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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Em casa de ferreiro o espeto é de pau

Por: Thiago Faria, do R7

Ex-colega de Índio da Costa (DEM-RJ) na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, a vereadora do PSDB Andrea Gouvêa Vieira recebeu com indignação a notícia de que o deputado federal será o vice de José Serra (PSDB) na disputa presidencial. Para Andrea, a campanha tucana escolheu um “ficha suja”para o posto.

Em seu segundo mandato no legislativo carioca, Andrea foi relatora da CPI na Câmara que investigou irregularidades nos contratos de merenda escolar na cidade na época em que Índio ocupou a Secretaria de Administração (2001 a 2006).

No relatório, Andrea vê indícios de formação de quartel e pede a quebra de sigilo fiscal dos envolvidos ao Ministério Público Estadual. Procurada pela reportagem, a assessoria de Índio não retornou o contato até a publicação da notícia para comentar as acusações.

- O que eu penso do candidato Índio da Costa está refletido neste relatório da CPI. Houve direcionamento no resultado da merenda escolar. A conduta dele não é uma conduta de Ficha Limpa.

É justamente o projeto Ficha Limpa uma das principais bandeiras políticas de Indio, que foi um dos relatores do projeto na Câmara dos Deputados.

A vereadora do Rio, porém, também critica a postura pessoal de Indio da Costa, que, na opinião dela, é “arrogante e prepotente”.

- É uma pessoa que é arrogante, prepotente, que aqui no mundo político do Rio de Janeiro não é popular, um nome que poucos sabem quem é e tem dificuldade de transitar.

Andrea disse que até tentou, mas não teve tempo de avisar a cúpula tucana sobre o que pensa de Índio e credita a indicação do deputado como um “golpe de mestre” do presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), que neste ano deve tentar a reeleição. Segundo a vereadora, Indio poderia atrapalhá-lo ao dividir os votos para deputados do DEM no Estado.

- Não consigo ver como ele agrega. Até poderia dizer que, nesses circunstâncias, é um nome que não cheira, nem fede. Para mim fede. Ele não é um nome sem rejeição, ele tem rejeição.

A indicação de Índio colocou um fim na crise instaurada na aliança entre PSDB e DEM pela candidatura de Serra. Após os tucanos indicarem Alvaro Dias para a vaga de vice, houve protestos na cúpula do DEM, que fez questão que um nome do partido ocupasse o posto.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

“A sociedade tem direito de pedir a
todo o agente público a prestação de
contas de sua administração.”


Leia

Transparência Pública

DECRETO Nº 5.482, DE 30 DE JUNHO DE 2005.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea "a", da Constituição,

DECRETA:

Art. 1º O Portal da Transparência do Poder Executivo Federal, sítio eletrônico à disposição na Rede Mundial de Computadores - Internet, tem por finalidade veicular dados e informações detalhados sobre a execução orçamentária e financeira da União, compreendendo, entre outros, os seguintes procedimentos.....


Lei na integra

PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 140, DE 16 DE MARÇO DE 2006.

Disciplina a divulgação de dados e informações
pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal, por meio da rede mundial de
computadores – internet, e dá outras
providências.

Portaria na Integra

Salvem o Tucano Serra

Roda Viva com Steven Johnson

Pierre Levy - Roda Viva 2001

Dilúvio de Informação



Inteligencia coletiva

O que é Inteligência Coletiva?

Parte 1


Pós-Graduação em gerência de sistemas de informação

Gestão de Serviços de Informação

Informação como bem econômico

O poder da informação

Conceito de Desinformação

Oi, Tudo Bem?

Garotos Podres

EAD Radio Corredor - Como administrar seu tempo

Consequencia das atitudes

liderança e trabalho em equipe

Foco e Metas

Planejamento e Gestão





Organização, Planejamento e Trabalho em Equipe !

ESAD - Curso rápido de Planejamento Estratégico


Um dia de fúria

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Para entender o caso Eduardo Jorge

Enviado por luisnassif, dom, 20/06/2010 - 22:11
A excessiva politização da cobertura política produziu uma miscelânea nessa história de supostos dossiês divulgados pela mídia – particularmente pela Folha. É incrível o contorcionismo do jornal para dar voltas em cima de um episódio relativamente simples de ser contado.

Começaram com a história do livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr – que, de repente, sumiu do noticiário -, passaram para as conversas com o tal do Onézimo até chegar na declaração de renda de Eduardo Jorge.

São histórias totalmente distintas.

O livro do Amaury levanta histórias da privatização e dos sistemas off-shore supostamente utilizados para lavagem de dinheiro por pessoas próximas a José Serra. Pelas informações que circularam, termina em 2002. A do Onézimo, até agora, não passou de uma reunião que não resultou em nada de concreto.

Já a história do Eduardo Jorge é recente, do ano passado. Passa pelos órgãos oficiais de combate à lavagem de dinheiro – não por dossiês apócrifos. Não sei a razão do repórter Leonardo de Souza não divulgar a informação principal da história.


p;No ano passado, o COAF (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) foi informada por um gerente de banco de uma movimentação extraordinária na conta de Eduardo Jorge – que havia sido indicado coordenador de campanha de José Serra. Houve movimentação de R$ 3,9 milhões – em três depósitos de R$ 1,3 milhão.

Pelas normas do COAF, todo gerente é obrigado a se informar sobre a origem de depósitos extraordinários e a comunicar ao órgão quando não houve explicações satisfatórias. Foi feito.

O passo seguinte foi o COAF solicitar ao Ministério Público Federal inquérito contra Eduardo Jorge por lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro. Isso foi feito pelo procurador Lauro Pinto Cardoso.

A notícia vazou para o Correio Braziliense. Eduardo Jorge se valeu do vazamento para denunciar o procurador ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e solicitar o trancamento da ação. Não se entrou no mérito das acusações nem do crime do qual era acusado: obteve-se o trancamento exclusivamente demonstrando que houve vazamento do inquérito.

Ocorre que objetivamente ficou pendente uma acusação de crime de lavagem de dinheiro. O MP conseguiu destrancar a ação e partiu novamente para cima de Eduardo Jorge – a esta altura com Lauro, em sua ascensão na carreira, promovido a segundo homem do órgão.

A explicação de Eduardo Jorge é que o dinheiro tinha sido fruto de uma herança que recebeu com o falecimento do sogro, que tinha terras em Maricá. O MP constatou que o sogro morreu há 40 anos. E que não haveria terreno em Maricá valendo isso tudo. É questão que caberá ao inquérito apurar.

Enquanto o inquérito caminhava, o repórter Leonardo de Souza, da Folha, soltou matérias garantindo que as informações constam de um dossiê do PT. Na matéria, a única entrevista em on é com Eduardo Jorge. Do lado das investigações, sustenta-se que o suposto vazamento foi uma armação visando repetir o trancamento do primeiro inquérito.

Dando razão aos seus críticos, mais uma vez o jornal transforma o suposto vazamento no tema principal. Deixou de lado a notícia efetiva: a de que o coordenador de campanha de José Serra foi apanhado pelo COAF com movimentações extraordinárias em sua conta corrente. E que está sendo alvo de um inquérito do MPF.

Se conseguirá provar ou não sua inocência, são outros quinhentos. Mas a Folha jamais conseguirá explicar qual a dificuldade que está tendo para contar uma história relativamente simples.

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/para-entender-o-caso-eduardo-jorge

Falando de Copa

sexta-feira, 18 de junho de 2010
2010: O ano em que faremos contato..

O futebol moderno aumentou o grau de dificuldade para a prevalência da técnica, isso é um fato; mas por outro lado, trouxe algo que considero positivo para o futebol no que tange a sua emoção: o maior nivelamento entre os times. Sem dúvida, o alto condicionamento físico e a apropriação de fortíssimos sistemas de marcação por seleções emergentes é fator fundamental para que isso aconteça.
Essa copa, como nenhuma outra, tem mostrado isso a cada partida. E acho que está aí a sua maior graça, tem sido emocionante assitir a cada jogo disputado como não me lembro de ter acontecido numa "fase de grupo" em copas passadas. Tudo pode acontecer, não existe mais jogo ganho, não existe mais resultado antecipado, nem fatura liquidada.

Infelizmente nossa mídia esportiva - que, salvo honrosas exceções, mostra a cada dia que vive num mundo paralelo- prefere bater na tecla do “lugar comum” e continuar a pregar essas bobagens, de feio, bonito, belo, horroroso, "baba", etc_ e jamais terá a lucidez necessária para enxergar esse fato que grita diante de seus olhos. Senhores, o futebol mudou!

