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segunda-feira, 31 de maio de 2010

A temporada de furacões chegou..protejam-se


depois da calmaria vem a tempestade.....

A Copa ta aí.......

A música alegra a alma...


Madredeus - O Pastor

Madredeus - Haja o que houver

Madredeus - Silencio

Jose Saramago - Janela da alma

Saramago fala sobre SecondLife

José Saramago - falsa democracia

José Saramago na Sabatina Folha de São Paulo - "Ensaio Sobre a Cegueira"

José Saramago fala sobre Deus, Igreja e Bíblia

Diálogo na América do Sul deve servir de exemplo diplomático



A vida a cada dia me surprende cada vez mais...leiam a Biografia deste senhor, depois e belo artigo que escreveu...

Cláudio Salvador Lembo (São Paulo, 12 de outubro de 1934) é advogado, professor universitário e político brasileiro. Foi governador do estado de São Paulo entre 31 de março de 2006 e 31 de dezembro de 2006.

Lembo é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, doutor em Direito, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É também professor titular de direito constitucional e de direito processual civil do Mackenzie, instituição da qual já foi reitor. Advogado desde 1959, publicou vários livros.

Exerceu os cargos de secretário municipal dos Negócios Extraordinários de São Paulo entre 1975 e 1979 (gestão Olavo Setúbal), secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura de São Paulo entre 1986 e 1989 (gestão Jânio Quadros), secretário de Planejamento em 1993 também na prefeitura paulistana (gestão Paulo Maluf), além de ter exercido o cargo de prefeito por diversas vezes, na condição de secretário dos Negócios Jurídicos entre 1986 e 1989.

Foi chefe de gabinete do ministro da Educação, Marco Maciel (do PFL), ministro de Estado interino da Educação e assessor de Marco Maciel, quando este foi vice-presidente.

Candidato a senador em 1978 (perdeu para André Franco Montoro), candidato a vice-presidente da República em 1989 (na chapa de Aureliano Chaves) e candidato a vice-governador do estado de São Paulo em 2002, sendo eleito para o período 2003/2006, ao lado do governador Geraldo Alckmin.

Filiado ao partido dos Democratas (DEM), ex-PFL, do qual é presidente estadual, assumiu o governo do estado de São Paulo em 30 de março de 2006, devido à renúncia do governador Geraldo Alckmin para concorrer à presidência da República. Lembo cumpriu o mandato até o dia 1 de janeiro de 2007, quando entregou o cargo ao governador eleito José Serra (PSDB. Em sua gestão, também se destaca a onda de violência em São Paulo, onde ocorreram mais de 100 ataques criminosos em diversos locais da capital, tais ataques fizeram o governador decretar toque de recolher no município e em seguida decretou Estado de Emergência na Capital a cidade teve que receber reforço de cerca de 1000 soldados da reserva da PMESP e de 800 homens da Força Nacional de Segurança. Atualmente,é secretário Municipal de Negócios Jurídicos de São Paulo (Gestão Kassab).




Claudio Lembo
De São Paulo

Os países desta América do Sul sempre foram desconsiderados no jogo político internacional. Alinhavam-se automaticamente a países centrais e abandonavam suas posições e interesses.

O fenômeno refletia a presença dominante de descendentes de europeus nos espaços privilegiados da administração pública. Entre os países hispanofalantes, os descendentes de espanhóis e os “criollos” eram dominantes.

Toda a política girava em torno de suas pessoas e, por elas, era dirigida. As nações indígenas eram marginalizadas e, quando possível, exterminadas. Ficavam submersas em zonas miseráveis e exploradas sem limites.

Por toda a América do Sul, as lutas populares foram intensas e dominadas por meio da força. Quando necessário, governos lançavam-se em guerras contra Estados vizinhos, na busca de um derivativo.

Com os conflitos exteriores, o nacionalismo tornava-se uma força incontrolável, mas frágil em termos de busca de soluções para as questões efetivas que atormentavam as populações.

Este mesmo nacionalismo frágil incentivou, muitas vezes, ódio contra o vizinho, mesmo que este se preserva em absoluta passividade. Ódios artificiais foram criados.

Argentinos e chilenos se enfrentaram. Peruanos e chilenos terçaram armas. Bolivianos e paraguaios combateram. Paraguaios e brasileiros lutaram. São algumas recordações melancólicas do passado desta América do Sul.

Alguns destes conflitos foram incentivados por poderosos interesses econômicos de empresas mineradoras ou transportadoras de produtos primários.

Outras vezes, os governos dos países desenvolvidos agiam mediante boicotes e violação de trados internacionais. Sempre mediante o uso da força ou da ameaça de seu uso contra os povos sul americanos.

As chancelarias europeias e muitos governantes do hemisfério norte procuravam na busca de efetiva dominação, lançar países contra países, tornando a América do Sul área de instabilidade.

Com a instabilidade surgia a insegurança e com esta a ausência de investimentos duradouros. Tudo era extrativismo de produtos primários com a utilização dos povos locais até a inanição.

Ditaduras perversas subjugavam as sociedades e vedavam qualquer espaço de participação as cadeias se encontravam repletas de adversários dos regimes ditatoriais.

Estes, por seu turno, obedeciam fielmente às diretrizes dos que contavam com interesses econômicos a serem protegidos contra os riscos da nacionalização das riquezas.

Surgiram os movimentos de democratização. Tardios, é verdade. Somente no passado Século XX, após regimes de extrema violência contra os direitos humanos, a situação começou a se alterar.

Com a queda das ditaduras, os povos sul americanos puderam dialogar sem preconceitos ou tolas concepções guerreiras ao estilo europeu. Os estrategistas já não examinavam cenários de futuros combates.

Os exércitos deixaram de se municiar prevendo futuros embates militares. Tratados comerciais substituíram acordos bélicos. As armas atômicas foram abandonadas, em acordo que honra a argentinos e brasileiros.

Pequenas rusgas comerciais são resolvidas em mesa de negociação, apesar de aparências enganadoras de profundo conflito. Os governantes da América do Sul apreenderam, com seus povos, a dialogar.

Este ambiente pode servir de exemplo para outras regiões. Os povos devem utilizar a diplomacia para afastar polêmicas profundas ou conflitos desnecessários.

A indústria da guerra é nefasta. A utilização da confrontação bélica, entre povos com os mesmos problemas e as mesmas origens, é no mínimo doentia.

Os países sul americanos devem continuar a operar reuniões continuas de seus lideres em organismos criados, neste espaço geográfico, com este objetivo. Nada de agressões verbais.

Estas não levam a nada. Só causaram transtornos no passado. Serviram àqueles que desejam dominar a América do Sul. Seu progresso, no entanto, exige união e ausência de quaisquer agressões.

Nosso sangue é comum.

Vamos meditar.........

O “consenso frio” e os consumidores de informação

Por Gabriel Girnos


Infelizmente pra mim, acho que esse discurso falacioso tem um alcance muito maior do que o que você dá a entender.

Tem uma coisa que eu ando chamando de “consenso frio”.É um consenso mais ou menos inconsciente, que toma aspectos de senso comum e que pode ser mudado facilmente, porque é sobre aquelas questões que as pessoas sabem pouco — como por exemplo, política externa. Porém, assim como pode ser mudado facilmente, esse consenso frio pode ser mantido facilmente, bastando a repetição da mesma lenga-lenga todo santo dia.

Exite uma classe especialmente suscetível a esse consenso: a classe dos consumidores de informação, aqueles que (para si mesmos) se distinguem do “povão” por ler jornais e estarem “informados”, mas que ao mesmo tempo não chegam a ser críticos e analíticos a respeito do que estão lendo.

É dessa classe informada, bem mais ampla do que apenas uma extrema direita encarnecida, que surge o grande número de pessoas dispostas a acreditar em tudo de ruim que se fala sobre um “ignorante” como o Lula, ou sobre os “radicais” da Bolívia.

