/MCT), Eduardo Weichselbaumer, a mão-de-obra da fábrica é qualificada e vai gerar empregos indiretos de importância na cadeia produtiva de chips.

A unidade é um investimento de mais de R$ 400 milhões do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para o desenvolvimento da indústria de semicondutores no Brasil. Por causa da produção do Ceitec, uma outra fábrica terá que ser instalada para atender à demanda. Uma unidade será construída em São Leopoldo, cidade próxima à capital Gaúcha, para ecapsular os chips. “A fábrica do Ceitec será uma fornecedora de produtos de ponta e geradora de empregos diretos e indiretos. Estamos ajudando no avanço do País”, disse Weichselbaumer.

A fábrica tem uma sala limpa classe 100, considerada 10 mil vezes mais limpa que uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A exigência é para garantir que os chips sejam gravados nos wafers de silício. Para garantir esse nível de limpeza, a Ceitec utiliza água e ar ultra puros produzidos na empresa.

A Ceitec é a primeira empresa especializada no desenvolvimento e produção de chips da América Latina. É uma estatal, com fins lucrativos, vinculada ao MCT. Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos países desenvolvidos, o setor eletrônico responde por 12% do Produto Interno Bruto (PIB). No Brasil, a indústria eletrônica é responsável por apenas 1,7% do PIB.

A fábrica do Ceitec será inaugurada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro a Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, e pelo presidente do Ceitec, às 15h.

http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/316575.html


Autor: luisnassif - Categoria(s): Tecnologia
Fonte: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

FormSpring.me

FormSpring.me permite perguntas anônimas aos usuários
14 de dezembro de 2009| 19h46| Tweet este Post
Por Ana Freitas

Na internet, as coisas que melhor funcionam geralmente envolvem conceitos simples. É o caso do Formspring.me, que virou febre esta tarde no Twitter. Se trata de uma espécie de rede social em que é possível se cadastrar e então receber perguntas, anônimas ou não, de quem entrar no seu perfil.

A ideia não é inédita. O próprio Orkut tem um software parecido, chamado Caixa da Verdade. Mas a integraçao do Formspring com o Twitter faz com que os perfis viralizem muito mais rapidamente, e então o número de perguntas aumente.

É uma experiência divertida (e que reduz a produtividade) ficar respondendo às perguntas anônimas, mas esteja alerta: muitas são completamente inúteis ou contém conteúdo não exatamente amigável. Mas essas coisas geralmente acompanham o anonimato.

Este é o meu, aproveitem http://www.formspring.me/viniciuscdias

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Especialistas em casuísmos

Lula está loucamente em campanha “informal” por Dilma, inaugurando qualquer rascunho de obra e falando bem de si próprio todo dia. E os líderes da oposição, estão fazendo o quê? A mesma coisa

Do blog do Alon:

É divertido assistir ao PSDB reclamar dia sim outro também contra a antecipação da campanha. A diversão fica por conta de um detalhe: no poder, o PT não cometeu casuísmos, não alterou uma vírgula das leis eleitorais para beneficiar-se. Nem precisou. Se o partido situacionista colhe os frutos de um arcabouço deformado e injusto, moldado para favorecer o continuísmo, deve gratidão especial ao PSDB, o verdadeiro pai da criança.

A começar da reeleição. Qual é a história dela entre nós? Depois do impeachment de Fernando Collor, a revisão constitucional acabou em fiasco. Um dos poucos temas aprovados foi reduzir o mandato presidencial de cinco para quatro anos. Quem era o favorito então para ganhar a corrida do ano seguinte? Luiz Inácio Lula da Silva.

Mas vieram o Plano Real e a invencível candidatura de Fernando Henrique Cardoso. Instalados no Planalto, os tucanos trataram de continuar ali mais um quadriênio, com regras curiosas. O ocupante do Executivo pode pleitear um tempo extra na cadeira, sem precisar sair dela. Já quem o desafia é obrigado a desincompatibilizar-se.

O mesmo vale para vereadores, deputados e senadores, que podem lutar por mais um mandato sem renunciar. E têm o privilégio de concorrer com desafiantes que precisam obrigatoriamente estar desligados da máquina estatal. Não é uma beleza? Além disso, no poder os tucanos trataram de reduzir os dias reservados à campanha eleitoral no rádio e na TV.

Quando essas maravilhas foram incorporadas à legislação, o PSDB ocupava a Presidência da República e os governos dos principais estados, incluído o “Triângulo das Bermudas” da política brasileira: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Eis por que simplesmente não dá para levar a sério a choradeira.

O sistema eleitoral apresenta deformações? Sim.

Há esperança de que o próximo governo tome a iniciativa de corrigi-las, para legar ao país uma moldura mais democrática? Esperança remota.

Infelizmente, o aperfeiçoamento institucional não é uma preocupação dos nossos políticos. Talvez porque lhes falte tempo, ocupados que estão em espremer os miolos para encontrar o caminho da perpetuação.

“Casuísmo” é uma palavra nascida nos anos 70 do século passado, quando o regime militar alterou seguidamente as regras eleitorais para tentar evitar a chegada da oposição ao poder.

No fim deu errado, porque o PMDB acabou derrotando o governo, mesmo com todos os truques. Na política, nada resiste à força da maioria. Pode levar um tempo, mas ela acaba prevalecendo.

Qual é o problema atual da oposição brasileira? É exatamente construir uma nova maioria. Ou então, por inércia, as urnas acabarão referendando a maioria que existe, e que sustenta o governo Lula.

Como a oposição não parece ter a mínima ideia de por onde começar a tarefa, recorre ao formalismo. Sim, Lula está loucamente em campanha “informal” por Dilma Rousseff, inaugurando qualquer rascunho de obra e falando bem de si próprio todo dia. E os líderes da oposição, estão fazendo o quê? A mesma coisa.

Apenas, talvez, com menos competência.

Pesquisas

Em nenhum outro país as pesquisas eleitorais consomem o tanto de imprensa que lhes é dedicado no Brasil. Deve haver alguma explicação. Uma, conspiratória, é que enquanto se discutem as pesquisas não se discute o essencial: o que cada candidato quer fazer no governo.

O cenário eleitoral no Brasil é curioso. Para boa parte do eleitorado potencial da oposição (e da base social desta), o ideal a partir de 2011 seria um governo igualzinho ao de Lula, só que sem o PT. Nem é por resistência aos programas sociais, hoje consensuais por convicção ou conveniência. É mais por causa da dúvida sobre os reais compromissos estratégicos do partido com a democracia representativa e a economia de mercado. E não necessariamente nessa ordem.

Daí por que o nome de Henrique Meirelles pode agregar valor eleitoral a Dilma. Ele traria eventualmente também algum desgaste, caso a oposição decidisse colocar em debate o modelo econômico de escravidão financeira, farra cambial e baixo crescimento. Mas quem disse que a oposição está interessada em ir por aí? Ela parece mais empenhada é em vender-se como confiável à turma de sempre.