Vejam como são as coisas. A maioria dos analistas enaltecia a Alemanha na primeira rodada enquanto eu alertva que ainda era cedo, já que esta havia goleado de 4, em boa parte, porque enfrentou um adversário que a deixou jogar. Hoje a Alemanha perde da Sérvia, ontem foi a França..e ganha a Suiça, e perde a Espanha, e faz jogo duro o Paraguai pra cima da Itália..E agora?! Mais confusão pra cabeça confusa dos nossos "senhores da bola".

Senhores esses que, é muito bom que se diga, vem arregimentando desde antes da copa começar os torcedores brasileiros para torcer contra a sua seleção. Diariamente destilam seu veneno, escrevem e falam da foram mais rancorosa possível sobre Dunga e o time brasileiro. Infelizes que são, tentam vender a idéia que a seleção brasileira teve uma estréia pavorosa o que não é verdade. Ontem o jornal “ O Globo” chegou a fazer um cálculo de como o Brasil poderia ser eliminado na primeira rodada. Canalhas, isso é o que eles são, até no futebol!

Que venha a Costa do Marfim, como disse vai ser mais uma pedreira. Mas é isso aí, cada batalha dessas com suas dificuldades, torna mais digno e valorizam ainda mais o nosso caminho rumo ao título. Ou alguém ainda prefere se iludir com o tempo em que o Brasil ganhava de Nova Zelândia, Escócia na maior das tranqüilidades, escondia do mundo seus defeitos para depois descobri-los junto a Itália quando já era tarde demais?!

Com todas as dificuldades que surgiram e que ainda possam surgir, com sistemas cerrados, atletas-ciborg e as mais novas tecnologias os melhores sempre sobressairão, os craques da bola, como Messi, Kaká, Fábregas, Lampard etc_graças a Deus, sempre prevalecerã. E é justamente isso que torna esse jogo que tanto amamos cada vez mais fascinante; mas acordemos todos nós desse looongo sonho de uma vez por todas, sejamos realistas e façamos de uma vez por todas contato com a realidade: O que passou, passou. Bem vindos ao futebol século 21!

Fonte: http://eagora-dil.blogspot.com/

domingo, 20 de junho de 2010

Who Are You? - The Who




Quem é você
(4x)
Quem é você?
Quem, quem, quem, quem?


Eu acordei numa porta de loja no Soho
e um policial sabia meu nome
Ele disse " Você pode dormir em casa à noite.
se conseguir se levantar e cair fora"


Eu cambaleei de volta até o metrô
E a brisa soprou meu cabelo
Eu me lembrei de ter dado vários socos
E feito pregações da minha cadeira


Bem, quem é você? (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Eu realmente quero saber (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Me fale, quem é você? (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Porque eu realmente quero saber (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)


Eu tomei o trem de volta para a cidade
De volta ao meu buraco
Eu me sentia um pouco como um palhaço agonizante
Com um quê de do Rin Tin Tin


Eu me espreguicei e solucei
E revi meu dia de trabalho
Onze horas na rua Tin pan
Deus, deve ter outra forma


Bem, quem é você? (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Oh, quem é você? (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Vamos lá, me fale, quem é você? (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Oh, quem é você ?(Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)


Quem é você?


(4x)
Quem é você?
Quem, quem, quem, quem?


Eu realmente quero saber(Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Oh, quem é você? (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Quem é você? (Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)
Oh diga me, quem é você ?(Quem é você? Quem, quem, quem, quem?)


Eu realmente quero saber(2x)
Vamos lá, me diga, quem é você
Você(3x)

sábado, 19 de junho de 2010

Sincronicidade...


Complementando o video abaixo

PESQUISA
O que pensam os jornalistas

Heloiza Golbspan Herscovitz

O que pensam os jornalistas que trabalham para os principais veículos de comunicação de São Paulo sobre a profissão em comparação com jornalistas americanos e franceses. Este é o título da pesquisa realizada por mim como parte de dissertação de doutorado pela University of Florida, defendida em maio de 2000. A pesquisa contou também com entrevistas pessoais com vários jornalistas, entre os quais Alberto Dines e Mino Carta, e vários comentários anônimos escritos por participantes da pesquisa nos espaços abertos dos questionários.

Como foi prometido aos jornalistas que participaram da pesquisa, aqui vão alguns resultados do survey conduzido em 1998. Os dados abaixo são pequena parte do estudo que envolveu muitas outras variáveis e comparações entre brasileiros, franceses e americanos a respeito de outros tópicos não mencionados nesse resumo. Os resultados completos serão publicados no meio acadêmico americano e também no Brasil (revista acadêmica Intercom) ainda este ano.

Características demográficas

Foram distribuídos 1.000 questionários aos jornalistas que trabalhavam em maio de 1998 nos seguintes veículos: O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil, DCI, Veja, IstoÉ, Imprensa, CartaCapital, TV Globo, TV Bandeirantes, TV Cultura, Agência Estado, Agência Folha e Universo Online. Retornaram preenchidos 402 questionários (40,2% da amostra). Desse total, 57,5% são homens (231) e 42,5%, mulheres (171). Eles estão distribuídos por veículo da seguinte maneira: jornais diários, 55%; televisão, 19,4%; revistas, 18,8%; agências de notícias e serviços online, 6,3%.

A média da idade dos jornalistas é 36, sendo que as mulheres são mais jovens (média 34) que os homens (média 38). Aproximadamente 37% dos jornalistas têm entre 25 e 34 anos e 30% têm entre 35 e 44 anos. A maioria (mais de 70%) é original de São Paulo; 11% vieram de estados do Sudeste, como Minas e Rio, 7% vieram do Sul; e 4%, do Nordeste.

Cerca de 73% dos jornalistas se definem como descendentes de europeus. Somente 2,2% se definem como descendentes de africanos e 1,2% como descendentes de povos indígenas. Cerca de 16,1% informaram que têm descendência mista. Cerca de 50,7% se definem como católicos e 31% não têm religião. Além disso, 7% são espíritas, 6,5% judeus, 3.7%, protestantes. Cerca de 47,5% são casados e 41,3%, solteiros.

Na escala esquerda/direita, 65,3% dos jornalistas são de centro-esquerda, com 4,2 de média numa escala de zero a 10, onde zero significa extrema esquerda e 10, extrema direita. A posição de centro-esquerda, no entanto, não se traduz em apoio aos partidos de esquerda. Só 19% dos jornalistas apóiam o PT, por exemplo. Quase 75% da amostra não têm preferência por partido político.

A maioria dos jornalistas tem diploma em Jornalismo ou Comunicação (83,3%) e 6,9% não têm curso universitário. Poucos jornalistas têm curso de pós-graduação: 5,4% têm mestrado.

Preferências

Os resultados confirmaram a hipótese sobre a influência da cultura americana no jornalismo brasileiro. Os jornalistas preferem o inglês (75%) ao francês (26%). O espanhol aparece em segundo lugar: 45% da preferência. A maioria tem interesse em mais de uma língua estrangeira. Quase 59% escolheriam os Estados Unidos se pudessem fazer um curso de pós-graduação no exterior, seguidos pela Inglaterra (18,4%). A França tem apenas 6,6% da preferência. Cerca de 37% escolheriam os Estados Unidos para uma viagem profissional, seguidos pela Inglaterra (14,9 %) e a França (9.7 %). Só 2,1% escolheriam um país latino-americano, e somente 0,2% disseram que viajariam para qualquer lugar do mundo onde estivesse acontecendo um fato "quente".

Em relação à preferência literária (romance, novela, conto), 47,3% dos jornalistas preferem escritores brasileiros, seguidos de escritores americanos (14,7%). Dezessete por cento não têm preferência por nacionalidade nesta área. Os brasileiros são também os autores preferidos de ensaios sobre cultura, sociedade e política (35%), mas os jornalistas preferem americanos ao ler sobre economia e tecnologia (45%). Em cinema, preferem filmes americanos (43,5%), seguidos de mix (26,7%) de filmes de diferentes nacionalidades e europeus em geral (14,7%). Filmes f ranceses são os preferidos por 7,6% dos jornalistas e filmes brasileiros, 2,7%.

Perguntados sobre as publicações estrangeiras que lêem pelo menos uma vez por mês em forma impressa ou via internet, jornalistas apontaram a mídia americana: New York Times (48,8%), Newsweek (38,3%) e Time (38,3%). Em segundo lugar, aparece a mídia britânica: The Economist é lido por 33,3% dos jornalistas e Financial Times, por 24,4%. Le Monde, El País e Clarín são lidos pelo menos uma vez por mês por 22% dos jornalistas.