É para essa classe que a Veja fala, e infelizmente eu acho que ainda surte bastante efeito.

Digo isto como professor universitário: estou cansado de ver como tudo que aparece na grande imprensa repercute nas falas coloquiais de meus colegas, pessoas que fazem parte das parcelas mais instruídas da população e não se vêem absolutamente como “de direita”.

Estudantes brasileiros arrebentam na feira de ciências da Intel!


3º Lugar em prêmios! Muito melhor que Copa da Mundo!

Leia

Cepal defende participação mais efetiva do Estado como regulador da economia


Luciana Lima

Repórter da Agência Brasil



Brasília – A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) propôs hoje (30), durante a abertura do seu 33º período de sessões, em Brasília, uma participação mais efetiva do Estado como regulador da economia. A proposta consta do relatório A Hora da Igualdade. Brechas por fechar, caminhos por abrir. O encontro da Cepal termina na terça-feira (1º).



O documento, de 289 páginas, defende a adoção de medidas anticíclicas a serem adotadas pelo Estado em momentos de crise e o papel dos governos e dos bancos centrais de cada país no estabelecimento de parâmetros macros para atenuar os altos e baixos da atividade econômica, tais como a adoção de banda para o câmbio e política de juros e fiscal.



“Antes tínhamos o Estado gastando nos bons tempos e economizando nas crises. Foi um erro. O Estado, como regulador, é aquele que poupa em tempos de alta atividade econômica e atua como ativador da economia quando a inciativa privada não é capaz de dar respostas de forma eficiente”, explicou o coordenador da Divisão de Desenvolvimento Social da Cepal, Fernando Filgueira.



De acordo com ele, a proposta da Cepal em defesa de uma participação mais ativa do Estado na economia não surgiu depois da crise que atinge os mercados, principalmente da Europa e dos Estados Unidos há mais de um ano. Ele ressaltou que essa já era a ideia da comissão nas décadas de 1980 e 1990, quando se formou o chamado Consenso de Washington (conjunto de medidas formulado em novembro de 1989, baseado na economia de mercado e na redução da participação do Estado na economia). No entanto, Filgueira admite que a crise legitimou a posição da Cepal.



“Desde o Consenso de Washington já tínhamos consciência de que aquele não era o modelo único. Sabíamos que o mercado não podia ser a solução para todos os problemas. Tivemos que aprender com os anos de 1980 e de 1990 e é preciso reconhecer que a crise também nos ensinou. O que temos que reaprender agora é como o Estado tem que atuar para ser o regulador da atividade econômica e também para garantir igualdade e distribuição de renda”, disse Filgueira.



O documento aponta ainda o Estado como agente para diminuir a diferença entre pobres e ricos e garantir os direitos dos povos dos países latino americanos e caribenhos. “No âmbito político, o Estado tem um papel preponderante, ao qual não pode renunciar. Trata-se de velar por mais democracia e mais igualdade, duas caras da moeda política”, destacou a secretária executiva da Cepal, Alícia Bárcena.



Ela também falou sobre a necessidade de não se pôr em oposição a igualdade social e o dinamismo da atividade econômica. O desafio, segundo Alícia, é encontrar as sinergias entre as duas coisas. “O que sugerimos é que há a necessidade de crescer para igualar e igualar para crescer. No horizonte estratégico de longo prazo, igualdade, crescimento econômico e sustentabilidade ambiental têm que vir juntos.”



Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;jsessionid=2FF5FCDFDBBF58EF778BE37530C3E10C?p_p_id=56&p_p_lifecycle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_56_groupId=19523&_56_articleId=966132

Será que o Estadão Lulou ???

Novo consumidor leva 18% dos carros

Há três anos, os compradores do primeiro carro zero quilômetro respondiam por apenas 10,5% das vendas das montadoras


Cleide Silva, de O Estado de S. paulo

SÃO PAULO - Após rodar durante muitos anos em um Santana 1985 e depois em um Corsa 1996, o casal Enilda Fabreti e Gabriel Aguiar da Silva comprou o primeiro carro zero, um Celta 1.0 básico que custou R$ 26 mil. Como eles, cerca de 260 mil consumidores estrearam no mercado de automóveis zero quilômetro só no primeiro semestre de 2009. O volume equivale a 18% de toda a venda das montadoras no período.

Em 2007, os compradores do primeiro zero respondiam por 10,5% das vendas, participação que subiu para 15% no ano seguinte e chegou aos 18% entre janeiro e junho de 2009. Nesse período, estava em vigor o corte integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Os dados constam de pesquisa semestral feita em conjunto pelas montadoras. Em breve, sairá o índice do ano passado completo. Além da alíquota do IPI, que começou a voltar gradativamente em outubro, o crédito com juros baixos e prazos longos trouxe para o mercado consumidor da nova classe média, também incentivada pela melhora da renda e da economia como um todo. Muitos desses clientes compravam carros usados ou não tinham veículos.

"A vantagem do carro novo é maior segurança, não ter de se preocupar tanto com a possibilidade de quebra, além de ter o período da garantia", diz Enilda, funcionária pública de 28 anos. Ela e o marido, policial militar de 29 anos, somam renda mensal de R$ 3,5 mil. O casal mora em Cajamar, na Grande São Paulo, e tem um bebê de dez meses.

Na quinta-feira, eles foram à revenda Palazzo, na capital, para uma vistoria no carro e se interessaram por outro modelo com porta-malas maior.

"Além do porta-malas maior para levar as coisas do bebê, pensamos em um carro com alguns opcionais como direção hidráulica e ar-condicionado", afirma Silva. "A compra vai depender da oferta que recebermos da loja e das condições de financiamento". Segundo ele, a ideia é dar o Celta como entrada e financiar a diferença em 36 ou 48 parcelas.

Novos produtos. Atenta a esse movimento, algumas montadoras já direcionam produtos, planos de financiamento e ações de marketing ao novo público do mercado de veículos novos. A General Motors elegeu o Classic, sedã pequeno que custa R$ 28 mil, como modelo a ser direcionado para as "classes emergentes C e D", conforme define Rodrigo Rumi, gerente regional de marketing.

Embora o Celta seja mais barato (a partir de R$ 26,7 mil), o Classic foi apontado em pesquisas como mais adequado para essa faixa de consumidores – muitos deles famílias que precisam de um automóvel maior. Além de campanha publicitária da nova versão, a GM criou plano especial de financiamento com prestação decrescente.

"Percebemos, também em pesquisas, que esse público se preocupa muito com dívidas, por isso criamos um plano em que as prestações vão diminuindo", diz Rumi. Um Classic adquirido com 40% de entrada e o restante em 60 parcelas, por exemplo, terá a primeira prestação no valor de R$ 510, a 30ª estará em R$ 403 e a última em R$ 292.

Rumi afirma que as revendas da GM registraram aumento de 20% a 30% nas vendas de carros novos para pessoas que antes compravam usados como primeiro carro. "De cada dez clientes que entram nas lojas interessados em um usado, dois ou três acabam levando um zero." O prazo de financiamento para novos é maior e o juro, menor.

Das vendas totais da Fiat no ano passado, 46% foram de Mille e Palio 1.0, os mais baratos da marca. Essa faixa de produto registrou aumento de 12,4% nas vendas em relação a 2008. Já a de sedãs pequenos, representada pela linha Siena, cresceu 21,8%.

Segundo um porta voz da Fiat, o desempenho melhorou quando a empresa lançou uma versão 1.0 intermediária entre a mais barata (R$ 29,4 mil) e aquela com motor 1.4 (R$ 39,6 mil). A nova classe emergente, diz o executivo da Fiat, não busca só o mais barato, mas "quer um carro que traga sensação de ascensão".

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,novo-consumidor-leva-18-dos-carros-,not_20568,0.htm

Brasil vira modelo para a Argentina

País deixou de olhar a Europa e os EUA como exemplo e passou a admirar o vizinho
30 de maio de 2010 | 0h 00



Ariel Palacios - O Estado de S.Paulo
Há 100 anos a Argentina se empenhava em imitar a Europa. Empresários, políticos e formadores de opinião sustentavam que o estilo de administração governamental e empresarial a seguir era o europeu.