Cerca de 15,6% dos jornalistas não assistem TV a cabo ou por satélite. Entre os que assistem, 45,3% preferem estações de TV americanas, 37,3% preferem canais americanos e europeus e 1,5% vê somente canais de TV europeus. A CNN é o canal preferido da maioria dos jornalistas que assistem TV a cabo ou satélite.

Satisfação no trabalho

Os brasileiros são os mais insatisfeitos com o trabalho na profissão (11%) comparados a americanos (3%) e franceses (0,4%). Só 17,2% disseram estar muito satisfeitos na profissão, um índice dez pontos abaixo dos americanos (27,3%) e semelhante ao dos franceses (15%). Jornalistas que trabalham em revistas estão mais satisfeitos do que os que trabalham em jornais, televisão e agências de notícias. Jornalistas da Exame estão mais satisfeitos que os jornalistas de outras revistas que participaram da pesquisa. Os jornalistas da IstoÉ estão mais satisfeitos que os jornalistas da Veja. Os jornalistas da Gazeta Mercantil estão mais satisfeitos que os jornalistas da FSP, de O Estado e do Jornal da Tarde. Jornalistas da TV Globo estão mais satisfeitos que os da Bandeirantes e da TV Cultura.

Salário (citado por 76,4%), chance de promoção (69,9%), autonomia (76,4%) e política editorial da empresa (66,7%) são os fatores mais citados como fontes de satisfação profissional. A maioria (90%) pretende continuar na profissão nos próximos cinco anos.

Ética

Em comparação a jornalistas americanos e franceses que responderam às mesmas questões sobre procedimentos éticos no trabalho, os brasileiros que responderam à pesquisa se mostraram muito tolerantes no uso de oito práticas consideradas polêmicas, entre as quais apresentar-se como outra pessoa (61,2% aprovaram, contra 22% dos americanos e 40% dos franceses); importunar pessoas para conseguir informações (75,6% dos brasileiros aprovaram, contra 49% dos americanos e 82% dos franceses); e utilizar microfones e câmeras escondidas (76,6% dos brasileiros aprovaram contra 28% dos americanos). Cerca de 12,4% dos brasileiros aceitam quebrar o sigilo prometido à fonte, contra 5% dos americanos e 4% dos franceses.

Cerca de 60% dos jornalistas não conheciam o código de ética da profissão, 30% conheciam e disseram utilizá-lo no trabalho e 10% conheciam o código, mas não o utilizavam. Entre os que conhecem o código de ética, só 4% concordaram plenamente com a afirmação de que o código está em harmonia com a política editorial da empresa para a qual trabalhavam. Entre os que desconheciam o código ou conheciam mas não o utilizavam (70% da amostra), um terço disse que empregava seu senso ético pessoal no trabalho, e outro terço disse que combinava o senso ético pessoal com as normas da empresa.

{*) Contatos:

Fonte:http://observatoriodaimprensa.com.br/artigos/mo20062000.htm#monitor01

Uma história sobre o pensamento único

Frequentemente nos deixamos levar por uma visão única de um povo ou país pelas histórias que ouvimos e mensagens que recebemos, como se as pessoas agissem e pensassem da mesma forma, sem nenhuma identidade.

Até na maneira de governar os países tentaram nos impor isso, com o pensamento único que dominou a política e a economia nos anos 90, aqui muito bem representado pelos oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Esta visão estereotipada cria em nós preconceitos, dos quais muitas vezes demoramos a nos livrar. O vídeo que posto aqui é um testemunho maravilhoso da escritora nigeriana Chimamanda Adichie sobre como incorporamos estas visões e a necessidade de conhecermos todos os lados de uma questão para não sermos dominados por um história única.

São pouco mais de 18 minutos que ganhamos em nossas vidas quando ouvimos alguém falar com tanto coração e sinceridade. Clique em “subtitles” para escolher as legendas em português.

Direto do 'parcial e ativo' blog de Brizola Neto


Hans Rosling fala sobre a ascenção da Ásia -- como e quando

Peter Eigen: Como expor os Corruptos

Tim Berners-Lee: O ano em que os dados abertos tornaram-se mundiais

Derek Sivers: Como iniciar um movimento

Anil Gupta: Pólos de inovação escondidos na Índia

Copa 2010

She's out of my life

Blame it on the boogie

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Never Can Say Goodbye


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I'll Be There Acapella



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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago:

"Na morte a cegueira é igual para todos"

Fraudes em concursos revelam problemas de fiscalização

TSE diz que debate eleitoral na Internet é livre

Plantão | Publicada em 16/06/2010 às 21h51m
Reuters/Brasil Online

SÃO PAULO (Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu nesta quarta-feira que o debate na Internet e em jornais impressos é livre.

O plenário respondeu a uma consulta do deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que pedia esclarecimentos sobre a participação de candidatos e pré-candidatos nestes tipos de veículos antes de convenções partidárias.

A maioria dos ministros afirmou que os portais de Internet e jornais impressos poderão realizar debates com candidatos em qualquer época, transmiti-los ao vivo, em áudio e vídeo, sem ter a obrigatoriedade de convidar todos os candidatos que disputam cargos.

Acompanharam o relator Marco Aurélio os ministros Arnaldo Versiani, Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido, Cármen Lúcia Antunes Rocha e o presidente, ministro Ricardo Lewandowski. Apenas ministro Marcelo Ribeiro foi contra.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou no ano passado a reforma da lei eleitoral aprovada pelo Congresso com veto a três dispositivos, entre eles a polêmica medida que previa a aplicação das mesmas regras do debate eleitoral em rádio e televisão à Internet.

O governo justificou o veto por considerar que a Internet é território livre para expressão. No caso de emissoras de rádio e TV, como se trata de concessão do Estado, é preciso regulação.

Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2010/06/16/tse-diz-que-debate-eleitoral-na-internet-livre-916901472.asp

Ofensiva do Ministério Público fere direitos civis

Do Blog Óleo do Diabo

"A ofensiva do MPE contra blogs que fazem propaganda política não é apenas insensata. É uma agressão aos princípios constitucionais.

À diferença da grande mídia, a internet não recebe publicidade oficial. É um espaço patrocinado puramente pelo idealismo. Numa democracia representativa, os cidadãos legam a partidos e candidatos a responsabilidade de lutarem por determinadas idéias. Quando a Justiça Eleitoral impede, portanto, que o cidadão defenda o representante político no qual ele votou ou no qual ele pretende votar, está roubando um poder legítimo pertencente à sociedade civil.

Segundo essa lógica, os cidadãos podem falar de política, mas não podem falar "dos políticos". O que é impossível. Não se pode falar de poesia sem falar dos poetas.

Sempre fico impressionado com a hipocrisia de setores da opinião pública. Ficam histéricos e agressivos diante de simples debates, civis e parlamentares, em torno do tema liberdade de imprensa, acusando (ridiculamente) graves violações dos direitos civis, e silenciam sobre a atitude concreta do MPE frente aos blogs políticos.

Trata-se efetivamente de um pequeno golpe de Estado, e sinaliza a existência de um núcleo não-democrático e irresponsável dentro das instituições eleitorais, uma realidade que poderá trazer enorme instabilidade política para o Brasil.

Os procuradores também atacaram um blog tucano, http://euqueroserra.blogspot.com/, feito por um garoto da Bahia, que está perplexo e talvez amedrontado. É absurdo, injusto e inconstitucional do mesmo jeito.

O prejuízo político para a comunicação de Dilma Rousseff, porém, é muito maior, pois a blogosfera é o único espaço onde se pode discutir políticas de governo com verdadeira pluralidade. Não porque possa haver mais blogs de esquerda que o contrário, o que nem é verdade. Mas porque qualquer um pode expressar sua opinião, seja comentando seja criando um espaço próprio, sem a necessidade de investir milhões de reais na compra de rotativas.

A alegação da procuradora de que a existência do blog traz desequilíbrio ao processo eleitoral mistura estupidez, loucura e maucaratismo. Qualquer cidadão pode abrir um blog em segundos em favor de José Serra. Fazia sentido proibir propaganda quando o candidato apenas podia usar a tv, uma concessão pública que tem um alto custo de difusão. Essa lei vem dos tempos da ditadura, quando não interessava ao governo que o povo discutisse política antes do tempo.

É estupidez porque não tem resultado prático. Se o Google fechar o Blog da Dilma ou o Amigos do Presidente Lula, aparecerão mil outros. Loucura porque o MPE teria que triplicar o número de procuradores e dedicar-se exclusivamente a essa função. Nasce um blog a cada minuto no Brasil. Quem vai monitorar se cada um deles faz propaganda antecipada ou não?

Maucaratismo porque transforma o procurador, que não passa pelo crivo eleitoral, num agente político. Isso beneficia determinados faixas de renda e instrução, que historicamente tiveram maior acesso às altas funções públicas. Nem sei se isso vem ao caso, mas registre-se que o MPE mandou tirar um blog tucano de pouquíssima projeção, e dois blogs petistas de grande circulação. Nem equânime foi.

Uma atitude honesta do MPE seria mandar circular publicamente um memorando contendo informações sobre as regras do jogo. Puxar o tapete como fez, atacando a honra e a estabilidade financeira (através de multa) de simples cidadãos, sem proteção governamental, corporativa ou partidária, é um ato de abjeta covardia.

A hora é de solidariedade, união e combate. A gente sabia que a guerra seria dura, mas não pensávamos que chegaria a esse ponto. Isso reflete um desespero triste, impotente e sem criatividade. Ao cabo, a ação dos procuradores apenas aumenta a visibilidade da blogosfera. Movidos pela curiosidade, mais cidadãos entrarão em blogs políticos. Eles (os que atacam a blogosfera) serão chicoteados com a mesma vara que usaram.

A nossa resposta deve ser dura. Pressionar junto ao Congresso Nacional para pôr esses procuradores na linha. Sua função é perseguir políticos corruptos e não blogueiros que apenas contribuem para tornar realidade dois Princípios Fundamentais da Constituição Federal: pluralidade política e liberdade de expressão.

TÍTULO II- Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS


Art. 5º
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;"

Fonte:http://oleododiabo.blogspot.com/2010/06/ofensiva-do-ministerio-publico-fere.html

Mi Guatemala querida


Entrevista com a prêmio Nobel da Paz de 1992, Rigoberta Menchú.


Conheça a trajetória política do indigenismo no Brasil





Nada melhor que o acervo de um museu como ótima fonte para entedermos a trajetória política do indigenismo no Brasil. Uma história cheia de boas intenções e conquistas, mas também de preconceitos e erros. O Arquivo N abriu os documentos do Serviço de Proteção ao Índio, que foi criado em junho de 1910 e extinto nos anos 60, dando lugar a atual Funai. Esse arquivo é tão valioso, que é considerado memória do mundo pela Unesco.

Fonte: http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1600656-17665,00-CONHECA+A+TRAJETORIA+POLITICA+DO+INDIGENISMO+NO+BRASIL.html

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A Bastilha...

Maracutaia

Painel: Kassab opera em sintonia com Ricardo Teixeira para tirar Morumbi da CopaDE SÃO PAULO

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Na contramão de suas declarações públicas contrárias à construção de novo estádio em São Paulo para 2014, Gilberto Kassab (DEM) operou em total sintonia com Ricardo Teixeira para retirar do Morumbi a abertura e eventualmente qualquer participação na Copa, informa o "Painel" da Folha, editado por Renata Lo Prete (íntegra somente para assinantes do jornal e do UOL).

A articulação culminou com uma visita recente do prefeito, levado pelo empresário J. Hawilla, dono da Traffic, à fazenda do presidente da CBF.

No encontro reservado, examinou-se um esboço de projeto do "Piritubão", arena multiuso a ser erguida na zona norte da cidade.

"Eu não posso vetar o Morumbi", disse o prefeito tricolor aos presentes. "Mas vocês encontrem os meios técnicos que nós vamos em frente."

Leia a coluna na Folha desta quinta-feira, que já está nas bancas.

PF desarticula quadrilha suspeita de fraudar concursos

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PF identifica pelo menos 120 que compraram gabarito de concursos públicos e prova da OAB

Marcelle Ribeiro, O Globo

SÃO PAULO - A Polícia Federal realiza em São Paulo e no Rio de Janeiro uma grande operação para coibir fraudes em concursos públicos. Pelo menos 120 candidatos conseguiram as provas antes da data dos concursos para agente da Polícia Federal em 2009, para auditor fiscal da Receita Federal em 2004 e para a segunda fase do exame para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) este ano. A operação, batizada de Tormenta, cumpre nesta quarta-feira 12 mandados de prisão temporária e 34 mandados de busca e apreensão de documentos - 21 na Grande São Paulo, nove na Baixada Santista e três na cidade de Campinas, em São Paulo, além de um no Rio de Janeiro.

As fraudes começaram a ser investigadas no ano passado, durante o concurso para agentes da PF. Segundo a PF, os agentes descobriram que a quadrilha atuava em todo o país e em outros concursos. Os bandidos atuavam de várias maneiras: conseguiam antecipadamente os cadernos de questões da provas, aliciando pessoas que tinham acesso a elas, e revendiam para distribuidores ou diretamente para os beneficiados. Além disso, contratavam "professores" que já sabiam as perguntas da prova da OAB para dar aulas em cursinhos preparatórios; usavam pontos eletrônicos para passar as respostas corretas aos candidatos e chegavam a contratar "laranjas", mais bem preparados, para fazer a prova no lugar dos candidatos beneficiados pelo esquema.

Aliciadores chegavam a telefonar a possíveis candidatos de concursos orientando-os a se inscrever no exame já com a promessa de que teriam acesso antecipado às provas. A quadrilha também falsificava documentos e diplomas exigidos pelos concursos quando o candidato não tinha a formação exigida no edital.

A PF afirma que há indícios de fraude em outros concursos, que serão investigados. Mesmo após a notícia do vazamento da prova da OAB pela imprensa, a quadrilha se articulou para fraudar, sem sucesso, concursos da Caixa Econômica Federal, da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, do INSS - Perito Médico, da AGU - Advogado da União, da Santa Casa de Santos - Residência Médica, de Defensor Público da União e da Faculdade de Medicina de Ouro Preto. Foram constatados indícios de fraudes em outros concursos, que serão investigados pela PF.


Segundo a PF, a quadrilha tinha um líder, o responsável por negociar as provas oferecendo propina e corrompendo as pessoas encarregadas de elaborar os cadernos de questões. Era este líder que revendia cópias dos cadernos a 'distribuidores' esquema, para revendê-los com lucros a interessados a se inscrever em concursos públicos. Os distribuidores, por sua vez, tinham contato com 'aliciadores', que telefonavam a possíveis candidatos oferecendo o esquema.

A PF identificou 53 candidatos que tiveram acesso à prova de Agente Federal, pelo menos 26 candidatos que tiveram acesso à prova da OAB e há indícios de que 41 candidatos tenham tido acesso à prova da Receita Federal.

A quadrilha agia em parceria com falsificadores de diplomas e certificados, que ofereciam documentos falsos para que um candidato pudesse fazer a prova no lugar de outro.

Pessoas qualificadas como 'professores' eram responsáveis pela correção das questões da prova que seriam entregues aos candidatos e, no caso da OAB, pelas aulas dadas em cursinhos para os candidatos, com base no teor das questões da prova desviada.

A PF informa ter desenvolvido metodologia para investigação e acompanhamento mais eficiente dos concursos públicos, garantindo a lisura e impedindo a fraude.

Fonte: http://oglobo.globo.com/cidades/mat/2010/06/16/pf-identifica-pelo-menos-120-que-compraram-gabarito-de-concursos-publicos-prova-da-oab-916894542.asp

Qual a origem do drible no futebol?

sábado, 12 de junho de 2010

Google Wave

Google Epic

A história das coisas

Fim dos jornais?

O jornalista Juan Luis Cebrián, um dos fundadores do jornal espanhol "El País" fala sobre a sobrevivência dos jornais e revistas de papel na briga por espaço com as suas versões eletrônicas. Ele também conta histórias e faz reflexões sobre a carreira e o papel do jornalismo neste novo século.


Cooperação é a chave do sucesso


Como o agravamento da crise na Europa pode afetar o Brasil?