A diplomacia local tentava adular o governo britânico com a esperança de entrar para o Commonwealth (comunidade britânica) e ter um pedaço permanente desse mercado. Nos anos 30, o chanceler Julio Roca provocou polêmica ao afirmar que a Argentina era "uma das joias da coroa britânica".

Essa ideia de estar ligada à Europa por uma espécie de cordão umbilical comercial e cultural persistiu ao longo de nove décadas e intercalava-se com admirações pelos Estados Unidos.

O Brasil, durante o século 20, foi encarado inicialmente com desprezo e depois como rival econômico e político. Mas a crise de 2001-2002 alterou os modelos argentinos.

O país deixou de olhar para o Velho Continente e os EUA como exemplos. O Brasil deixou de ser visto como rival e começou a ser avaliado como líder regional e o novo modelo a seguir.

Muitos argentinos indicam que já existe uma relação de dependência com o Brasil. Um dos primeiros a trazer a imagem a público foi o empresário Franco Macri - símbolo do capitalismo local nos anos 90 - que, em 1995, afirmou: "Em breve, a Argentina se transformará no Estado número 27 do Brasil." Há um mês, Macri repetiu o conceito, mas como fato consumado: "A Argentina é uma província do Brasil."

Nos últimos meses, o peso crescente do Brasil no cenário mundial, junto com a expansão das empresas brasileiras na Argentina, fez com que o modelo agora seja o brasileiro. Jornais, revistas e programas de TV em Buenos Aires dedicam grande espaço ao "sucesso" do Brasil.

O analista Rosendo Fraga, diretor do Centro de Estudos Nueva Mayoría, ressaltou ao Estado como o cenário entre os dois países deu um giro de 180 graus em um século: "Em 1910, o PIB argentino era o dobro do brasileiro. Mas em 2010 o PIB argentino é a quinta parte do brasileiro".

Série de crises. As desventuras argentinas acentuaram-se a partir de 1975, quando começou uma série de seis pesadas crises econômicas, acompanhadas de turbulências políticas que implicaram a passagem de 16 presidentes (o Brasil teve sete presidentes nesse período). Além de fuga de divisas, a Argentina sofreu um êxodo de profissionais que minou a capacidade técnica do país.

No entanto, apesar das crises, o país consegue manter elevado IDH (índice de desenvolvimento da humano, que mede a qualidade de vida da população). No índice elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Argentina ocupa o posto número 49 entre 180 países, o segundo lugar na América Latina, atrás do Chile (no ranking mundial, o Brasil está no 75.º lugar). Mas, quando o índice começou a ser elaborado, há 20 anos, a Argentina estava no 38.º lugar nesse ranking.

Sem estratégias. O ex-vice-ministro da Economia Orlando Ferreres disse ao Estado que, ao contrário do Brasil, a Argentina "careceu de estratégias de longo prazo". Segundo o economista, por esse motivo o país vive um cenário no qual até a carne - símbolo nacional - possui uma presença cada vez maior do Brasil: "Frigoríficos argentinos são comprados por empresas brasileiras, com respaldo do BNDES, organismo que invejamos, sem similar na Argentina."

Ceferino Reato, autor da primeira biografia de Lula escrita fora do Brasil - Lula, a Esquerda no Divã -, disse que os argentinos admiram do Brasil "a pujança dos empresários, a estabilidade econômica, o bom ambiente para negócios. Na política, admiramos o estilo negociador e conciliador das elites brasileiras."

Os líderes da oposição na Argentina elogiam o Brasil para, por tabela, criticar o governo da presidente Cristina Kirchner. Mas esse fenômeno também é usado na contramão pela presidente Cristina, que há uma semana afirmou ter "melhor relacionamento com os empresários brasileiros que investem na Argentina do que com os próprios industriais argentinos".

No discurso de lançamento de campanha, em 2007, Cristina Kirchner citou uma única empresa - a Embraer - como modelo a ser imitado.

Produtos brasileiros. Os produtos "made in Brazil" já fazem parte do cotidiano dos argentinos e resistem a qualquer tentativa de boicote. Ao longo da década, em várias ocasiões, sindicatos e associações empresariais tentaram deflagrar campanhas contra produtos brasileiros. Todas fracassaram.

Um portenho pode acordar de manhã, lavar o rosto e secá-lo com uma toalha da Coteminas, produzida na Província de Santiago del Estero.

Depois, poderá vestir um jeans (70% do denim argentino está em mãos de empresas brasileiras) e colocar nos pés um calçado produzido pela indústria brasileira Paquetá em Chivilcoy. Na sequência, ao sair de casa em seu automóvel, abasteceria o tanque em um posto de gasolina da Petrobrás.

Na hora do almoço, em restaurante construído com cimento da Loma Negra (comprada pela Camargo Correa), poderia saborear um bife de um dos vários frigoríficos brasileiros - entre eles o Friboi e Marfrig - que nos últimos anos adquiriram empresas na Argentina. Na hora de pagar, poderá fazê-lo com seu cartão de débito do banco Itaú.


Fonte:http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100530/not_imp558780,0.php

Analistas já veem o País em pleno emprego

Desemprego de 6,7%, dessazonalizado, já provoca pressões inflacionárias
30 de maio de 2010 | 0h 00



Fernando Dantas - O Estado de S.Paulo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter sido modesto quando disse na semana passada que o Brasil se aproxima do pleno emprego. Para diversos analistas, o País, na verdade, já ultrapassou a marca do "pleno emprego" na visão econômica.


Nessa definição, o termo não significa que todo mundo que procura trabalho seja bem-sucedido. Na verdade, trata-se de uma taxa de desemprego mínima a partir da qual começam a faltar trabalhadores em diversas funções, levando à alta de salários, mas também a pressões de custos, que atiçam a inflação.

Assim, se a comemoração do presidente em relação ao pleno emprego é justificada, por outro lado esse é mais um sinal de que a economia pode estar vivendo um período de superaquecimento em pleno ano eleitoral, criando riscos inflacionários.

O pleno emprego é um indicador difícil de estimar, que varia muito de analista para analista. Mas o atual nível da taxa de desemprego livre de influências sazonais, de 6,7% em abril, está abaixo ou bem abaixo da maioria das estimativas de nível de pleno emprego obtidas pelo Estado - que correspondem a níveis de desemprego entre 6,5% e 8,5%.

Essas taxas de desemprego referem-se à Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com indicadores do mercado de trabalho das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife. Os bancos recalculam a série eliminando os fatores sazonais, com resultados que são praticamente os mesmos.

"Já caímos abaixo do pleno emprego, em termos econômicos", diz Cristiano Souza, economista do Santander. A estimativa da instituição é de que a "taxa neutra", ou "taxa não inflacionária" de desemprego - a definição mais precisa usada hoje para pleno emprego - seja de 8%. Na verdade, bem no meio do intervalo de 7,5% a 8,5% calculado pelo próprio Banco Central (BC), no início de 2008, para o indicador.

Riscos. Uma taxa de desemprego abaixo do nível correspondente ao pleno emprego provoca escassez de mão de obra em muitos setores e alta dos custos salariais, o que vem ocorrendo na construção civil. A população empregada no setor cresceu 10,6% na comparação de abril de 2010 com o mesmo mês de 2009, enquanto a população empregada como um todo crescia 4,3%. Dessa forma, no mesmo período, a renda média real da construção aumentou 13,4%, comparado com uma alta de 2,3% para todos os trabalhadores. "São as taxas mais fortes entre todos os setores", nota Aurélio Bicalho, economista do Itaú Unibanco.