Parte 1



Parte 2

Economistas analisam crise europeia


Parte 1



Parte 2

Especialistas analisam perspectivas econômicas para 2010


Parte 1



Parte 2

A expectativa para política e economia do Brasil em 2010


Parte 1



Parte 2

Confira as previsões para 2010 e as mudanças de 2009 no cenário nacional e internacional


Parte 1


Parte 2

Série - A crise na Europa



Parte 1





Parte 2






Parte 3






Parte 4






Parte 5



Aqui jaz Serra

Christiane Samarco / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo


Ele sonha com a Presidência da República desde menino e trabalha metódica e obstinadamente para chegar lá há exatos 12 anos, 2 meses e 12 dias, desde que assumiu o comando do Ministério da Saúde, em 1998. Mas quando tudo parecia resolvido, com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, já fora do páreo, no final de janeiro deste ano José Serra vacilou.

A indecisão assombrou os cinco políticos mais próximos do candidato, a quem ele mais ouve. Foi o mais ilustre membro deste quinteto – o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – quem deu o ultimato e acabou com a indefinição: "Serra, agora é tarde. Você não pode mais desistir".

O comando tucano estabelecera prazo até o Carnaval para que Serra desse uma demonstração pública que não deixasse dúvidas quanto à decisão de enfrentar o mito Lula e a máquina petista do governo. Serra ainda silenciou por quase uma semana. Voltou à cena, pedindo ao presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), e ao amigo deputado Jutahy Júnior (BA), que organizassem uma programação para ele participar dos carnavais de rua do Recife e de Salvador, na semana seguinte.

A pressão pela definição era tão grande, que até a reportagem de uma revista semanal britânica repercutiu no Brasil. A respeitada The Economist que circulou na primeira semana de fevereiro trazia um artigo afirmando que o governador José Serra esperava, "com paciência demais" pela Presidência. Disse ainda: "Serra precisa subir no banquinho e começar a cantar seus elogios agora. Do contrário será lembrado como o melhor presidente que o Brasil nunca teve."

Bem no clima do dito popular sobre o calendário do Brasil, no qual o ano só começa depois do carnaval, Serra assumiu mesmo os compromissos pré-eleitorais no embalo do Momo. "As dúvidas do Serra nunca foram hamletianas. Sempre foram objetivas", diz o governador Alberto Goldman.

Em conversas reservadas, Serra já havia reclamado da "falta de estrutura" do partido. Boa parte da dúvida vinha da falta de sustentação partidária. Diferentemente do PT, o PSDB não é um partido de base e de organização, com estrutura para dar o suporte que uma disputa acirrada pela Presidência da República requer. Para o amigo Jutahy, os momentos de indefinição decorreram do fato de que Serra "nunca jogou com uma alternativa única". Da mesma forma, acrescenta, ele jamais seria candidato só para marcar posição. "O Serra acredita na possibilidade de vitória".

O convite explícito ao ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, para que aceitasse a vice na chapa puro-sangue do PSDB, demorou mais 30 dias – veio na primeira hora da terça-feira 3 de março, no Hotel Meliá em Brasília. Na conversa reservada, sem testemunhas, que avançou pela madrugada, Serra não hesitou em usar seus 68 anos de idade como argumento, para convencê-lo a aceitar a dobradinha café com leite.

"Você não está vendo que esta é minha última oportunidade?", ponderou, para salientar que Aécio é jovem e que um dia, "fatalmente", o neto de Tancredo Neves chegará a Presidência da República. Em resposta, o mineiro repetiu a tese de que a melhor forma de ajudá-lo seria dedicando-se à campanha de Minas, disputando o Senado – e o governador Antônio Anastasia, a reeleição.

No voo de volta a Belo Horizonte, no dia 10 de abril, depois do Encontro dos Partidos Aliados – quando Serra apresentou a candidatura e Aécio foi recebido por 3 mil militantes aos gritos de "vice, vice, vice" – o governador de Minas confidenciou a um interlocutor o temor de que o anúncio da dobradinha com Serra fosse um "fato político efêmero".

Admitiu que sua presença na chapa poderia até dar um "upgrade" à candidatura tucana, mas também avaliou que o entusiasmo seria rapidamente consumido. "Muita gente fala que é importante eu ser vice, mas um anúncio desses só alimentaria o noticiário por 15 dias". Ainda assim, ele não fechou de todo a porta à chapa café com leite.

Serra já estava avisado de que, com Aécio, não adiantaria pressão. O recado velado veio embutido no discurso de homenagem ao centenário de nascimento de seu avô Tancredo, realizada uma semana depois. Da tribuna do Senado, em sessão solene para lembrar Tancredo Neves, Aécio fez questão de citar a frase com a qual o avô respondera à pressão do então deputado João Amazonas (PC do B) em 1985, para que assumisse posições radicais: "Não adianta empurrar. Empurrado eu não vou."

Não foi por pressão ou por temor do confronto que Aécio decidiu sair do páreo. Na lógica de um dirigente tucano que o acompanha, ele não quis "ir para o pau" porque não poderia construir uma candidatura a presidente rompido com o candidato a governador de São Paulo. Além disso, ao final do ano passado as pesquisas eleitorais mostravam que ele não havia empolgado o País. Ficou claro que insistir na disputa interna seria um desgaste político.

Boa parte dos movimentos de Aécio rumo ao Planalto foi feita no embalo da resistência de companheiros a mais uma candidatura de São Paulo. Desde 2002, o tucanato das várias regiões amarga um incômodo e um certo cansaço em relação à hegemonia paulista. A queixa geral é de que ser um candidato a presidente "fora do establishment" é muito difícil em qualquer circunstância. Praticamente impossível, se houver um concorrente de São Paulo.

Esse sentimento tomou conta das regionais do partido depois da morte de Mário Covas. O câncer que tirou Covas do governo de São Paulo levou junto o candidato natural do PSDB a presidente da República e também a possibilidade da construção pacífica de uma candidatura de consenso.

Já bastante doente, Covas recebeu, em 2000, a visita de Tasso no Palácio dos Bandeirantes. Em meio à conversa sobre cenário político nacional e a sucessão presidencial, o anfitrião abriu o jogo. "Não vou ter saúde para ser candidato. Essa disputa vai ficar entre você e o Serra. E meu candidato é você", avisou. Em seguida, fez questão de telefonar para o presidente Fernando Henrique, comunicando sua preferência.

Tasso lançou-se na disputa presidencial em 2001, ao final do seu terceiro mandato de governador do Ceará. Além do incentivo de Covas, morto em março daquele ano, arrebanhou apoios públicos no PFL do senador Antonio Carlos Magalhães (BA). Mas acabou desistindo, com queixas de que havia "uma espécie de conspiração paulista em favor de Serra, desequilibrando a disputa interna".

"Eu vim aqui comunicar que não serei mais candidato a presidente. Estou saindo fora", disse Tasso ao presidente Fernando Henrique. Era dezembro de 2001, quando o cearense chegou ao Palácio da Alvorada, já muito irritado e disposto a protestar contra "setores do PSDB no governo" que estariam dificultando a liberação de recursos para o Ceará e, pior, investigando sua vida.

Na chegada ao Alvorada, deparou-se com o ex-ministro da Justiça e secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, mas não amenizou as críticas. Ao contrário: Tasso tinha Aloysio como o "ponta de lança" de Serra contra ele e ainda achava que FHC atuava para desequilibrar a disputa sucessória em favor de São Paulo. Pior, suspeitava da influência de Aloysio sobre uma operação da Polícia Federal que colocou agentes em seu encalço, em meio a uma investigação de lavagem de dinheiro.

Neste cenário, o que era para ser um jantar de autoridades no salão palaciano descambou para as ofensas em tom crescente, a ponto de Tasso apontar "a safadeza e a molecagem" do ministro, que agiria para prejudicá-lo. Bastou um "não é bem assim" de Aloysio para o bate-boca começar.

"Vocês jogam sujo!", devolveu Tasso.

"Vocês quem?", quis saber Aloysio.

"Você... o Serra... Vocês estão jogando sujo e eu estou saindo (da disputa presidencial) por causa de gente como você, que está me fodendo nesse governo", reagiu Tasso.

"Jogando sujo é a puta que o pariu", berrou Aloysio, já partindo para cima do governador. Fora de controle e vermelho de raiva, Tasso chegou a arrancar o paletó e os dois armaram os punhos para distribuir os socos. Foi preciso que um outro convidado ilustre para o jantar no Alvorada, o governador do Pará, Almir Gabriel, entrasse do meio dos dois, com as mãos para cima, apartando a briga. Fernando Henrique, estupefato, pedia calma.

Diante da desistência pública do cearense e das indagações da imprensa sobre o racha no PSDB e sobre o que Serra poderia fazer para unir o partido, Arthur Virgílio disse diante das câmeras de televisão que falar com Tasso era fácil. "Basta discar o DDD 085 e o número do telefone", sugeriu.

"Mas o que é isso? Você me ensinando a falar com Tasso pela TV?", cobrou Serra. "Não fiz para te sacanear. Só respondi à pergunta de como vocês iriam se falar. Você é o meu candidato a presidente", amenizou Virgílio. O telefonema não aconteceu e Tasso acabou optando pela candidatura presidencial do amigo e conterrâneo Ciro Gomes, que lhe pedia apoio e ajuda e com quem nunca se atritou.

Também foi nos braços de Ciro que os aliados do PFL se jogaram na eleição de 2002. Serra estava rompido com os pefelistas, hoje rebatizados de DEM, desde o desmonte da candidatura presidencial de Roseana Sarney, a partir de uma operação da Polícia Federal que investigou fraudes na Sudam. Em 1º de março de 2001, a PF encontrou R$ 1,34 milhão em cédulas de R$ 50 no cofre da empresa Lunus Participações e Serviços Ltda, de propriedade de Roseana e seu marido Jorge Murad. O casal não esclareceu a origem do dinheiro. O episódio deixou sequelas.

O PFL demorou a se aproximar de Serra. O cacique Antonio Carlos Magalhães dizia que Serra fazia aquilo que era a especialidade do baiano: atropelava todos de quem não gostava. Contava que ele próprio fora atropelado por conta da amizade do paulista com Jutahy.

Nos últimos meses de Serra à frente do Ministério da Saúde, em 2002, quando agilizava os convênios com prefeituras de todo o Brasil para deixar a pasta, o ministro recebeu um telefonema de ACM com um recado direto: "Eu quero que Jutahy perca esta eleição. Quem ajudá-lo não é meu amigo". O pedido ali embutido era para que o ministério não assinasse convênios com prefeituras ligadas ao deputado baiano. Serra ponderou que não tinha como ajudar Jutahy. "O senhor é o presidente do Senado e ele está sem mandato", argumentou.

Mas, em vez de vetar o acesso dos prefeitos da base de Jutahy aos programas da Saúde, Serra o alertou: "Trate desta eleição como se estivesse tratando da sua vida". Abertas as urnas, ACM acusou o golpe com outro telefonema: "Quero te informar que seu amigo se elegeu". Serra ganhou ali um adversário de peso na Bahia.

Aloysio lembra que, antes mesmo da derrota de 2002, Serra já amargava uma campanha sofrida, mal organizada e sem estrutura, da qual saíra muito abatido. "Até o coordenador se mandou no meio da campanha", recorda bem humorado, referindo-se à saída de Pimenta da Veiga. "Mas, naquele momento, foi muito sofrido. Ele se levantou porque não é homem de ficar chorando pelos cantos".

Talvez por isto, correligionários e aliados já identificassem em 2004 um Serra bem diferente, e hoje enxerguem nele um "candidato humanizado" pelas derrotas. Afinal, depois de ser o presidenciável do partido que forçara Lula a disputar dois turnos para chegar ao Palácio do Planalto, ele teve que pedir voto aos próprios companheiros.

Sem mandato, só lhe restava a opção de presidir o partido. "Ele conheceu bem o outro lado. Com 33 milhões de votos, teve que lutar para ser presidente do PSDB", conta Virgílio, que lhe emprestou o gabinete da liderança do governo no Congresso para a campanha interna, sem adversário.

Do comando partidário, Serra ainda foi forçado a assumir a contragosto a candidatura para prefeito de São Paulo. "Você é o único capaz de vencer a Marta Suplicy" diziam todos os tucanos de São Paulo e do Brasil, referindo-se à prefeita petista, que disputava a reeleição. O apelo mais forte veio do ex-presidente Fernando Henrique.

Ele sabia que a Prefeitura complicaria seu projeto mais importante: a Presidência da República. Queria continuar presidente do partido e estava certo de que era o caminho para chegar como candidato mais forte ao Planalto em 2006. Mas não teve como resistir à pressão de dirigentes nacionais e paulistas, por conta da convicção geral de que, se Marta fosse reeleita, a hegemonia do PT se tornaria irreversível.

Mas foi assim que também se tornou tributário de uma dívida de apoio para a pretensão de 2010. A parceria com o DEM nas eleições municipais de 2008 foi iniciativa de Serra, já mirando o Palácio do Planalto mais adiante. Foi ele quem, na condição de presidente nacional do PSDB, procurou o presidente do PFL para propor a dobradinha. Àquela altura, o PFL tinha um candidato – José Pinotti – que aparecia com cerca de 15% da preferência do eleitorado nos levantamentos do partido.

Bornhausen sugeriu Kassab para vice e o tucano resistiu. Argumentou que Kassab fora secretário do Planejamento na gestão de Celso Pitta, uma ligação com potencial de desastre eleitoral. Queria Lars Grael, o velejador campeão mundial que tivera uma perna mutilada em um acidente e fora secretário nacional de Esportes no governo FHC. Mas Grael era cristão novo e Bornhausen bateu o pé. Praticamente impôs Kassab.

Habilidoso, Kassab nunca agiu como o nome imposto nem se ressentiu do veto. Dizia que a postura de Serra sempre foi muito transparente e que suas ponderações eram de caráter político eleitoral, e não pessoais. E se apresentou ao parceiro de forma objetiva: "Serei uma pessoa leal à chapa. Pode contar comigo".

Na construção da disputa municipal de 2008, Serra teve de administrar duas candidaturas do mesmo campo político, uma delas de seu próprio PSDB. Kassab sabia que era o preferido por para continuar o trabalho em parceria com tucanos do primeiro time.

Três ex-ministros de Fernando Henrique – Aloysio, Andrea Matarazzo e Clóvis Carvalho – participaram da Prefeitura. Ao final, no entanto, acabou tendo que engolir o apoio público de Serra a Alckmin.

Goldman ainda articulou e coordenou uma reunião com Serra e Aloysio no Palácio dos Bandeirantes, em que propuseram a Alckmin desistir da Prefeitura em troca do apoio garantido do trio para a volta ao governo, dois anos mais tarde. "Governador eu já fui. Quero muito ser prefeito."

A construção da unidade interna só foi possível depois de Kassab se reeleger prefeito. Derrotado, Alckmin sabia que o único caminho para voltar ao governo de São Paulo seria dentro do próprio governo. Mas, no tucanato, ninguém acreditava que Serra o convidasse e, tampouco, que o outro aceitasse.

Não foi tão difícil. Se o acerto era o passaporte de Alckmin para uma nova candidatura, também era fundamental ao projeto Serra criar um ambiente de unidade interna a partir de São Paulo. Serra investiu na operação certo de que ela teria serventia dupla, além do fato de trazer votos. Mais do que resolver a sucessão paulista, a ofensiva serviria ao projeto mais arrojado de mudança de imagem no plano nacional.

Como Aécio construía a candidatura presidencial vendendo o modelo de político agregador, capaz de aglutinar mais apoios fora do PSDB do que Serra, chegara o momento de o paulista desfazer este entendimento. E nada melhor, para se livrar da pecha de desagregador, do que uma demonstração nacional de que ele seria poderia, sim, encarnar o figurino de político competente também para agregar apoios e unir o partido.

O presidente nacional do partido, Sérgio Guerra, e o presidente da regional paulista, José Henrique Lobo, foram encarregados de fazer a sondagem para poupar o governador de uma eventual recusa. Além deles, apenas Serra, Goldman e Aloysio sabiam do encontro e não deixaram vazar o convite para não subtrair impacto do fato político.

Na tarde de 23 de dezembro, antevéspera do Natal, Alckmin foi tomar um café com Serra a pretexto de lhe desejar boas festas, e deu o OK. O convite aceito foi o fator de aglutinação que faltava para dar seguimento à estratégia de chegar ao Planalto.

Mas nem por isto a pendenga com Aécio estava resolvida. Embora Serra ocupasse o primeiro lugar da fila de presidenciáveis tucanos, o ex-governador de Minas também estava convencido de que sua melhor hora para entrar na corrida sucessória era aquela. Depois de oito anos de administração bem sucedida no governo de Minas, ele avaliava que este seria o melhor momento para apresentar sua candidatura.

Foi aí que Sérgio Guerra teve seu papel mais relevante na construção da candidatura tucana. Foi ele quem administrou a dupla de presidenciáveis e convenceu Serra a acatar a ideia das prévias que Aécio exigia. O governador paulista chegou a se irritar com a pressão de Aécio, que se sentia liberado para correr o País em busca de apoios, depois de sete anos de administração bem sucedida em Minas.