Desde o início da atual série da PME, em março de 2002, o desemprego caiu quase pela metade em termos dessazonalizados, saindo de 12,3% para 6,8% em abril de 2010. O movimento acelerou-se a partir de 2006, quando o desemprego médio no ano ficou em 10%. Para 2010, o Banco Santander projeta um desemprego médio de 6,8%, e o Bradesco, de 7,1% - ou seja, bem abaixo do nível de 8,1% em 2009, e mesmo da taxa média de 7,9% em 2008, um ano de forte desempenho da economia.

Até o fim de 2010, as previsões variam de uma ligeira alta no desemprego em relação a abril até uma queda expressiva. Uma das projeções mais fortes é a de Fábio Ramos, da Quest, gestora de recursos do ex-ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros.

Ramos prevê, baseado nos resultados sobre emprego formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que a taxa de desemprego dessazonalizada atinja 6% em dezembro deste ano. Itaú Unibanco, Bradesco e Santander têm projeções para dezembro que variam de 6,6% a 7%. No caso do Bradesco, a previsão é para a média do último trimestre.

"Se o fluxo de criação de vagas formais no Caged continuar na atual cadência, a taxa pode cair até para menos de 6% no fim do ano", diz Ramos, referindo-se ao desemprego dessazonalizado. Ele acha mais provável, porém, que o ritmo de criação de vagas formais caia do nível dos últimos meses, em torno de 200 mil, para algo mais próximo a 150 mil - o que o economista considera compatível com a previsão de desemprego de 6% no fim do ano.

Bradesco e Itaú apostam que o mercado de trabalho continuará aquecido até o fim de 2010, mas num ritmo menos explosivo que o do primeiro trimestre. Bicalho, do Itaú Unibanco, observa que os números do emprego no momento refletem a atividade econômica muito acelerada do último trimestre de 2009 e do primeiro deste ano, para a qual o banco prevê crescimento de 3% (ou 12,6% em termos anualizados). O economista acha que, a partir de agora, a economia deve crescer a 1% ou pouco mais por trimestre, o que seria suficiente para manter o desemprego próximo a 7% até o fim do ano.

No Departamento Econômico do Bradesco, nota-se que o mercado de trabalho exuberante faz com que mais pessoas que estavam à margem busquem emprego, aumentando a população economicamente ativa. Isso, por sua vez, pode reduzir o ritmo da queda do desemprego. O crescimento da população economicamente ativa saltou de 1,4% em dezembro (ante mesmo mês do ano anterior) para 2,5% em abril.

"Esperamos que a melhora no mercado de trabalho continue, mas de forma mais lenta, já que o número de pessoas procurando emprego deverá aumentar, em conformidade com as notícias favoráveis", diz Octavio de Barros, diretor de Pesquisa Macroeconômica do Bradesco.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100530/not_imp558787,0.php

Brasil tem 2º maior crescimento global

PIB do País no 1º trimestre deve registrar aumento anualizado superior ao da China, ficando atrás apenas da Índia entre as maiores economias

Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O Brasil deve ocupar o segundo lugar no ranking das maiores taxas de crescimento do mundo no primeiro trimestre, à frente até mesmo da China. O dado oficial só será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira da semana que vem, mas, levando-se em conta as projeções do mercado financeiro, já é possível cravar que o País será um dos líderes em expansão no período.


O Itaú Unibanco, por exemplo, estima uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% nos três primeiros meses do ano, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. É uma das projeções mais elevadas de todo o mercado. Em um cálculo anualizado – ou seja, assumindo que o ritmo se manteria pelo resto do ano –, seria o equivalente a crescer 12,6% em 2010.


Para ter uma ideia, a China se expandiu a um ritmo anual de 11,2% entre janeiro e março. O líder do ranking deve ser a Índia, que avançou a uma taxa anual de 13,4%. Os Estados Unidos, que ainda lutam para se recuperar da forte crise que atingiu o país em 2008, cresceram 3%.


O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, observa que há risco de a expansão brasileira no trimestre ser ainda mais forte. O departamento econômico da instituição calcula a alta do PIB mensalmente. Considerando os resultados de janeiro, fevereiro e março nesse levantamento, o crescimento no trimestre seria de 3,6%. Ele admite que os próprios analistas se surpreenderam com o número. Por isso, preferiram optar por uma estimativa mais conservadora.

Recuo

Independentemente da posição do Brasil nesse hipotético ranking global, o fato é que a expansão no trimestre foi bastante superior ao que praticamente todos os analistas esperavam. Por isso, sem uma única exceção, eles projetam uma desaceleração daqui para a frente.


O próprio Itaú acredita que o ritmo de crescimento do PIB vai cair da faixa de 12% para algo como 4% ou 5% no último trimestre do ano. É essa freada que explica a projeção de alta para 2010 inteiro, hoje em 7,5%.


Os especialistas argumentam que, nesse cenário, a expressiva desaceleração é bem-vinda. O Brasil, dizem, não consegue crescer a uma taxa superior a 4% ou 5% de forma sustentável – ou seja, sem uma alta da inflação para um nível acima da meta estabelecida pelo governo e/ou sem abrir um rombo nas contas externas.


"O risco de acelerar demais é sair da estrada e ser obrigado a voltar para trás para retomar a rota", diz o economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa. Por isso, avalia, o Banco Central (BC) acertou ao iniciar no mês passado o ciclo de elevações da taxa básica de juros (a chamada Selic subiu de 8,75% para 9,50% ao ano).
Se o BC demorasse para agir, diz Rosa, seria obrigado a retrair a economia de uma forma mais intensa, o que poderia causar até mesmo retração do PIB em algum trimestre.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,brasil-tem-2o-maior-crescimento-global,not_20581,0.htm

Tadim do Lula



Seção Opinião Postado em 21/5/2010 9:13 por Ziraldo

Ontem, o Veríssimo escreveu uma crônica sobre a alternância das síndromes presidenciais brasileiras, onde ele fala dos presidentes, de seas carismas, de seus sortilégios ou de suas melancólicas inexpressividades. É assim: ou entra algum maluco como o Jânio ou o Collor ou entra um Dutra. Faz sentido: saindo o Lula, entrarão a Dilma ou Serra!

Estou contando isso tudo pra não citar o Veríssimo – como certa imprensa faz sempre – fora do contexto. É que eu quero falar da implicância que a maioria esmagadora dos nossos jornais, revistas e seus cronistas têm com o Lula. Não chego a querer que esse pessoal venha a fazer parte do grupo a que pertenço, os que não são fascinados por ele.

Mas, deixemos de muita conversa e citemos o Veríssimo. A certa altura de sua crônica, falando de sortilégio e do carisma do Lula, ele diz que é incrível ele “continuar com os mesmos índices de popularidade, quase no fim de seu governo, apesar do massacre da grande imprensa.” Foi o Veríssimo que falou.

Vocês viram, por exemplo, como O Globo cobriu as ações do Lula – o primeiro político brasileiro de projeção internacional – no episódio do Irã? O mundo, alguma vez, deu a mínima importância ao Brasil? A revista Life publicou, um pouco antes de acabar, um álbum de fotografias das coisas importantes que aconteceram no mundo no Século Vinte. Sabe quantas fotos do Brasil tinha no álbum? Nem uma. Nem da miséria brasileira.


Quero deixar claro que o que me comove no Lula não são seus atos, nem sua forma de governar. O que me comove no Lula é sua biografia. Vi de perto, quando tudo começou. Estava entre os entrevistados na primeira entrevista nacional que ele deu, na redação do Pasquim, não acertando uma só concordância nos seus verbos...

Bem eu não ia escrever isto tudo. Ia só ressaltar um exemplo da implicância jornalística com o meu amigo. Vejam: a seleção brasileira vai visitar o Lula antes de viajar. O Globo, então, resolve gozar o Lula numa charge colorida de página inteira: a primeira página do caderno de esportes. Aí, diz lá dentro que o Lula é um enorme pé frio. Cuidado, Dunga!

Em seguida, chamam a atenção da seleção para o risco e provam: a única vez que uma coisa como esta aconteceu, foi quando a seleção foi a Brasília pedir a benção a um presidente, o Médici.

Pois, sabem o que aconteceu naquele episódio, agora renovado? O Brasil foi campeão do mundo. Mas o Globo insistiu com o aviso.

Eu estava morrendo de raiva do Dunga. Agora, vou torcer, desesperadamente, por ele e pelo Jorginho. E já estou até entendendo porque foi que ele convocou o Grafite. É que, nos quinze minutos que o Dunga viu o Grafite jogar, ele descobriu que ele volta pra marcar.

Fonte: http://ziraldo.blogtv.uol.com.br/2010/05/21/tadim-do-lula

The Story of Bottled Water (Português) from Guilherme Machado on Vimeo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Democracia é isto?


“Silêncio, solidão”
Paulo Nogueira Batista

HOJE, ESTOU com ímpetos, leitor, de escrever um artigo altamente patético. Veja só o título que escolhi.
Na semana passada, lá estava eu, na trincheira como sempre, na minha vida espartana em Washington, lutando contra as forças do status quo no FMI. Refiro-me sobretudo aos europeus -não todos, há exceções honrosas, mas à grande maioria.
Se permitirmos, essa maioria europeia não só bloqueará as reformas do FMI e de outras instituições como ainda patrocinará reformas regressivas, verdadeiras contrarreformas.
É uma guerra de posições, como a do front ocidental na Primeira Guerra Mundial. Os Exércitos sangravam horrores para avançar alguns quilômetros. O mais belo livro a esse respeito foi escrito por um oficial alemão, Ernst Jünger, e carrega o título forte “Tempestades de Aço”.
Mas estou me perdendo do assunto. Aconteceu o seguinte: lá estava eu, na minha trincheira, sob bombardeio, quando veio o que se poderia descrever, com algum exagero (reconheço), como um “Dolchstoss im Rücken”, uma “punhalada nas costas” (já que falei em Primeira Guerra).
Telefona-me Raul Juste Lores, que não tive o prazer de conhecer, mas que vem a ser o novo editor do caderno Dinheiro, para informar, de chofre, que a minha coluna deixará de ser publicada pela Folha. Nada de “o gato subiu no telhado” etc. Foi uma execução sumária. Parece que vem aí uma nova turma de colunistas, feroz, antenadíssima com as novas tendências, pronta para escrever sobre temas de vanguarda como tecnologia, linguagem digital, entre outros.
Este é o meu último artigo na coluna. Ora, na minha coluna, os personagens não têm os nomes que têm por mera coincidência ou acaso. Se o novo editor do Dinheiro se chama Juste, isso indica certamente uma inapelável tendência ao equilíbrio e à justiça. Ele me disse com todas as letras (sem intenção de ferir): “A sua coluna é das mais longevas”.
Longeva! Senti-me imediatamente como uma múmia, pronta a ser encaminhada para o sarcófago mais próximo.
Fico agora reduzido ao silêncio nestas páginas. (Naturalmente, haverá quem considere que o silêncio veio tarde.) O meu isolamento, agravado pela residência no exterior, aumenta ainda mais. E, claro, as saudades do Brasil -a coluna era um meio de me manter em contato semanal com o país e o leitor brasileiro.
Agradeço à Folha pela liberdade que me deu para expressar meus pontos de vista durante cerca de 15 anos de colaboração regular. Também ao Jacques Constantino, ao Marcos Cézari e a outros que tanto me ajudaram a editar e corrigir os artigos, com grande paciência para as minhas revisões de última hora e para os artigos concluídos, às vezes, no apagar das luzes.
Não me esqueço, em especial, de um episódio. Nos anos 90, o Banco Central entrou com uma notificação judicial contra mim, alegando difamação e ofensas. Foi na época em que a instituição era presidida por certo Napoleão de hospício. A Folha colocou à minha disposição, sem que eu tivesse que gastar um tostão, um advogado especializado que me defendeu com muita competência. O Banco Central acabou desistindo do processo.
Por último, mas não menos importante, agradeço a atenção dos leitores que tantas vezes se manifestaram para apoiar, comentar ou discordar dos artigos. Aos que quiserem, posso informar, via e-mail, onde continuarei publicando artigos daqui para a frente.

No planeta Serra.....

Arraia na quinta....da boa vista...no sábado

Um acordo e seis verdades

José Luís Fiori, no Valor Econômico

“A mediação bem sucedida de Lula com o Irã alçaria o Brasil no cenário mundial.” O Globo, 16 de maio de 2010, p. 38.

Na terça feira, 18 de maio de 2010, foi assinado o Acordo Nuclear entre o Brasil, a Turquia e o Irã, que dispensa maiores apresentações. E como é sabido, quarenta e oito horas depois da assinatura do Acordo, os Estados Unidos propuseram ao Conselho de Segurança da ONU, uma nova rodada de sanções ao Irã, junto com a Inglaterra, França e Alemanha, e com o apoio discreto da China e da Rússia.

Apesar da rapidez dos acontecimentos, já é possível decantar algumas verdades no meio da confusão:

1) A iniciativa diplomática do Brasil e da Turquia não foi uma “rebelião da periferia”, nem foi um desafio aberto ao poder americano. Neste momento, os dois países são membros não permanentes do Conselho de Segurança da ONU, e desde o início contaram com o apoio e o estímulo de todos os cinco membros permanentes. Além disso, as diplomacias brasileira e turca estiveram em contato permanente com os governos desses países durante a negociação. A Turquia pertence à OTAN, e abriga em seu território armas atômicas norte-americanas. E o presidente Lula recebeu carta de estímulo do presidente Barack Obama, duas semanas antes da assinatura da visita de Lula, e a secretária de Estado norte-americana declarou – na véspera do Acordo – que se tratava da “última esperança” de solucionar de forma diplomática a “questão nuclear iraniana”.

2) O que provocou surpresa e irritação em alguns setores, portanto, não foram as negociações, nem os termos do acordo final, que já eram conhecidos. Foi o sucesso do presidente brasileiro que todos consideravam impossível ou muito improvável. Sua mediação viabilizou o acordo, e ao mesmo tempo descalçou a proposta de sanções articulada pela secretária de Estado americana depois de sucessivas concessões à Rússia e à China. E, além disso, criou uma nova realidade que já escapou ao controle dos Estados Unidos e seus aliados, e do Brasil e Turquia.

3) A reação americana contra o Acordo foi rápida e ágil, mas o preço que os Estados Unidos pagarão pela sua posição contra esta iniciativa pacifista será muito alto. Perdem autoridade moral dentro das Nações Unidas e perdem credibilidade entre seus aliados do Oriente Médio, com a exceção de Israel, por razões óbvias. E já agora, passe o que passe, o Brasil e a Turquia serão uma referência ética e pacifista, em todos os desdobramentos futuros deste contencioso.

4) Existe consenso que a estrutura de governança mundial estabelecida depois da II Guerra Mundial, e reformulada depois do fim da Guerra Fria, já não corresponde à configuração do poder mundial. Está em curso uma mudança na distribuição dos recursos do poder global, mas não se trata de um processo automático, e dependerá muito da capacidade estratégica e da ousadia dos governos envolvidos nesse processo de transformação. O Oriente Médio faz parte da zona de segurança e interesse imediato da Turquia, mas no caso do Brasil, foi a primeira vez que interveio numa negociação longe de sua zona imediata de interesse regional, envolvendo uma agenda nuclear, e todas as grandes potências do mundo. A mensagem foi clara: o Brasil quer ser uma potência global e usará sua influência para ajudar a moldar o mundo, além de suas fronteiras. E o sucesso do Acordo já consagrou uma nova posição de autonomia do Brasil, com relação aos Estados Unidos, Inglaterra e França e, também, com relação aos países do Bric.

5) O acordo seguirá sendo a melhor chance para prevenir um conflito militar em todo o Oriente Médio. As sanções em discussão são fracas, já foram diluídas, não são totalmente obrigatórias, e não atingirão a capacidade de resistência iraniana. Pelo contrário, se foram aprovadas e aplicadas, liberarão automaticamente o governo do Irã de qualquer controle ou restrição, diminuirão o controle norte-americano e da AIEA, acelerarão o programa nuclear iraniano e aumentarão a probabilidade de um ataque israelense. Porque os Estados Unidos já estão envolvidos em duas guerras, e não é provável que a OTAN assuma diretamente esta nova frente de batalha, a despeito do anti-islamismo militante, dos atuais governos de direita, da Alemanha, França e Itália.

6) Por fim, o jornal “O Globo” foi quem acertou em cheio, ao prever – com perfeita lucidez – na véspera do Acordo, que o sucesso da mediação do presidente Lula com o Irã projetaria o Brasil, definitivamente, no cenário mundial. O que de fato aconteceu, estabelecendo uma descontinuidade definitiva com relação à política externa do governo FHC, que foi, ao mesmo tempo, provinciana e deslumbrada, e submissa aos juízos e decisões estratégicas das grandes potências.

José Luís Fiori é professor titular de economia política internacional do Núcleo de Estudos Internacionais da UFRJ, e co-autor do livro “O Mito do Colapso do Poder Americano”, da Editora Record, 2008. Escreve mensalmente às quartas-feiras.

Jarbas Vasconcelos e o Bolsa Família

Jarbas Vasconcellos à revista Veja, em 18/02/2009:

Mas esse presidente que o senhor aponta como medíocre é recordista de popularidade. Em seu estado, Pernambuco, o presidente beira os 100% de aprovação. O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro. Imagine isso no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre. O Bolsa Família é o maior programa oficial de compra de votos do mundo.

O senhor não acha que o Bolsa Família tem virtudes? Há um benefício imediato e uma consequência futura nefasta, pois o programa não tem compromisso com a educação, com a qualificação, com a formação de quadros para o trabalho. Em algumas regiões de Pernambuco, como a Zona da Mata e o agreste, já há uma grande carência de mão-de-obra. Famílias com dois ou três beneficiados pelo programa deixam o trabalho de lado, preferem viver de assistencialismo. Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família. A situação imediata do nordestino melhorou, mas a miséria social permanece.

A oposição está acuada pela popularidade de Lula? Eu fui oposição ao governo militar como deputado e me lembro de que o general Médici também era endeusado no Nordeste. Se Lula criou o Bolsa Família, naquela época havia o Funrural, que tinha o mesmo efeito. Mas ninguém desistiu de combater a ditadura por isso. A popularidade de Lula não deveria ser motivo para a extinção da oposição. Temos aqui trinta senadores contrários ao governo. Sempre defendi que cada um de nós fiscalizasse um setor importante do governo. Olhasse com lupa o Banco do Brasil, o PAC, a Petrobras, as licitações, o Bolsa Família, as pajelanças e bondades do governo. Mas ninguém faz nada. Na única vez em que nos organizamos, derrotamos a CPMF. Não é uma batalha perdida, mas a oposição precisa ser mais efetiva. Há um diagnóstico claro de que o governo é medíocre e está comprometendo nosso futuro. A oposição tem de mostrar isso à população.

Comédia em pé


terça-feira, 25 de maio de 2010

Dúvidas

Desde o inicio deste blog, tenho me pautado a questionar o não cumprimento das leis por qualquer coordenação, seja no caso do pagamento dos ps's onde algumas pessoas do NCE e ate mesmo o Coordenador da época(Ageu) e de alguns diretores mal informados que acreditam que lei existe apenas quando lhe convém, ou então neste pretensso regimento do NCE e do Conselho Deliberativo.

Já na discussão de ambos regimentos,já se começou a desenhar o que seria esta nova coordenação, pois pessoas que fizeram parte da comissão para redigir os regimentos, são e foram diretores nesta coordenação, tentaram estruturar este regimento de uma forma anti democratica, estas tentativas foram barradas, mas infelizmente as pessoas que resitiam e que eram a garantia de um regimento melhor, desistiram da luta, e após esta desistência, a comissão atraves de um golpe mudou tudo que já havia sido votado e não agradava a este grupo.

Esta aberração(os regimentos), foram levados a todos e aprovado com um discursso de mocratico e de gestão participativa, as eleições para Coordenador e Conselho Deliberativo foram baseadas nestes regimentos, que em seu texto diz seguir a LDB, mas que esta frontalmente contrario ao que esta definido nela, no estatuto da UFRJ e no regimento do Consuni onde este em seu regimento diz, que qualquer mudança no estatuto da UFRJ, nos regimentos de qualquer unidade somente serão válidos após serem aprovados pelo Consuni, ou seja, as eleições foram baseadas sobre algo que não vale, ou seja, não se seguem as regras da própria universidade.

De acordo com o radio corredor, ambos regimentos que foram enviados a mais de um ano para o Consuni estavam na Comissão de Normas do Consuni, e ambos foram rechaçados por todos os participantes desta comissão, e entendido como uma afronta não somente a UFRJ, mas também como a qualquer lei existente, uma verdadeira peça autoritária e anti democratica.

Mais uma vez vemos esta afronta a qualquer lei, ou regra , quando em uma reunião o Conselho Deliberativo tenta se livrar de alguns opositores, com argumentos pra lá de discutiveis, mentirosos é vís. mais uma eleição para o Conselho Deliberativo é feita e baseada nestes regimentos que não são válidos, e pelos corredores pessoas murmuram em seguir esta coisa pois é o que tem, e tentam através tambem de atos não legais, não validos, combater estes abusos, a ultima é de não senguirem um artigo do regimento do CD que da poder de voto ao Vice Diretor, negam este direito independente dele estar previsto no regimento, uma verdadeira briga politica baseada apenas em força, não em regras.

Pelo corredor dizem que este Blog é de oposição, de situação, ou apenas um delirio ideológico, um sonho de utopia, coisa de maluco, e outros adjetivos que por educação e respeito aos leitores prefiro não publicar ate tambe por respeito a minha pobre mãezinha, minha unica opinião e esta está expressa bem clara em todos os posts, é o respeito a lei, as regras estabelecidas, a justiça. Não apoio ninguem,não quero eleger ninguem, pois todos que estiveram e estão na coordenação tem seus defeitos e qualidades(pelo menos ate julho de 2009)meu unico intuito é despertar nas mentes o que se passa no NCE, despertar a dúvida, a discussão, refletir sobre o que cada um quer realmente, o que foi e o que será, não so pelo lado pessoal, mas o lado profissional, que as pessaos deixem de olhar somente seus umbigos, mas entender que só com direitos iguais, respeito a pessoa, e um pensamento solidário é que criamos um mundo melhor, uma educação melhor, um NCE humano.

Gestão Participativa

Onde está ela ou era apenas Marketing?

Regimento NCE/Conselho Deliberativo

Onde está o parecer da Comissão de Normas do Consuni sobre o regimento do NCE e do Conselho Deliberativo, que providências a Direção e o Conselho Deliberativo estão tomando para obter esta informação?

Voto Vice Diretor

Vice Diretor tem direito a voto, está no regimento, foi aprovado, qualquer discussão se deve ou não votar deve ser feita uma proposição ao CD para modificação do regimento, mas neste momento,deve ser seguido o que está no regimento, no direito publico, administrativo, só é permitido o que está escrito.



Art. 2. Em conformidade com o Regimento do NCE:
I – O Conselho Deliberativo é composto pelo Diretor e Vice-Diretor do NCE e por 13
Conselheiros, constituindo seus membros natos;
II – As atribuições definidas como de competência do Conselho Deliberativo são
exercidas por meio de seu Plenário.

Art. 4. Somente os membros natos do Conselho Deliberativo podem, nos termos deste
Regimento, exercer o voto.
Da Mesa Diretora
Art. 7. São atribuições da Vice-Presidência:
I – Assistir a Presidência;
II – Exercer a Presidência nos eventuais impedimentos e ausências do Diretor do
NCE;
III – Participar de comissões temporárias;
IV – Participar dos debates;
V – Submeter proposições do interesse da Direção Executiva;
VI – Exercer função de relator;
VII – Exercer o direito de voto.

Art. 16. É incompatível com o decoro do cargo:
I – Transgredir as prerrogativas asseguradas ao Conselheiro;
II – Obter vantagens indevidas, pecuniárias ou não, facultadas pelo mandato;
III – Descumprir ou não fazer cumprir este Regimento;
IV – Infringir o Código de Ética Profissional do Servidor Público Federal (Decreto
1.171/94).
Parágrafo único. A prática, nas dependências da UFRJ, de ato incompatível com o
decoro do cargo ou com a compostura pessoal, pode resultar em cassação de mandato por
deliberação do Plenário.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Florestan Fernandes - documentário


Neste documentário contém uma das explicações da razão deste blog existir, já que me perguntam qual a razão de estar aqui.


domingo, 23 de maio de 2010

Chico Science - todos estão surdos

Juntos construimos coisas belas..




Piano

Uma imagem vale mais que um milhão de palavras


Existe vida além de nosso umbigo





No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, houve um grande incêndio no circo "Gran Circus Norte-Americano", o que foi considerado uma das maiores Fatalidades em Todo Mundo Circense . Neste incêndio morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças. Na antevéspera do Natal, seis dias após o acontecimento, José acordou alegando ter ouvido "vozes astrais", segundo suas próprias palavras, que o mandavam abandonar o mundo material e se dedicar apenas ao mundo espiritual. O Profeta pegou um de seus caminhões e foi para o local do incêndio. Plantou jardim e horta sobre as cinzas do circo em Niterói, local que um dia foi palco de tantas alegrias, mas também de muita tristeza. Aquela foi sua morada por quatro anos. Lá, José Datrino incutiu nas pessoas o real sentido das palavras Agradecido e Gentileza. Foi um consolador voluntário, que confortou os familiares das vítimas da tragédia com suas palavras de bondade. Daquele dia em diante, passou a se chamar "José Agradecido", ou simplesmente "Profeta Gentileza".

Após deixar o local que foi denominado "Paraíso Gentileza", o profeta Gentileza começou a sua jornada como personagem andarilho. A partir de 1970 percorreu toda a cidade. Era visto em ruas, praças, nas barcas da travessia entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, em trens e ônibus, fazendo sua pregação e levando palavras de amor, bondade e respeito pelo próximo e pela natureza a todos que cruzassem seu caminho. Aos que o chamavam de louco, ele respondia: - "Sou maluco para te amar e louco para te salvar".

Existe vida inteligente no PSBD

Luiz Carlos Bresser Pereira*, na Folha de S. Paulo, em 23/05/2010

Há algum tempo, o establishment mundial recebeu com um misto de irritação e descrença a notícia de que o presidente Lula se dispunha a intermediar a questão do Irã.

Na semana passada a diplomacia brasileira alcançou um êxito histórico em Teerã ao lograr que o governo nacionalista islâmico do Irã aceitasse o acordo sobre a troca de urânio pouco enriquecido por urânio enriquecido a 20% nos mesmos termos que as grandes potências e a AIEA(agência atômica da ONU) haviam proposto há seis meses.

Não obstante, alegando que o acordo não assegura que o Irã não utilizará o restante do urânio em seu poder para se tornar potência nuclear, os EUA conseguiram convencer as demais grandes potências a levar ao Conselho de Segurança da ONU a proposta de novas sanções ao Irã. E adicionaram mais uma “razão”: assim, evitam que seu aliado Israel bombardeie o Irã. Significa isso que o acordo de Teerã fracassou?

As razões para ignorar o acordo bem pensado e realizado não se sustentam. A recusa dos EUA de continuar a negociação a partir dele deixou mais uma vez claro que seu objetivo principal não é evitar que o Irã tenha a bomba, mas é desestabilizar seu governo.

Desde a Revolução Islâmica de 1979, os EUA vêm procurando derrubar o governo nacionalista iraniano. Primeiro, porque o regime seria fundamentalista; depois, porque ameaçaria Israel.

Nesse sentido, suas ações não se limitaram ao “soft power” e à diplomacia, mas foram militares. Em 1981, financiaram uma guerra mortífera do Iraque de Saddam Hussein contra o Irã, que durou quase dez anos e terminou com a derrota da coligação americano-iraquiana.

Agora, depois de haver invadido e submetido seu antigo aliado, voltam- se de novo contra o regime dos aiatolás e de seu boquirroto e autoritário presidente, Mahmoud Ahmadinejad.

Mostram, assim, coerência em sua política imperial de controle político-militar do Oriente Médio. O fato de a China ter concordado em assinar o pedido de mais sanções significaria que não usará seu poder de veto no Conselho de Segurança? É possível, mas não é provável. A China assinou o pedido para, neste momento, não aumentar seu contencioso com os EUA, que já é grande.

Por isso, é bem possível que o acordo de Teerã e as reações que está provocando levem os chineses, que não têm interesse em que os EUA e a Europa aumentem ainda mais seu poder no Oriente Médio, afinal a recusar seu voto às sanções.

Os EUA são um império em decadência que tenta ser imperial em uma fase da história mundial na qual os impérios não fazem mais sentido.

Os dois últimos grandes impérios foram o britânico e o soviético. Fracassaram por diferentes razões, mas principalmente porque hoje mesmo países mais atrasados são membros plenos da ONU e não aceitam a dominação imperial.

Não obstante, os EUA insistem em terem bases militares espalhadas em todo o mundo para “legitimar” a imposição de sua vontade. Sabemos, porém, que não é com armas, mas com bons argumentos e com concessões mútuas que haverá paz entre as nações.

*LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC).

CHOMSKY E AS 10 ESTRATÉGIAS DE MANIPULAÇÃO MIDIÁTICA

O lingüista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através da mídia:
http://www.institutojoaogoulart.org.br/noticia.php?id=1557&back=1


1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')”.


2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.


3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.


5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê?“Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.


6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…


7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.


8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto…


9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!


10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Especialistas(do PSDB) discutem acordo nuclear entre Brasil e Irã





Maquiavel




Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do dia-a-dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. Em qualquer de suas acepções , porém , o maquiavelismo está associado a idéia de perfídia , a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Estas expressões pejorativas sobreviveram de certa forma incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano."

Assim , hoje em dia , na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Maquiavel, ao escrever sua principal obra, O PRÍNCIPE, criou um "manual da política", que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez por isso sua frase mais famosa: -"Os fins justificam os meios"- seja tão mal interpretada. Mas para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. É exatamente isso que vamos fazer.



Painel histórico :

Maquiavel viveu durante a Renascença Italiana , o que explica boa parte das suas idéias.

Na Itália do Renascimento reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações de crise instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado, deste para aquele senhor. Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular legitimaram e ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado central e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar.

Até 1494, graças aos esforços de Lourenço, o Magnífico, a península experimentou uma certa tranqüilidade.

Entretanto, desse ano em diante, as coisas mudaram muito. A desordem e a instabilidade ficaram incontroláveis. Para piorar a situação, que já estava grave devido aos conflitos internos entre os principados, somaram-se as constantes e desestruturadoras invasões dos países próximos como a França e a Espanha. E foi nesse cenário conturbado, onde nenhum governante conseguia se manter no poder por um período superior a dois meses, que Maquiavel passou a sua infância e adolescência.



Biobibliografia:



Maquiavel nasceu em Florença em 3 de maio de 1469, numa Itália "esplendorosa mas infeliz", segundo o historiador Garin. Sua família não mera aristocrática nem rica. Seu pai , advogado como um típico renascentista, era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho. Maquiavel com 12 anos, já escrevia no melhor estilo e, em latim.

Mas apesar do brilhantismo precoce, só em 1498, com 29 anos Maquiavel exerce seu primeiro cargo na vida pública. Foi nesse ano que Nicolau passou a ocupar a segunda chancelaria. Isso se deu após a deposição de Savonarola, acompanhado de todos os detentores de cargos importantes da república florentina. Nessa atividade, cumpriu uma série de missões, tanto fora da Itália como internamente, destacando-se sua diligência em instituir uma milícia nacional.

Com a queda de soverine, em 1512, a dinastia Médici volta ao poder, desesperando Maquiavel, que é envolvido em uma conspiração, torturado e deportado. É permitido que se mude para São Cassiano, cidade pequena próxima de Florença, onde escreve sobre a Primeira década de Tito Lívio , mas interrompe esse trabalho para escrever sua obra prima: O Príncipe , segundo alguns , destinado a que se reabilitasse com os aristocratas, já que a obra era nada mais que um manual da política.

Maquiavel viveu uma vida tranqüila em S. Cassiano. Pela manhã, ocupava-se com a administração da pequena propriedade onde está confinado. À tarde, jogava cartas numa hospedaria com pessoas simples do povoado. E à noite vestia roupas de cerimônia para conviver, através da leitura com pessoas ilustres do passado, fato que levou algumas pessoas a considerá-lo louco.

A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos grandes escritores que o antecederam, ou sejam os anos como segundo chanceler, ou até mesmo a sua capacidade de olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte.

Enfim, em 1527, com a queda dos Médici e a restauração da república, Maquiavel que achava estarem findos os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com os tiranos depostos. Então viu-se vencido. Esgotaram-se suas forças. Foi a gota d’água que estava faltando. A república considerou-o seu inimigo. Desgostoso, adoece e morre em junho.

Mas nem depois de morto, Maquiavel terá descanso. Foi posto no Index pelo concílio de Trento, o que levou-o, desde então a ser objeto de excreção dos moralistas.






Separando a ética da política

Maquiavel faleceu sem ter visto realizados os ideais pelos quais se lutou durante toda a vida. A carreira pessoal nos negócios públicos tinha sido cortada pelo meio com o retorno dos Médici e, quando estes deixaram o poder, os cidadãos esqueceram-se dele, "um homem que a fortuna tinha feito capaz de discorrer apenas sobre assuntos de Estado". Também não chegou a ver a Itália forte e unificada.

Deixou porém um valioso legado: o conjunto de idéias elaborado em cinco ou seis anos de meditação forçada pelo exílio. Talvez nem ele mesmo soubesse avaliar a importância desses pensamentos dentro do panorama mais amplo da história, pois " especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que se apresentavam". Apesar disso, revolucionou a história das teorias políticas, constituindo-se um marco que modificou o fato das teorias do Estado e da sociedade não ultrapassarem os limites da especulação filosófica.

O universo mental de Nicolau Maquiavel é completamente diverso. Em São Casciano, tem plena consciência de sua originalidade e trilha um novo caminho. Deliberadamente distancia-se dos " tratados sistemáticos da escolástica medieval" e, à semelhança dos renascentistas preocupados em fundar uma nova ciência física, rompe com o pensamento anterior, através da defesa do método da investigação empírica.



"Princípios maquiavélicos"

Maquiavel nunca chegou a escrever a sua frase mais famosa: "os fins justificam os meios". Mas com certeza ela é o melhor resumo para sua maneira de pensar. Seria praticamente impossível analisar num só trabalho , todo o pensamento de Nicolau Maquiavel , portanto, vamos analisá-lo baseados nessa máxima tão conhecida e tão diferentemente interpretada.

Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressa nitidamente os seus sentimentos de desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressa também a necessidade ( não só dele mas de todo o povo Italiano ) de um monarca com pulso firme, determinado que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e nem medir esforços.

Em O Príncipe, Maquiavel faz uma referência elogiosa a César Bórgia, que após ter encontrado na recém conquistada Romanha , um lugar assolado por pilhagens , furtos e maldades de todo tipo, confia o poder a Dom Ramiro d'Orco. Este, por meio de uma tirania impiedosa e inflexível põe fim à anarquia e se faz detestado por toda parte. Para recuperar sua popularidade, só restava a Bórgia suprimir seu ministro. E um dia em plena praça , no meio de Cesena, mandou que o partissem ao meio. O povo por sua vez ficou , ao mesmo tempo, satisfeito e chocado.

Para Maquiavel , um príncipe não deve medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo.

" sou de parecer de que é melhor ser ousado do que prudente, pois a fortuna( oportunidade) é mulher e, para conservá-la submissa, é necessário (...) contrariá-la. Vê-se , que prefere, não raramente, deixar-se vender pelos ousados do que pelos que agem friamente. Por isso é sempre amiga dos jovens, visto terem eles menos respeito e mais ferocidade e subjugarem-na com mais audácia".

Para Maquiavel, como renascentista que era, quase tudo que veio antes estava errado. Esse tudo deve incluir os pensamentos e as idéias de Aristóteles. Ao contrário deste, Maquiavel não acredita que a prudência seja o melhor caminho. Para ele, a coerência está contida na arte de governar. Maquiavel procura a prática. A execução fria das observações meticulosamente analisadas, feitas sobre o Estado, a sociedade. Maquiavel segue o espírito renascentista, inovador. Ele quer superar o medieval. Quer separar os interesses do Estado dos dogmas e interesses da igreja.

Maquiavel não era o vilão que as pessoas pensam. Ele não era nem malvado. O termo maquiavélico tem sido constantemente ml interpretado.

"Os fins justificam os meios" .Maquiavel , ao dizer essa frase, provavelmente não fazia idéia de quanta polêmica ela causaria. Ao dizer isso, Maquiavel não quis dizer que qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo. Seria totalmente absurdo. O que Maquiavel quis dizer foi que os fins determinam os meios. É de acordo com o seu objetivo que você vai traçar os seus planos de como atingi-los.



A contribuição de Nicolau Maquiavel para o mundo é imensa. Ensinou, através da sua obra , a vários políticos e governantes. Aliás, a obra de Maquiavel entrou para sempre não só na história, como na nossa vida cotidiana atual, já que é aplicável a todos os tempos.

É possível perceber que "Maquiavel, fingindo ensinar aos governantes, ensinou também ao povo". E é por isso que até hoje, e provavelmente para sempre, ele será reconhecido como um dos maiores pensadores da história do mundo.



Algumas máximas maquiavélicas:

"Os fins justificam os meios"

"Não se pode chamar de "valor" assassinar seus cidadãos, trair seus amigos, faltar a palavra dada, ser desapiedado, não ter religião. Essas atitudes podem levar à conquista de um império, mas não à glória"

"Homens ofendem por medo ou por ódio"

"Assegurar-se contra os inimigos, ganhar amigos, vencer por força ou por fraude, faze-se amar a e temer pelo povo, ser seguido e respeitado pelos soldados, destruir os que podem ou devem causar dano, inovar com propostas novas as instituições antigas, ser severo e agradável, magnânimo e liberal, destruir a milícia infiel e criar uma nova, manter as amizades de reis e príncipes, de modo que lhe devam beneficiar com cortesia ou combater com respeito, não encontrará exemplos mais atuais do que as ações do duque."

"Um príncipe sábio deve observar modos similares e nunca, em tempo de paz, ficar ocioso""

"...Pois o homem que queira professar o bem por toda parte é natural que se arruíne entre tantos que não são bons."

"... vindo a necessidade com os tempos adversos, não se tem tempo para fazer o mal, e o bem que se faz não traz benefícios, pois julga-se feito à força, e não traz reconhecimento."

"Tendo o príncipe necessidade de saber usar bem a natureza do animal, deve escolher a raposa e o leão, pois o leão não sabe se defender das armadilhas e a raposa não sabe se defender da força bruta dos lobos. Portanto é preciso ser raposa, para conhecer as armadilhas e leão, para aterrorizar os lobos."

"Pelo que se nota que os homens ou são aliciados ou aniquilados"

Fonte:http://www.culturabrasil.pro.br/maquiavel.htm