Serra, ao contrário, avaliava que não podia se afastar um milímetro do governo estadual para tratar de eleição, sob pena de perder o voto dos paulistas – que já haviam amargado sua saída da Prefeitura de São Paulo no meio do mandato. Com muita habilidade e alguma paciência, impediu um atrito entre os dois assegurando ao paulista que as prévias acabariam não acontecendo. E assim foi.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mamãe eu quero....humor até tocando piano


São João, Xangô menino




Gilberto Gil
Composição: Caetano Veloso

Ai, Xangô, Xangô menino
Da fogueira de São João
Quero ser sempre o menino, Xangô
Da fogueira de São João

Céu de estrela sem destino
De beleza sem razão
Tome conta do destino, Xangô
Da beleza e da razão

Viva São João
Viva o milho verde
Viva São João
Viva o brilho verde
Viva São João
Das matas de Oxossi
Viva São João

Olha pro céu, meu amor
Veja como ele está lindo
Noite tão fria de junho, Xangô
Canto tanto canto lindo

Fogo, fogo de artifício
Quero ser sempre o menino
As estrelas deste mundo, Xangô
Ai, São João, Xangô Menino

Viva São João
Viva Refazenda
Viva São João
Viva Dominguinhos
Viva São João
Viva Qualquer Coisa
Viva São João
Gal Canta Caymmi
Viva São João
Pássaro Proibido
Viva São João

E viva São João


Crescer a 7%

Se o objetivo central da sociedade brasileira for vencer o subdesenvolvimento, a economia terá de crescer a taxas mais elevadas do que as que têm ocorrido no passado recente, enquanto que as políticas de distribuição de renda terão de ser mais vigorosas para incorporar ao sistema econômico e social moderno as imensas massas que se encontram em situação de grave pobreza: cerca de 60 milhões de brasileiros. Caso se deseje manter o Brasil como país pobre e subdesenvolvido, basta crescer a taxas modestas, obedecendo a todas as metas e a supostos potenciais máximos de crescimento, e, assim, lograr manter a economia estável porém miserável. O artigo é de Samuel Pinheiro Guimarães.

Samuel Pinheiro Guimarães, na Carta Maior

1. O subdesenvolvimento, situação em que a esmagadora maioria da população de um país não pode desfrutar dos bens e serviços que o avanço tecnológico e produtivo moderno permitem, é sempre uma questão relativa. Nenhum país é subdesenvolvido isoladamente; esta é sempre uma situação comparativa entre países e sociedades, desenvolvidas e subdesenvolvidas, em diferentes graus, em distintos momentos históricos.

2. Naturalmente, há indicadores objetivos de subdesenvolvimento: a exploração ao mesmo tempo insuficiente e predatória dos recursos naturais; a baixa escolaridade e qualificação média da mão de obra; a desintegrada rede de transportes; o pequeno consumo per capita de energia; a reduzida diversificação das exportações; o pequeno número de patentes registradas; o acesso restrito da população a saneamento básico; as precárias condições de saúde, educação e cultura; o alto percentual da população que se encontra abaixo da linha de pobreza etc.

3. A heterogeneidade é uma característica central do subdesenvolvimento. Regiões avançadas ao lado de regiões paupérrimas e de baixa produtividade. A ignorância ao lado da cultura. A moderna eficiência tecnológica convive com o uso de tecnologias do passado. A riqueza vizinha da miséria. E assim por diante. Essa heterogeneidade, ainda atual, é resultado da evolução de um sistema produtivo que se forma a partir de enclaves modernos, vinculados a centros econômicos externos, cuja maior produtividade não se difundiu para o resto do sistema nem deu origem a processos de geração e distribuição de renda devido à estrutura social, cuja base era o latifúndio agrícola, ou o enclave minerador, e o regime de mão-de-obra escrava ou servil.

4. O conjunto dessas deficiências leva a uma produção de bens e serviços por habitante relativamente pequena, o que, em termos monetários, se expressa por um baixo produto per capita e, em termos sociais, por uma precária qualidade de vida para a imensa maioria, ao lado de uma riqueza da qual pouquíssimos desfrutam.

5. A produção per capita representa o conjunto de bens e serviços a que o habitante médio de um país teria acesso por ano. Esta média hipotética será tanto mais representativa da realidade quanto mais igualitária for a distribuição de renda em uma sociedade, o que não ocorre no Brasil.

6. Por todos os critérios acima, o Brasil é um país subdesenvolvido, ainda que com importantes bolsões de riqueza e de produção moderna. Apesar dos esforços das últimas décadas, com significativas flutuações e longos períodos de estagnação, o Brasil continua a ser um país subdesenvolvido. Em relação a quem?

7. A situação de desenvolvimento do Brasil não pode ser comparada com a de países que, pelas características de território, população e PIB, não enfrentam os mesmos desafios que a sociedade brasileira. Pequenos e médios países europeus, asiáticos e sul-americanos, ainda que às vezes ostentem níveis de produto per capita ou indicadores sociais importantes, superiores aos brasileiros, não têm o mesmo potencial do Brasil nem têm de enfrentar desafios semelhantes aos nossos.

8. O Brasil é um país continental. Se fizermos três listas de países segundo o território, a população e o PIB, somente três países estarão entre os dez primeiros de cada uma dessas três listas: os Estados Unidos, a China e o Brasil.

9. Os países com quem o Brasil tem de ser comparado são países como os Estados Unidos, a China, a Rússia, a Índia, a Alemanha e a França. Esses têm de ser o nosso referencial e esses são os nossos competidores (e eventuais colaboradores) na dinâmica do sistema internacional e na disputa por poder político e pela apropriação de riqueza.

10. Todavia, a China e a Índia têm um produto per capita muito inferior ao do Brasil, enfrentam desafios sociais muito maiores e dispõem de recursos naturais inferiores aos nossos o que dificulta sua árdua tarefa de se tornarem países desenvolvidos. A Rússia, apesar de seus recursos naturais e do avanço tecnológico em certas áreas, enfrenta dificuldades extraordinárias em termos sociais e de reestruturação de sua economia. A Alemanha e a França, com todo o avanço que já alcançaram, enfrentam importantes dificuldades devido a suas limitações de território e de população e, portanto, apresentam vulnerabilidades decorrentes da necessidade de importar insumos e da dependência excessiva de sua economia em relação ao mercado internacional.

11. Talvez o melhor paradigma para o Brasil sejam os Estados Unidos. Nossas características territoriais e demográficas são semelhantes, enquanto que nosso PIB é muito distinto. Os Estados Unidos são o país mais poderoso do mundo em termos militares, de PIB e de tecnologia. Nossas sociedades democráticas, multiculturais e multiétnicas são semelhantes e grande é a diversidade de recursos naturais e a capacidade agrícola de ambos os países.

12. O produto per capita dos Estados Unidos em 1989 era 22.100 dólares e o do Brasil 3.400. A diferença era, portanto, naquela data de 18.700. Ora, o Brasil e os Estados Unidos cresceram em termos reais à mesma taxa nos últimos 20 anos: os Estados Unidos a 2,5% a.a. e o Brasil a 2,5% a.a.. Nos Estados Unidos, esta taxa de crescimento poderia ser considerada razoável e adequada mas, no caso do Brasil, ela reflete a estagnação da economia brasileira, da produção e do emprego, no período de 1989 a 2002. Esta situação se modificou entre 2002 e 2009, no Governo do Presidente Lula, período em que o Brasil cresceu à taxa média de 3,4% e os Estados Unidos à taxa média de 1,4% a.a..

13. Essas taxas de crescimento, devido às bases de PIB muito distintas de que partiam e às taxas diferentes de crescimento demográfico, fizeram com que a produção per capita americana passasse de 22.100 dólares, em 1989, para 46.400 dólares, em 2009, enquanto a do Brasil aumentou de 3.400 dólares para 8.200 dólares. Assim, o hiato de produto per capita entre os Estados Unidos e o Brasil aumentou entre 1989 e 2009, passando de 18.700 dólares para 38.200 dólares. O atraso relativo, o subdesenvolvimento, aumentou.

14. Se o objetivo central da sociedade brasileira for vencer o subdesenvolvimento, a economia terá de crescer a taxas mais elevadas do que as que têm ocorrido no passado recente, enquanto que as políticas de distribuição de renda terão de ser mais vigorosas para incorporar ao sistema econômico e social moderno as imensas massas que se encontram em situação de grave pobreza: cerca de 60 milhões de brasileiros.

15. Se o PIB dos Estados Unidos crescer a 2% a.a. até 2022 (inferior à sua taxa de 2,5% a.a. entre 1989 e 2009, e assim essa hipótese leva em conta os efeitos da crise atual sobre a economia americana), o PIB per capita americano alcançará 53.100 dólares; se, neste mesmo período, a economia brasileira crescer à taxa de 5% a.a. o PIB per capita brasileiro atingirá 14.200 dólares. O hiato de produção per capita aumentaria em 700 dólares.

16. Se o PIB dos Estados Unidos daqui até 2022 crescer a 2% a.a. e se o Brasil crescer a 6% a.a., a diferença de produto per capita se manterá praticamente igual entre os dois países: os Estados Unidos atingirá 53.100 dólares e o Brasil 16.000 dólares. O hiato, que em 2009 era de 38.200 dólares, se reduziria para 37.100 dólares. Uma melhora de 1.100 dólares em 12 anos: cem dólares por ano…

17. Assim, o Brasil em 2022, no bicentenário de sua Independência, continuaria tão subdesenvolvido quanto é hoje, apesar de seu produto per capita ter atingido 16 mil dólares e apesar dos enormes esforços para retirar da pobreza a maioria de sua população e para realizar amplos programas de construção de sua infra-estrutura e de financiamento a grandes investimentos.

18. Somente na hipótese de os Estados Unidos crescerem a 2% a.a. e o Brasil a 7% a.a., atingindo os Estados Unidos 53.100 dólares e o Brasil 18.100 dólares, a diferença de produção, de bem-estar, de desenvolvimento, entre os dois países se reduziria de 38.200 dólares para 35.000 dólares. Poderíamos então afirmar que o Brasil estaria iniciando o processo de se tornar um país desenvolvido. Isto caso fosse mantido este esforço nas décadas seguintes e caso a perversa dinâmica de distribuição de renda e de riqueza no Brasil for firmemente enfrentada. Aliás, esses 7% a.a. correspondem à taxa média de crescimento do PIB brasileiro entre 1946 e 1979…

19.Caso contrário, caso cresçamos à uma taxa anual média inferior a 7% a.a., apesar de todos os esforços bem intencionados, o senso comum e a prudência monetarista (a qual, aliás, teria impedido a integração territorial brasileira e a transformação do Brasil em uma grande economia industrial, já que teria vetado o Plano de Metas de Juscelino Kubitscheck pois o teria considerado inflacionário) que nos quer obrigar a crescer a uma taxa de 4,5% a.a., farão com que o Brasil continue a ser em 2022 uma sociedade subdesenvolvida, caracterizada pela extraordinária disparidade de renda e de riqueza. Nela, continuaremos a nos defrontar com a extrema pobreza, a ignorância profunda, a exclusão perversa e a violência anômica ao lado de uma riqueza ostensiva, suntuária, nababesca e excessiva, desfrutada por 0,04% da população brasileira (cerca de 80.000 pessoas) cuja renda mensal, em 2009, era superior, às vezes muito superior, a 50.000 reais.

20. Há, sempre, colocados pelos prudentes, três obstáculos ao crescimento da economia brasileira a taxas superiores a 4,5% a.a. ou 5% a.a.. O primeiro diz respeito ao suposto retorno da inflação a taxas superiores às que seriam “toleráveis”, com todos os seus efeitos sobre preços relativos e, em especial, porque a inflação prejudicaria principalmente os pobres. Esta preocupação generosa com a situação dos pobres não leva em conta, em primeiro lugar, que o que afeta os pobres de forma mais grave é o desemprego, a miséria, a violência, a exclusão e a falta de oportunidades que resultam do baixo crescimento em uma economia subdesenvolvida e tão díspar como o Brasil. Em segundo lugar, que a tendência inflacionária está presente em qualquer processo de desenvolvimento acelerado e que é possível preservar os segmentos mais pobres da população dos efeitos sobre os preços de um desenvolvimento mais rápido.

21. Uma palavra sobre a inflação. O processo de superação do subdesenvolvimento, devido aos grandes investimentos na infra-estrutura de energia, de transportes, de prospecção e exploração mineral, de pesquisa tecnológica, de comunicação, que são essenciais porém de longa maturação e de retorno incerto, e em programas sociais, também de longa maturação e também de retorno incerto, como em saúde, educação e cultura, provocam, necessariamente, aumentos de demanda sem o correspondente e imediato aumento de produção.

Como esses investimentos na infra-estrutura física e social têm de se suceder em períodos de décadas, para superar o atraso relativo do país, a pressão pelo aumento de preços passa a ser constante. Todavia, o crescimento do PIB a 7% a.a., quando sustentado a médio e longo prazos, significa que está havendo uma ampliação da capacidade instalada, da formação bruta de capital fixo, o que é feito por empresas que decidem investir, isto é, decidem ampliar suas unidades de produção, suas fábricas, suas lavouras, etc. E que o Estado decidiu investir diretamente por suas empresas (poucas, no caso do Brasil somente no setor financeiro e no setor de energia) ou indiretamente, contratando empresas privadas para a construção de obras de infra-estrutura ou financiando investimentos privados para produzir bens de consumo e de capital.

Ora, o crescimento, o desenvolvimento, à taxa de 7% a.a. significa a expansão das empresas, do capitalismo no Brasil, do emprego e dos lucros. Quanto menor o crescimento econômico menores as oportunidades de lucro, menores os investimentos, menor a geração de emprego (para absorver a mão-de-obra que ingressa no mercado todos os anos, cerca de 2 milhões de novos jovens trabalhadores) maior a violência e a exclusão social. Por outro lado, a demanda gerada pelos investimentos na infra-estrutura econômica e social é uma demanda em parte por bens de consumo o que estimula a ampliação da produção e o investimento privado, investimento cujo prazo de maturação é mais curto, o que reduz a pressão inflacionária. Aliás, a China e a Índia têm crescido a taxas superiores a 7% a.a. sem que tenha ocorrido inflação significativa.

22. Um segundo obstáculo, segundo os prudentes, seria que a economia brasileira não teria como gerar a poupança necessária à realização dos investimentos. Aí, há quatro respostas possíveis: a primeira, que o próprio Estado brasileiro, através de uma política de juros mais adequada, disporia de recursos adicionais significativos para investir direta ou indiretamente. A segunda, que ainda há vasto espaço para ampliação do crédito para investimento. A terceira, que não se pode afastar, tendo em vista o elevado grau de desconhecimento dos recursos do subsolo brasileiro, a possibilidade de descoberta de recursos naturais importantes, como foi o caso das descobertas no pré-sal que colocarão o Brasil entre os seis maiores produtores mundiais de petróleo. A quarta, que uma economia em expansão dinâmica, com as características do Brasil, atrairá como já se verifica, capitais externos em volumes significativos, como ocorreu e ocorre com a China. Aliás, os investimentos chineses (que têm 2,3 trilhões de reservas) estão chegando em volumes muito expressivos ao Brasil, na compra de sistemas de transmissão, na construção de hidroelétricas e na exploração do petróleo, tornando a China o terceiro maior investidor no Brasil.

23. O terceiro obstáculo ao desenvolvimento a taxas mais elevadas seria a escassez de mão de obra qualificada, em especial de engenheiros, nos mais diversos setores, que já estaria sendo detectada. Aí há duas soluções possíveis, pelo menos: a primeira, expandir os programas de formação e de retreinamento de engenheiros o que poderia ser feito rapidamente a custo baixo já que estudos recentes indicam a existência de grande número de vagas disponíveis nas escolas de engenharia; a segunda, “importar” mão de obra qualificada sem prejudicar a mão de obra nacional, bastando exigir o respeito aos padrões salariais da categoria, aproveitando, inclusive, a situação de crise em que se encontram os países desenvolvidos, onde há abundância de mão de obra qualificada, desempregada.

24. Porém, finalmente e por outro lado, caso se deseje manter o Brasil como país pobre e subdesenvolvido, basta crescer a taxas modestas, obedecendo a todas as metas e a supostos potenciais máximos de crescimento, e, assim, lograr manter a economia estável porém miserável. Este baixo crescimento corresponderá a um custo humano e social elevadíssimo para a imensa maioria da população, exceto para os super-ricos, que se transformarão, cada vez mais, em proprietários rentistas e absenteístas, distantes e alheios aos conflitos que se agravarão cada vez mais na sociedade brasileira.

(*) Ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos