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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Pesquisadores dobram a velocidade das conexões WiFi

Por PC World/EUA
Publicada em 22 de fevereiro de 2011 às 08h30
Atualizada em 22 de fevereiro de 2011 às 20h38

Tecnologia permite comunicação full duplex, na mesma frequência, para dispositivos 802.11.

Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA descobriram uma maneira de dobrar velocidade da transmissão de dados em redes WiFi sem qualquer alteração na frequência.

A tecnologia foi descrita por investidores como “simples e eficiente”. Baseada no uso simultâneo de três antenas, em vez das duas tradicionais encontradas nos dispositivos 802.11n. A solução permite comunicação full duplex na mesma frequência. Ou seja, é possível receber e enviar dados na mesma velocidade, algo considerado impossível até hoje.

As bandas de rádio estão sofrendo terrivelmente em função do seu congestionamento e ser capaz de incrementar a velocidade sem sair para outras faixas é um tesouro que motiva vários profissionais e desenvolvedores.

Ao realizar uma transmissão, um dispositivo de rádio emite ondas fortes demais para possibilitar que também receba instruções. O mesmo acontece com duas pessoas durante uma conversa; enquanto uma fala, a outra deve ficar quieta se quiser ouvir e entender o que o interlocutor diz. A dinâmica na transmissão de rádio funciona dessa maneira.

A tecnologia usada para permitir que a frequência seja usada de maneira otimizada remete ao recurso de abafar ruídos em alguns headphones. Quando o dispositivo sabe exatamente o que está enviando, pode filtrar todo o ruído restante para ficar atento à entrada de sinais. Assim ocorre a comunicação em duas vias na mesma frequência.

Testes à frente
“Está tudo nos livros”, diz um integrante da equipe, Phillip Levis, que ocupa a cadeira de professor assistente na Universidade de Stanford. “Essas descobertas mudam a maneira como enxergávamos as transmissões de dados em redes sem fio até hoje”.

Ainda existe um bom caminho à frente até a tecnologia fique disponível para fabricantes e consequentemente, usuários finais. Um dos obstáculos a ser ultrapassado é, por exemplo, fazer os dispositivos cobrirem as distâncias em que normalmente são postos para operar.

Existe, ainda, uma contingência imposta pelos fabricantes. Os dispositivos são fabricados com vistas permitir a interconectividade entre aparelhos de marcas diferentes. Um roteador da DLink, por exemplo, consegue se comunicar com um Laptop da Dell, etc. Desenvolvidos pela IEEE (Institute of Electrical and Eletronics Engineers), esse padrão deve ser repassado aos fabricantes de dispositivos sem fio que operam no modelo 802.11 antes de ser adotado, o que pode levar anos.

Existe, também a possibilidade de vender essa tecnologia para um determinado fabricante e não é difícil imaginar empresas como a Apple se tornando proprietária de uma plataforma de rede sem fio mais rápida em detrimento da vantagem competitiva que tal recurso ofereceria.
(Keir Thomas)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Carnaval 2011

Rio Pandeiro - Pça São salvador - Laranjeiras dia 26/02/11

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

De volta a ativa

Imagino que muitas pessoas tenham sentido minha falta. Mas também, tenho certeza, de que muitas outras adorariam comer meu figado ou me ver vivendo em Marte. Mas novamente aqui estou eu de volta, inspirado nos últimos acontecimentos ocorridos, e que ainda irão a ocorrer na Africa e no Oriente médio. Nada acontece por acaso, muitas pessoas devem estar se perguntando o que aconteceu com esses povos, sempre tão religiosos, obedientes, tranquilos, e de repente se revoltam, o que será que aconteceu ??
Apesar das análises mirabolantes, rocamburlescas e de pura divagão opnativa, fundamentada basicamente no tarô e nos búzios, a razão mais simples e direta de todas essas revoltas, foram algumas décadas de ditaduras familiares, déspotas sustentados por grandes interesses economicos de alguns países Europeus e Americano. Mas a principal causa foi um pequeno livro de cerca de 91 páginas escrito por Gene Sharp. Ainda não o li, mas pelos resumos e comentários parece que o manual ensina como derrubar um governo de forma pacifica, e pelo visto o manual deve ser bom, pois já mandou três para o saco, e de quebra pode mandar Kadafi e Irã, ou seja, países alinhados ou não.
Estarei aqui disponibilizando o link para o manual em português, espanhol e um blog onde tem toda a bibliografia deste escritor. Aliás alguém poderia aproveitar e dar uma lida neste livro, e aplica-lo pelos corredores de alguns institutos. Semana que vem estarei postando aqui o início da anti campanha para coordenador do NCE, pois pelo histórico das ultimas três eleições, na próxima o novo coordenador acaba de vez com o NCE.
http://daditaduraademocracia.wordpress.com/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Software acha “máquinas” de lavar dinheiro

Por Janes Rocha em 3/12/2010

Reproduzido do Valor Econômico, 2/12/2010; intertítulo do OI; título original “Software acha ‘máquinas’ de lavar dinheiro de traficantes”

Empresas de pequeno e médio porte, sediadas nos Estados de São Paulo e Paraná, são as principais "máquinas de lavar" dinheiro do comando do tráfico de drogas do Rio de Janeiro. A informação apareceu após os primeiros cruzamentos de dados obtidos através de uma nova tecnologia, que está auxiliando as investigações policiais no Rio e em outros Estados.

É o Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD), sistema lançado em 2007, resultado de um convênio entre o Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Justiça, Secretaria de Segurança Pública e Polícia Civil do Estado, no âmbito da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla).

O Rio recebeu duas unidades do Lab-LD, uma para a Polícia Civil, outra para o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). É uma estrutura simples, com equipe reduzida – seis pessoas na polícia e dez no MP –, que ocupam duas ou três salas pequenas. Patricia Alemany, coordenadora do laboratório na polícia, define o sistema como um conjunto de softwares, técnicas e profissionais especializados (contabilistas, economistas, estatísticos) que trabalham na análise de dados.

O software faz a leitura e conexão das informações obtidas pelos investigadores em extratos bancários, contas de telefone e relatórios do fisco. O programa gera gráficos e organogramas, que apontam visualmente as conexões entre pessoas investigadas e o caminho do dinheiro movimentado entre os envolvidos na investigação.

O programa pode também revelar pessoas envolvidas em esquemas, que sequer eram suspeitas. "Antes você não conseguia provar que dois indivíduos se falavam através de terceiros, agora consegue", diz Patricia. O Lab-LD está diminuindo drasticamente o tempo da investigação. "Antes os dados eram analisados manualmente", afirma Reinaldo Lomba, promotor de Justiça e diretor do departamento de combate à lavagem de dinheiro do MPRJ.

Muitos dados acabam se perdendo pela impossibilidade de análise, já que os bancos, por exemplo, quando solicitados pela Justiça, enviam extratos em papel ou em sistemas de diferentes padrões, praticamente inviabilizando a compilação. "Com o laboratório, uma análise que levava um a dois anos, agora leva dois meses", disse Lomba, lembrando que, em casos complexos, que implicam análises muito demoradas, o resultado é o atraso dos processos e julgamentos e até a prescrição de crimes.

Caminho do dinheiro

O Lab-LD carioca começou a dar seus primeiros resultados em agosto, quando a Polícia Civil conseguiu prender uma quadrilha de traficantes na favela de Manguinhos, apreendendo diversos cadernos contendo a contabilidade do tráfico. Na análise do material, descobriu-se que eles movimentam mais de R$ 17 milhões por ano.

Segundo Patricia, embora muitas pessoas físicas (familiares, vizinhos, amigos, clientes) ajudem a lavar o dinheiro dos traficantes, as análises do laboratório mostram que eles têm preferido misturar o dinheiro das drogas com a contabilidade de pessoas jurídicas, através de notas fiscais frias, que dificultam o rastreamento pelos órgãos de controle de lavagem de dinheiro. A transação interessa aos empresários, sócios dessas empresas, que registram maior movimento financeiro e obtêm mais vantagens com bancos.

O Lab-LD ajudou a comprovar que Viviane Sampaio da Silva, companheira de Polegar, um dos traficantes mais procurados do Estado, era também sua "laranja". Embora declarasse renda de R$ 3 mil mensais, Viviane vivia com os filhos em um apartamento luxuoso na Barra da Tijuca, tinha um Audi A3 em seu nome e gastava R$ 8 mil por mês. Com base nessa investigação, Viviane foi presa no dia 28 de novembro, primeiro dia da ofensiva militar sobre o Complexo do Alemão.

"O escopo do laboratório é facilitar a análise financeira dessas investigações permitindo observar o caminho que o dinheiro segue", afirmou o promotor de Justiça Francisco de Assis Cardoso, um dos dois representantes do MP na Enccla.

***

Laboratório detecta crimes contra patrimônio público

Os casos de maior movimentação financeira detectados pelo Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) não são os relacionados ao tráfico de drogas, mas sim os crimes contra o patrimônio público, diz o promotor de Justiça Reinaldo Lomba, diretor do departamento de combate à lavagem de dinheiro do Ministério Público do Rio (MPRJ).

O primeiro caso de peso resolvido com a ajuda do Lab-LD, no ano passado, foi o do ex-governador de São Paulo Paulo Maluf. O cruzamento de dados do laboratório permitiu a localização de parte dos recursos públicos desviados para o exterior em operações cuja responsabilidade é atribuída a Maluf. Outros casos foram a fraude do Banestado e a atuação do PCC no Estado de São Paulo. Decidiu-se então estender o laboratório nos 13 Estados onde ele seria mais necessário, entre eles Rio e São Paulo.

No Rio, o caso mais emblemático foi a prisão, no fim de 2009, do miliciano e ex-vereador Cristiano Girão, acusado de lavagem de dinheiro, extorsão e formação de quadrilha. (JR)

FONTE:http://observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=618JDB017

Novo centro de pesquisa da GE no Brasil

Empreendimento da GE na Ilha do Fundão vai gerar mil empregos diretos

BRASÍLIA - A General Electric (GE) confirmou nesta quarta-feira investimento de US$ 550 milhões em um novo centro de pesquisa na Ilha do Fundão, no Rio. O empreendimento deverá estar concluído em dois anos e irá gerar mil empregos diretos, 200 deles destinados a pesquisadores de alto nível. O anúncio do investimento havia sido feito em novembro do ano passado. Na manhã desta quarta-feira, o CEO da GE internacional, Jeffrey Immelt, e o presidente da empresa no país, João Geraldo Ferreira, acompanhados dos ministros de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e do de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, estiveram reunidos com a presidente Dilma Rousseff para falar dos planos da companhia.

Conforme detalhou Mercadante, os investimentos se darão em três áreas prioritárias: cadeia energética, especialmente associada a gás e petróleo e energia em geral, equipamentos para a saúde e tecnologia da informação. O memorando de acordo entre a empresa e o Ministério de Ciência e Tecnologia estabelece que as patentes serão registradas no país, pelo Brasil.

- Isso tem um grande significado para inovação e serve para a gente dar um salto de qualidade entre a ciência e a tecnologia e a produção industrial do país - disse Mercadante.

Recentemente, a GE adquiriu mais três empresas internacionais no país que atuam na cadeia de produção do pré-sal, num investimento de US$ 7 bilhões. O presidente da GE do Brasil observou que este será o quinto centro de pesquisas da empresa no mundo. As outras quatro estão localizadas na China, Índia, Estados Unidos e Alemanha.

- O Brasil não só é, mas cada vez se tornará mais importante na nossa expectativa de crescimento mundial, sob ponto de vista de globalização - disse Ferreira.

De acordo com o executivo, a aquisição das três empresas pela GE possibilitará a redução de gargalos na exploração brasileira de óleo e gás. A expectativa da companhia é crescer 30% em faturamento neste ano. Em 2010, a empresa faturou US$ 2,6 bilhões no Brasil.

- Para nós, o Brasil é absolutamente chave, é essencial.



fonte: http://oglobo.globo.com/economia/boachance/mat/2011/02/16/empreendimento...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Planejamento estratégico, você sabe o que é ????

"Nos dias de hoje, existem três tipos de organizações: as que fazem
acontecer, as que apenas observam acontecer e as que surpreendentemente
se espantam com o que aconteceu
. Desse modo, uma organização moderna
que pretende manter-se competitiva deve estar entre as organizações que
fazem acontecer, pois no mundo globalizado não existe espaço para
seguidores
, mas sim para inovadores."

fonte: http://w3.ufsm.br/revistacontabeis/anterior/artigos/vIn02/a08vIn02.pdf>

Essa é da boa

A historia da maconha

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Exército no Portal do Software Público

Exército disponibiliza Framework Cortex no Portal do Software Público Brasileiro

O Exército Brasileiro disponibiliza a sua segunda solução no Portal do Software Público Brasileiro. Trata-se do Framework Cortex, que é uma solução para desenvolvimento de aplicativos desktop multiplataforma em C++. Ele se baseia na composição de Sinapses(bibliotecas dinâmicas) em tempo de execução e sugere fortemente a sua modelagem como serviços em uma Arquitetura Orientada a Serviços. A solução foi lançada no dia 07 de dezembro de 2010, em cerimônia realizada no Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército-Ccomgex, durante a abertura da II Reunião Técnica de Comando e Controle, com a presença do General Marconi(Chefe do Centro de Desenvolvimento de Sistemas) e do coordenador do Portal SPB, Corinto Meffe.

O Cortex surgiu em 2009, da necessidade de reutilização de componentes de um software de Comando e Controle (C2) desenvolvido pelo Exército Brasileiro. O Programa C2 em Combate, como um software de C2, destina-se a permitir que um comandante militar, em qualquer nível, possa emitir ordens a seus subordinados e acompanhar a sua execução durante uma operação militar. O desenvolvimento teve início em 2003, por determinação do Comandante do Exército e, em 2008, contava com uma série de funcionalidades com grande potencial de reutilização por parte de outros projetos em andamento no próprio Exército.

Uma primeira abordagem foi tornar o C2 em Combate um programa “plugável”, de forma que um novo projeto pudesse agregar novas funcionalidades de acordo com suas necessidades. O problema é que nem todos os projetos precisavam do arcabouço de C2. Para alguns, o módulo de informações geográficas era suficiente; para outros, comunicações e criptografia. Em decorrência deste cenário, optou-se pelo desenvolvimento de um framework de propósito geral, inspirado na filosofia da então emergente arquitetura orientada a serviços (SOA).

Para acessar a solução diretamente do Portal SPB basta acessar o endereço

http://www.softwarepublico.gov.br/ver-comunidade?community_id=27016128

fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-exercito-no-portal-do-software-publico#more

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Entrevista esclarece dúvidas sobre acúmulo de bolsas e atividades remuneradas

No dia 16 de julho de 2010, foi publicada a Portaria Conjunta nº 1, redigida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico Tecnológico (CNPq), que trata do acúmulo de bolsas com atividades remuneradas. A Assessoria de Comunicação divulga entrevista com o presidente da fundação, Jorge Almeida Guimarães, que esclarece pontos da nova medida.

Confira na íntegra a entrevista.

1. O que motivou a Capes e o CNPq a mudar a orientação sobre acúmulo de bolsa com atividade remunerada?

O acúmulo de bolsa era proibido até assinarmos esta portaria. Todavia, ao longo dos anos, muitas exceções foram sendo feitas, em função de razões que justificavam uma situação de permissão de estudante de pós-graduação com vínculo empregatício de terem a bolsa. Por exemplo, por deslocamento para uma distância muito grande. Pessoas com vínculo em uma instituição como a Embrapa, que geralmente está no interior do país, e passam a fazer um curso numa capital. Isso envolve planos de carreira, em especial, porque os salários dos professores na educação básica são muito baixos. Outra excepcionalidade: estudantes, que por alguma razão têm possibilidade de atuar como professor numa universidade privada ou pública, ou no ensino médio, e teriam que abrir mão da bolsa para conseguir um vínculo empregatício formal, com carteira assinada. Com esta portaria, esse acúmulo será possibilitado. Isso é bom para todo o sistema e para as instituições que têm regras para ter um número mínimo de docentes com titulação, e para os estudantes.



Presidente afirma que a portaria objetiva, por exemplo, induzir a presença de pessoas da educação básica na pós-graduação. (Foto: ACS/Capes)O CNPq e a Capes já tinham feito uma excepcionalidade, junto às universidades federais, que depois passou para as universidades públicas. Essa excepcionalidade estava voltada para a figura do chamado professor substituto. O melhor candidato a este cargo é um estudante de pós-graduação. Já era permitido que esse aluno pudesse acumular bolsa com este vínculo temporário. Outra exceção era com o Programa Nacional de Pós-Doutorado, que também já era permitido um aporte de recursos sobre a bolsa. Existiam muitas excepcionalidades e nós resolvemos, então, abrir essa possibilidade para todos os bolsistas, sobretudo com ênfase na educação, para alunos de pós-graduação da área da educação e nas áreas tecnológicas, embora a portaria permita outros segmentos também.

Enfim, a motivação se deu também pela necessidade de indução de várias áreas. Nós queremos induzir, por exemplo, a presença de pessoas da educação básica na pós-graduação para melhorar sua qualificação, sua titulação. A portaria permite então, a partir de agora, que essas situações de excepcionalidades não sejam mais tratadas como tal e os alunos poderão, portanto, ter seu vínculo empregatício e acumular bolsa. Mas é obrigatório que o tema, a área que ele vai atuar seja relativa ao tema da sua dissertação ou tese.


2. Qual a expectativa da Capes com a possibilidade do bolsista ter atividade remunerada?

Nosso principal alvo são as áreas tecnológicas, sobretudo as engenharias e a computação, uma parte da saúde, para áreas de serviços de saúde, e, sobretudo, a educação, especialmente a educação básica, embora, a portaria permita o acúmulo aos estudantes de todas as áreas, desde que a atividade remunerada seja na área de formação.

3. Com a portaria todos os bolsistas poderão ter vínculo empregatício?

Poderão. Todos os bolsistas poderão ter vínculo empregatício desde que atendidas as exigências que estão na portaria, ou seja, autorização do orientador, além de atender ao item que trata de assinalar essa condição no Cadastro de Discente e que, naturalmente, não afete o desempenho do aluno e seja uma área compatível com a sua formação. Por exemplo, se uma pessoa está fazendo um mestrado ou doutorado em licenciatura em ciências, ou filosofia, ou língua portuguesa, ou em matemática, que a sua vinculação profissional seja relativa à área de estudo. Esta é uma exigência da portaria.

4. Quem define quem poderá acumular a bolsa e a atividade remunerada?

É o orientador. Por que nós escolhemos o orientador? Porque o orientador já é responsável por muitas das ações e atividades dos cursos junto aos alunos e à Capes. Na verdade o que nós temos na pós-graduação é uma situação muito diferente do que nós temos na graduação. Na pós, cada um dos orientadores tem três, quatro estudantes, raramente mais que isso. Existem casos, mas são casos de exceção. Mesmo assim são números pequenos, em comparação com a sala de aula da graduação. Portanto, o orientador tem capacidade plena de saber qual é o estudante que está em condição de assumir um compromisso de empregabilidade, em face do desempenho do seu trabalho, dos seus créditos, junto ao curso e da obrigatoriedade de 24 meses para o mestrado e de 48 meses para o doutorado para conclusão dos estudos. O orientador é a melhor pessoa para fazer isso. Na pós-graduação, atualmente, são aproximadamente 45 mil orientadores que orientam 180 mil alunos. Então, nós preferimos atribuir ao orientador essa decisão.

5. E se o orientador permitir e a coordenação do curso ou a instituição não permitir, a quem caberá a decisão final?

A instituição poderá decidir isso. Ela tem autonomia para decidir. Mas nós não gostaríamos que (essa decisão) fosse uniforme, ou dentro do curso como um todo, ou dentro da instituição como um todo.

Não está previsto que a instituição ou o próprio curso como um todo diga que isso não vai ocorrer, mas entendo que muitos coordenadores de cursos podem vir a questionar essa decisão, mas ressalto que a medida é boa para o sistema. Todavia as instituições têm autonomia para decidir em contrário. A Capes não vai interferir se houver uma decisão desse tipo.

6. Como será encaminhada à Capes a informação sobre o acúmulo da bolsa e a atividade remunerada?

No Cadastro de Discente, que está instituído desde 2006, para exatamente termos um instrumento de acompanhamento, praticamente, diário dos fatos que ocorrem com os estudantes, bolsistas ou não. Matriculados na pós-graduação, eles todos estão registrados no Cadastro de Discentes, que é um instrumento gerencial da maior importância.

Por exemplo, uma estudante engravida e pede licença por um tempo. Isso vai estar registrado, até para não sacrificá-la em manter a obrigatoriedade dos 24 meses para conclusão do curso. Ou se o estudante ganha uma bolsa para ir passar um período no exterior, seja bolsa do CNPq, da Capes ou de alguma fundação estadual, situação em que é obrigatória a suspensão da bolsa no país, também é comunicado à Capes por meio do Cadastro de Discente. O aluno defendeu a tese, ou a dissertação, também é comunicado e, neste caso, tem que enviar ainda para o Banco de Teses a dissertação ou tese. Portanto, o instrumento pelo qual nós ficaremos sabendo todos os casos que serão aprovados com base na nova portaria será o Cadastro de Discente. Vamos disponibilizar nas próximas semanas um link específico no Cadastro para esse registro. O período para a criação do link não atrasará a validade da portaria.

7. Quem é o responsável por preencher o Cadastro de Discente?

O Cadastro é preenchido nas coordenações dos cursos. Cada curso tem uma comissão de coordenação e um coordenador, que é a pessoa com quem a Capes lida e responsável pelas informações dos estudantes e dos dados dos cursos. O Cadastro de Discentes é o instrumento pelo qual nós sabemos quem é bolsista do que, quem tem vínculo, quem não tem vínculo, quem tem vínculo porque está distante, entre outras informações. Nós vamos manter esse quadro com o vínculo anterior à portaria como é atualmente no Cadastro de Discente e vamos criar um link para indicar os casos novos com base na portaria. Até a publicação da norma, quando ocorria o comunicado, de a pessoa ter um emprego, o estudante perdia a bolsa.

8. Como serão selecionados os bolsistas?

A seleção de candidatos à pós-graduação, bolsistas ou não, é feita pelos cursos com total independência. A Capes não interfere nessa questão em nenhuma hipótese. Os critérios, a maneira como seleciona, tudo isso é da autonomia dos cursos de pós-graduação. E são muitas variáveis com base no mérito dos candidatos. Há cursos que têm provas escritas, cursos que têm entrevista pública com todos os orientadores, outros aplicam defesa de projeto de dissertação ou de tese. Muitos valorizam se o candidato possui alguma experiência profissional, o que para vários cursos é importante. Por exemplo, na área de comunicação, uma pessoa que tem enorme experiência em jornalismo, ou e outras atividades relacionadas, e vai fazer um mestrado, os cursos podem definir que aquilo é valorizado. A experiência de iniciação científica é também muito valorizada. Portanto, a Capes não interfere nisso e a seleção continuará sendo da mesma forma para os alunos. Se ele já vem com vínculo ou não, também não interfere na decisão do curso.

Mas, veja só, se tiver um candidato que já tem vínculo, ele, usualmente, não tem orientador ainda, então ele não tem quem autorize. Então ele vai ter que passar um tempo para que a situação vá se estruturando. Muitos cursos, às vezes, demoram um ano para definir o orientador. Outros não, só aceitam os candidatos que têm orientador definido previamente, e isso também tem uma variedade muito grande de situações, que depende da instituição, depende do curso. Dentro de uma mesma instituição, até em áreas parecidas, você tem várias modalidades de modelos de seleção de candidatos. Por exemplo, digamos que o curso selecionou 20 candidatos e tem 10 bolsas disponíveis, entre Capes, CNPq, fundação estadual, é essa a classificação que vai dizer quem terá bolsa. Se tiver vínculo, isso não entra em cogitação.

9. Essa possibilidade atende aos atuais bolsistas da pós-graduação e também aos futuros bolsistas?

Ela atende basicamente aos futuros bolsistas. Mas, eventualmente, os casos que já pré-existem poderão ser considerados se, de novo, o orientador concordar. O caso de a pessoa ter vínculo oficial e ter bolsa é bastante raro. O que em hipótese alguma está cogitado é que quem tem vínculo e não tem bolsa vai ganhar bolsa. Isso não está cogitado porque o limite do número de bolsa é feito com base no orçamento que é elaborado sempre para o ano seguinte e, portanto, nós não teremos condição de pegar todos os que têm vínculo e conceder bolsa. Na verdade, a distribuição atual do quadro dos alunos da pós-graduação é, mais ou menos, assim: bolsistas, 40%, dos quais 65% da Capes; com vínculo, 35 %; e sem vínculo e sem bolsa, 25%. Então, esse é o quadro. Portanto, não há possibilidade de todos terem bolsa porque o Sistema Nacional de Pós-Graduação cresce 10% a 12% ao ano em número de matrícula e, consequentemente, não há orçamento que possa seguir essa lógica. Ou seja, continuará um sistema de seleção para que os melhores classificados tenham a possibilidade de receber bolsa.

10. O fato de a pessoa possuir vínculo pode ser utilizado no critério de seleção para bolsas?

Não. Não pode e nem deve. A seleção é por mérito. O que vale na seleção é o mérito do candidato.

11. As pessoas que tiveram a possibilidade de ter bolsa e abriram mão por terem vínculo, com a nova portaria, poderão reivindicar a bolsa?

Não. Isso não está previsto, porque, como eu disse, isso é para o futuro. Este caso cairia naquela regra de que todos poderão ter bolsa e não há essa perspectiva no sistema. Mas se o curso tiver quota de bolsa não utilizada, poderá concedê-la nesse caso.

12. Alunos de programas como Demanda Social, que há regulamento específico no qual impede o acúmulo de bolsa, poderão ser contemplados com a nova portaria?

Sim. Preferencialmente os futuros e, eventualmente, algum que estava em alguma situação particular, como afastamento sem remuneração e com bolsa. Mesmo assim, serão poucos casos e será necessária a autorização do orientador. Este é um projeto mais voltado para os futuros bolsistas.

fonte:http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/3972-entrevista-esclarece-duvidas-sobre-portaria-que-permite-acumulo-de-bolsas-com-atividades-remuneradas

Tecnologia educacional Aparelho multimídia chega a 20 mil escolas este semestre



Projetor, computador, televisão, aparelho de som, microfone e DVD. Um só aparelho, desenvolvido pelo Ministério da Educação, em parceria com as universidades federais de Pernambuco e de Santa Catarina, substitui todos os equipamentos citados pelo preço unitário de R$ 1,4 mil. O projetor ProInfo será produzido pela mesma empresa responsável pelas urnas eletrônicas usadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.

O pedido inicial, de 20 mil aparelhos, para atender o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo), do MEC, está em fase de produção. As unidades devem chegar às salas de aula de escolas públicas até o fim deste semestre.

Além dos ganhos financeiros e pedagógicos, o principal destaque da inovação tecnológica é o ganho de tempo. “Antes, o professor precisava deslocar os estudantes até um laboratório ou levar TV com vídeo e projetor até a turma, fora o trabalho de conectar cabos e fazer testes”, explica José Guilherme Ribeiro, diretor de infraestrutura em tecnologia educacional do MEC.

Com o projetor ProInfo, a burocracia diminui. O aparelho pesa pouco mais de quatro quilos e pode ser conectado à internet apenas com uma tomada. Não é preciso configurá-lo, nem instalar softwares. Equipado com sistema wireless, ele permite o acesso à internet e projeta o conteúdo em qualquer parede.

Em dezembro de 2010, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fez registro de preço para o projetor. Os municípios, estados e Distrito Federal podem adquiri-lo com recursos próprios ou de outras fontes por meio de adesão à ata de registro de preços decorrente do Pregão nº 42/ 2010. O registro apresenta preço — válido por um ano — divulgado pela empresa que ganhou o processo licitatório. Inicialmente, a produção mínima é de 20 mil aparelhos, mas o edital prevê a compra de até 80 mil. “Com os 20 mil aparelhos que serão distribuídos a escolas públicas neste semestre, beneficiaremos indiretamente 15 milhões de estudantes”, diz José Guilherme.

Parceria — A criação do equipamento mobilizou cerca de 20 pesquisadores e 300 escolas públicas. As escolas testaram os aparelhos e sugeriram mudanças. Orientador educacional em uma das escolas que testaram o projetor ProInfo no Distrito Federal, o professor Wellinton Maciel acompanhou de perto a parceria responsável pela criação do dispositivo. “Os professores sugeriram mudanças no peso, no formato e até mesmo na posição da tomada”, revela.

O principal benefício, de acordo com o professor, está no fator motivador. “Acoplar o conteúdo a som, imagem e movimento deixa os estudantes envolvidos”. Para driblar a possibilidade de acesso a material não confiável pela internet, Maciel sugere páginas certificadas pelo MEC. O Portal do Professor, por exemplo, contém aulas prontas em formato multimídia. “Tem também o Domínio Público. É bastante conteúdo”, afirma.

Ana Guimarães


fonte:http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=16323

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A WikiLeaks e o preço do petroleo

Prezados Senhores,

WikiLeaks revela o Pico do Petróleo.

O jornal britânico The Guardian publicou, na terça feira desta semana, um artigo sobre telegramas da embaixada americana na Arábia Saudita, vazados pelo WikiLeaks, informando que este país árabe não tem mais capacidade produtiva, suficiente para conter a alta dos preços de petróleo, que as reservas de óleo estimadas oficialmente pelos sauditas estão infladas em mais de 40%, e que a demanda interna crescente de energia do país reduzirá sua capacidade de exportação.

A fonte do embaixador dos EUA na Arábia Saudita é Sadad al-Husseini, ex-diretor de exploração da Aramco, a companhia saudita de petróleo. Os telegramas vão desde 2007 a 2009. Husseini estima que a produção de seu país pode atingir até 12 milhões de barris diários nos próximos dez anos, mas antes disso, possivelmente em 2012, a produção mundial atingirá seu ponto mais alto, conhecido como Pico do Petróleo.

ra do petróleo entra em ocaso. Será o fim de um mundo tal qual o conhecemos.

Leia mais em: "WikiLeaks cables: Saudi Arabia cannot pump enough oil to keep a lid on prices"

http://www.guardian.co.uk/business/2011/feb/08/saudi-oil-reserves-overst...

fonte:http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-wikileaks-e-o-preco-do-petroleo#more

Para entender o que é o pico do Petroleo, veja os videos abaixo

Watch live streaming video from penosaku at livestream.com
>
Watch live streaming video from penosaku at livestream.com


penosaku on livestream.com. Broadcast Live Free

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um caso de corrupção acadêmica ou o dia a dia da Academia ?

por Urariano Mota, em Direto da Redação

Recife (PE) – O homem que me contou este caso não é nenhum corrupto. Ainda que não haja contradição entre ser um cientista e um senhor corrupto, ele é um mestre, um cientista. Para melhor situá-lo, direi que é biólogo de uma escola superior do sul do Brasil. No entanto, a sua pessoa poderá ser vista em qualquer cidade. Com a palavra, o mestre K:
“A coisa está pior do que se pode imaginar. O senhor se julga um escritor, um sujeito dotado de fantasia? Então acompanhe o que lhe vou contar, porque a sua imaginação vai aprender muito.
Eu fui nomeado para ser relator de uma dissertação de mestrado. Tudo bem, isso faz parte do meu trabalho. Por experiência eu sei que não devo esperar teses que revolucionem o mundo da ciência. Revolução? Menos, para que exagerar? A realidade já é um exagero. Para dizer a verdade, eu não devo esperar a mínima contribuição para qualquer coisa. Como eu sou um homem honesto, eu lhe digo que se esse fosse o critério, eu não estaria no lugar onde estou. Mas não ter esperança é diferente da mais completa desesperança. Acompanhe.
Quando eu havia corrigido cerca de 2/3 da tese, eu tinha contado cerca de 150 erros de português. Preste bem atenção. Eu não sou exatamente um cultor do português, a minha especialidade é outra. Mas havia erros crassos, gritantes até para mim. Agora olhe como as coisas andam na maior concordância orgânica. O que o trabalho não sabia de português, melhor ainda não sabia da ciência biológica. Que maravilhosa coerência, não é? Havia antagonismos, buracos, saltos, o diabo. Então chamei o aluno, contei-lhe o estado deplorável da sua tese.
O aluno, muito vivo, me respondeu então, na minha cara, pois a que cara ele haveria de falar, não é?… na minha cara ele me disse que não tinha tempo de fazer as correções antes da defesa, que já estava marcada para o dia 13 de abril, e que viria um outro doutor de Brasília para a banca examinadora, etc. Então eu disse a ele: ‘Escute, você me fez perder um tempo grande na correção. Mas se a data da defesa já está marcada e seu orientador acha que o trabalho está apresentável, não vou criar problema. Mas tem uma coisa: retire o meu nome de relator, certo?’
Não sei por que cargas d`água o futuro ‘cientista’ achou que a comissão examinadora poderia criar problemas se ele não recebesse ‘o apto a ser julgado’ do relator, no caso, eu. Por conta dessa dúvida, ele apareceu em minha casa acompanhado dos seguintes fundamentos teóricos e experiências de laboratório: o seu poderoso pai com mostras de riqueza nas roupas, nos sapatos, mencionando de passagem o carro importado, junto às mais importantes citações científicas, todas de nomes de políticos e de pessoas influentes da sociedade. Claro, como a visita era de amizade, como era uma política de boa vizinhança, trouxeram um litro de uísque antigo, cujo preço é o meu salário…. Eu não só dispensei o ‘presente’ como voltei a explicar tudo de novo: ‘O problema é seu e de seu orientador. O que vocês acordarem, pra mim está ótimo. Agora, não coloque o meu nome nessa história. Só isso’.
Bem, o ‘cientista’ defendeu o indefensável, não fez as modificações sugeridas por mim e pela banca examinadora, mas foi aprovado. Quando imprimiu os seis volumes da dissertação, deixou o meu nome como relator. Eu só não chamei o cara de santo. Então, fiz uma reclamação por escrito ao coordenador da pós-graduação e lhe disse que já era a segunda vez que me faziam de palhaço. E numa atitude radical, consegui apagar o meu nome em quatro dos seis volumes impressos, com corretivo. O pai do aluno, quando soube de minha atitude, o que fez? Imagine, o pai do farsante me ameaçou com um processo. Eu era o delinquente! Ainda bem que para a minha sorte, para que o pai indignado não levasse adiante o processo, não havia prova de que eu cometera o crime de apagar o meu nome. E para maior atenuante, ainda havia dois exemplares com o meu nome de relator.
Agora, vem a melhor parte: contando isso aos colegas em uma reunião do Departamento de Biologia, em vez de receber apoio integral pela minha atitude, eu fui acusado de estar com excesso de ‘preciosismo’ nas minhas correções. Os professores mais corruptos disseram que eu fui idiota, metido a Robespierre em não ter aceitado o litro de uísque do cara. Em nome até da boa convivência, eu nada respondi a quem me chamou de Robespierre. Minha cabeça podia ir para a guilhotina”.
E aqui termina a fala do mestre K. Acreditem os leitores, o narrado não é ficção. Acontece em muitos lugares do Brasil.

Matéria tirada do Viomundo - O que você não vê na mídia - http://www.viomundo.com.br
Link da matéria: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/urariano-mota-um-caso-de-corrupcao-academica.html

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Os que mudam com a chegada ao poder

Já vi pessoas se deslumbrando com 20 anos, com 30, até com 40. O deslumbramento de José Serra com o governo do Estado foi a primeira que vi em pessoas com mais de 60 anos. Foi um deslumbramento completo, visceral, não apenas nas atitudes autoritárias (sempre foi um tanto autoritário), na falta de educação (sempre foi maleducado), mas até na maneira de andar e falar. Comportava-se como um imperador vistoso, onipotente e ridículo.
Certa vez, perguntado por amigo sobre a diferença entre trabalhar com Alckmin e Serra, o falecido ex-Secretário da Sáude Barradas explicou: o Alckmin fala bom dia.
As demonstrações de poder se davam nos menores detalhes. Nas companhias que levava nas inaugurações fechadas (como a do Metrô da Praça da República), nos desafios de derrubar jornalistas, na absoluta cegueira em relação à caricatura em que tinha se transformado - dois amigos íntimos chegaram a procurá-lo e a taxá-lo de "politicamente burro", quando passou a se valer dos seus esquemas na imprensa (particularmente no jornalismo de esgoto) para atacar indiscriminadamente adversários e aliados do mesmo partido.
Cheguei a conjeturar com conhecidos dele se havia algum componente de senilidade em suas atitudes, tal a mudança operada.

O pefil abaixo explica com maestria parte do que ocorreu com o ex-Serra.
Por Aldo Cardoso

Chegada ao "Pudê"
O psicólogo Ricardo Vieira, da UERJ, levanta os quatro(*) primeiros indicadores de mudanças que ocorrem com as pessoas que chegam ao poder:

1) no modo de vestir: o terno, a gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los. Alguns demonstram certo constrangimento em trocar a surrada camiseta e passar a usar um blazer ou uma camisa de linho, pelo menos nas ocasiões especiais. Se antes usava um cabelo comprido, despenteado, logo é orientado a cortá-lo, penteá-lo, dar um trato. Na última eleição para prefeito de Maringá, um candidato foi orientado pelo seu marketeiro para mudar o cabelo enrolado por um penteado de brilhantina. Perdeu a eleição.

2) mudam as relações pessoais: os antigos companheiros poderão ser substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de "ser mal visto", precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder.

3) altera o tratamento com o outro, que torna-se autoritário com seus subordinados; gritos e ameaças passam a ser seu estilo. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? O autor de O príncipe respondeu que "os dois mas se houver necessidade de escolha, é melhor ser temido do que amado".

4) mudam os antigos apoios e alianças. Aqueles que o apoiaram a chegar ao poder, transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação com os antigos colegas de profissão. É o caso do presidente FHC e do seu Ministro da Educação Paulo Renato Souza, depois de executivos, ambos não se vêem mais professores.

5) Resistência em fazer auto-crítica. Antes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela "sua outra face", não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Uma pesquisa de Pedro Demo, da Universidade de Brasília, constata que os profissionais de academias apreciam criticar a tudo e a todos, mas são pouco eficazes na crítica para consigo mesmos. Enquanto só teorizavam, nada resolviam, mas quando passam a ocupar um cargo que exige ação prática, terá que testar a teoria; agora é que "a prática se torna o critério da verdade" [5] . Por falta de referencial e por excesso de idealismo, é freqüente ocorrerem bobagens e repetições dos antigos adversários, tais como: fazer aumentos abusivos de impostos, aplicar multas injustas, discursos cínicos para justificar um ato imoral de abuso de poder, etc. Há um provérbio oriental que diz: "quem vence dragões, também vira dragão".
Os sujeitos quando no poder protege-se da crítica reforçando pactos de auto-engano com seus colegas de partido. Reforçam a crença de que representam o Bem contra o Mal, recusam escutar o outro que lhe faz crítica e que poderia norteá-lo para corrigir seus erros e ajudar a superar suas contradições. Se entrincheirarem no grupo narcísico, o discurso político tornar-se-á dogmático, duro, tapado, e podemos até prever qual será o seu futuro se tomar o caminho de também eliminar os divergentes internos e fazer mais ações de governo contra o povo, "em nome do povo".

fonte:http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-que-mudam-com-a-chegada-ao-poder#more

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

“Deve ser Brincadeira, Sr. Feynman!”

Richard P. Feynman (1918-1988) nasceu em Nova York em 1918. Estudou física no Massachusetts Institut of Technology e na Universidade de Princeton. De 1945 até 1950, Feynman ensinou física na Universidade de Cornell, até tornar-se professor do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Ganhou o Prêmio Nobel de física em 1965 e notabilizou-se também por sua personalidade alegre e espontânea, servindo de modelo para muitos personagens de Hollywood, do cientista jovem e genial. Nos anos 50, permaneceu no Brasil por quase um ano trabalhando com cientistas brasileiros e o presente artigo é, na verdade, um relato de sua estada entre nós. O texto é saborosamente espirituoso, como era de seu feitio, e foi extraído de seu livro de memórias , publicado pela Editora Universidade de Brasília, em co-edição com a Imprensa Oficial do Estado de S. Paulo.

No Brasil, pensei, a princípio, que faria minhas palestras em inglês, mas percebi uma coisa: quando os estudantes explicavam algo para mim em português, eu não entendia muito bem, apesar de saber um pouco de português. Não ficava muito claro para mim se eles estavam dizendo “aumento” ou “diminuição”, ou “não aumentar”, ou “não diminuir”, ou “diminuir vagarosamente”. Mas quando lutavam com o inglês, eles diziam: “ahp” ou “doon”, e eu sabia como era, apesar da pronúncia ser ruim e a gramática toda bagunçada. Aí descobri que, se quisesse conversar com eles e tentar ensiná-los, seria melhor eu falar em português, mesmo sendo precário como era. Seria mais fácil para eles entenderem.

Na primeira vez que estive no Brasil, por seis meses, fui convidado a fazer uma apresentação na Academia Brasileira de Ciências, sobre algum trabalho em eletrodinâmica quântica que eu havia acabado de fazer. Pensei que faria a palestra em português, e dois estudantes do centro disseram que me ajudariam. Comecei escrevendo minha palestra em um português totalmente confuso. Escrevi sozinho, porque, se eles tivesses escrito, haveria muitas palavras que eu não sabia e não conseguia pronunciar corretamente. Então escrevi a palestra e eles ajeitaram a gramática, consertaram as palavras e deram uma melhorada. Mas ainda estava em um nível que eu conseguia ler com facilidade e saber mais ou menos o que estava falando. Eles ensaiaram comigo para que eu conseguisse ter uma pronúncia absolutamente correta: o “de” deveria ficar entre “dé” e “dê” – tinha de ser exatamente assim.

Cheguei à reunião da Academia Brasileira de Ciências, e o primeiro palestrante, um químico, levantou-se e deu a palestra – em inglês. Ele estava tentando ser educado, ou o quê? Eu não conseguia entender o que ele estava dizendo, por causa de sua pronúncia, que era péssima, mas talvez alguma outra pessoa tivesse o mesmo sotaque e tenha conseguido entendê-lo; eu não sei. Então o próximo palestrante levanta-se e dá a palestra em inglês!

Quando chegou a minha vez, levantei-me e disse: “Desculpem; eu não havia percebido que a língua oficial da Academia Brasileira de Ciências era inglês, e por isso não preparei minha palestra em inglês. Então, por favor, desculpem-me, mas terei de fazê-la em português”.

Daí eu li o texto, e todo mundo gostou muito.

A próxima pessoa a se levantar diz: “Seguindo o exemplo do meu colega dos Estados Unidos, também farei minha apresentação em português”. Então, até onde sei, mudei a tradição da língua utilizada na Academia Brasileira de Ciências.

Em relação à educação no Brasil, tive uma experiência muito interessante. Eu estava dando aulas para um grupo de estudantes que se tornariam professores, uma vez que àquela época não havia muitas oportunidades no Brasil para pessoal qualificado em ciências. Esses estudantes já tinham feito muitos cursos, e esse deveria ser o curso mais avançado em eletricidade e magnetismo – equações de Maxwell, e assim por diante.

Descobri um fenômeno muito estranho: eu podia fazer uma pergunta e os alunos respondiam imediatamente. Mas quando eu fizesse a pergunta de novo – o mesmo assunto e a mesma pergunta, até onde eu conseguia –, eles simplesmente não conseguiam responder! Por exemplo, uma vez eu estava falando sobre luz polarizada e dei a eles alguns filmes polaróide.

O polaróide só passa luz cujo vetor elétrico esteja em uma determinada direção; então expliquei como se pode dizer em qual direção a luz está polarizada, baseando-se em se o polaróide é escuro ou claro.

Primeiro pegamos duas filas de polaróide e giramos até que elas deixassem passar a maior parte da luz. A partir disso, podíamos dizer que as duas fitas estavam admitindo a luz polarizada na mesma direção – o que passou por um pedaço de polaróide também poderia passar pelo outro. Mas, então, perguntei como se poderia dizer a direção absoluta da polarização a partir de um único polaróide.

Eles não faziam a menor idéia.

Eu sabia que havia um pouco de ingenuidade; então dei uma pista: “Olhe a luz refletida da baía lá fora”.

Ninguém disse nada.

Então eu disse: “Vocês já ouviram falar do Ângulo de Brewster?”

– Sim, senhor! O Ângulo de Brewster é o ângulo no qual a luz refletida de um meio com um índice de refração é completamente polarizada.

– E em que direção a luz é polarizada quando é refletida?

– A luz é polarizada perpendicular ao plano de reflexão, senhor. Mesmo hoje em dia, eu tenho de pensar; eles sabiam fácil! Eles sabiam até a tangente do ângulo igual ao índice!

Eu disse: “Bem?”

Nada ainda. Eles tinham simplesmente me dito que a luz refletida de um meio com um índice, tal como a baía lá fora, era polarizada: eles tinham me dito até em qual direção ela estava polarizada.

Eu disse: “Olhem a baía lá fora, pelo polaróide. Agora virem o polaróide”.

– Ah! Está polarizada”!, eles disseram.

Depois de muita investigação, finalmente descobri que os estudantes tinham decorado tudo, mas não sabiam o que queria dizer. Quando eles ouviram “luz que é refletida de um meio com um índice”, eles não sabiam que isso significava um material como a água. Eles não sabiam que a “direção da luz” é a direção na qual você vê alguma coisa quando está olhando, e assim por diante. Tudo estava totalmente decorado, mas nada havia sido traduzido em palavras que fizessem sentido. Assim, se eu perguntasse: “O que é o Ângulo de Brewster?”, eu estava entrando no computador com a senha correta. Mas se eu digo: “Observe a água, nada acontece – eles não têm nada sob o comando “Observe a água”.

Depois participei de uma palestra na faculdade de engenharia. A palestra foi assim: “Dois corpos... são considerados equivalentes... se torques iguais... produzirem... aceleração igual. Dois corpos são considerados equivalentes se torques iguais produzirem aceleração igual”. Os estudantes estavam todos sentados lá fazendo anotações e, quando o professor repetia a frase, checavam para ter certeza de que haviam anotado certo. Então eles anotavam a próxima frase, e a outra, e a outra. Eu era o único que sabia que o professor estava falando sobre objetos com o mesmo momento de inércia e era difícil descobrir isso.

Eu não conseguia ver como eles aprenderiam qualquer coisa daquilo. Ele estava falando sobre momentos de inércia, mas não se discutia quão difícil é empurrar uma porta para abrir quando se coloca muito peso do lado de fora, em comparação quando você coloca perto da dobradiça – nada!

Depois da palestra, falei com um estudante: “Vocês fizeram uma porção de anotações – o que vão fazer com elas?”

– Ah, nós as estudamos, ele diz. Nós teremos uma prova.

– E como vai ser a prova?

– Muito fácil. Eu posso dizer agora uma das questões. Ele olha em seu caderno e diz: “Quando dois corpos são equivalentes?” E a resposta é: “Dois corpos são considerados equivalentes se torques iguais produzirem aceleração igual”. Então, você vê, eles podiam passar nas provas, “aprender” essa coisa toda e não saber nada, exceto o que eles tinham decorado.

Então fui a um exame de admissão para a faculdade de engenharia. Era uma prova oral e eu tinha permissão para ouvi-la. Um dos estudantes foi absolutamente fantástico: ele respondeu tudo certinho! Os examinadores perguntaram a ele o que era diamagnetismo e ele respondeu perfeitamente. Depois eles perguntaram: “Quando a luz chega a um ângulo através de uma lâmina de material com uma determinada espessura, e um certo índice N, o que acontece com a luz?

– Ela aparece paralela a si própria, senhor – deslocada.

– E em quanto ela é deslocada?

– Eu não sei, senhor, mas posso calcular. Então, ele calculou. Ele era muito bom. Mas, a essa época, eu tinha minhas suspeitas.

Depois da prova, fui até esse brilhante jovem e expliquei que eu era dos Estados Unidos e que eu queria fazer algumas perguntas a ele que não afetariam, de forma alguma, os resultados da prova. A primeira pergunta que fiz foi: “Você pode me dar algum exemplo de uma substância diamagnética?”

– Não.

Aí eu perguntei: “Se esse livro fosse feito de vidro e eu estivesse olhando através dele alguma coisa sobre a mesa, o que aconteceria com a imagem se eu inclinasse o copo?”

– Ela seria defletida, senhor, em duas vezes o ângulo que o senhor tivesse virado o livro.

Eu disse: “Você não fez confusão com um espelho, fez?”

– Não senhor!

Ele havia acabado de me dizer na prova que a luz seria deslocada, paralela a si própria e, portanto, a imagem se moveria para um lado, mas não seria alterada por ângulo algum. Ele havia até mesmo calculado em quanto ela seria deslocada, mas não percebeu que um pedaço de vidro é um material com um índice e que o cálculo dele se aplicava à minha pergunta.

Dei um curso na faculdade de engenharia sobre métodos matemáticos na física, no qual tentei demonstrar como resolver os problemas por tentativa e erro. É algo que as pessoas geralmente não aprendem; então comecei com alguns exemplos simples para ilustrar o método. Fiquei surpreso porque apenas cerca de um entre cada dez alunos fez a tarefa. Então fiz uma grande preleção sobre realmente ter de tentar e não só ficar sentado me vendo fazer.

Depois da preleção, alguns estudantes formaram uma pequena delegação e vieram até mim, dizendo que eu não havia entendido os antecedentes deles, que eles podiam estudar sem resolver os problemas, que eles já haviam aprendido aritmética e que essa coisa toda estava abaixo do nível deles.

Então continuei a aula e, independente de quão complexo ou obviamente avançado o trabalho estivesse se tornando, eles nunca punham a mão na massa. É claro que eu já havia notado o que acontecia: eles não conseguiam fazer!

Uma outra coisa que nunca consegui que eles fizessem foi perguntas. Por fim, um estudante explicou-me: “Se eu fizer uma pergunta para o senhor durante a palestra, depois todo mundo vai ficar me dizendo: “Por que você está fazendo a gente perder tempo na aula? Nós estamos tentando aprender alguma coisa, e você o está interrompendo, fazendo perguntas”.

Era como um processo de tirar vantagens, no qual ninguém sabe o que está acontecendo e colocam os outros para baixo como se eles realmente soubessem. Eles todos fingem que sabem, e se um estudante faz uma pergunta, admitindo por um momento que as coisas estão confusas, os outros adotam uma atitude de superioridade, agindo como se nada fosse confuso, dizendo àquele estudante que ele está desperdiçando o tempo dos outros.

Expliquei a utilidade de se trabalhar em grupo, para discutir as dúvidas, analisá-las, mas eles também não faziam isso porque estariam deixando cair a máscara se tivessem de perguntar alguma coisa a outra pessoa. Era uma pena! Eles, pessoas inteligentes, faziam todo o trabalho, mas adotaram essa estranha forma de pensar, essa forma esquisita de autopropagar a “educação”, que é inútil, definitivamente inútil!

Ao final do ano acadêmico, os estudantes pediram-me para dar uma palestra sobre minhas experiências com o ensino no Brasil. Na palestra, haveria não só estudantes, mas também professores e oficiais do governo. Assim, prometi que diria o que quisesse. Eles disseram: “É claro. Esse é um país livre”.

Aí eu entrei, levando os livros de física elementar que eles usaram no primeiro ano de faculdade. Eles achavam esses livros bastante bons porque tinham diferentes tipos de letra – negrito para as coisas mais importantes para se decorar, mais claro para as coisas menos importantes, e assim por diante.

Imediatamente, alguém disse: “Você não vai falar sobre o livro, vai? O homem que o escreveu está aqui, e todo mundo acha que esse é um bom livro”.

– Você me prometeu que eu poderia dizer o que quisesse. O auditório estava cheio. Comecei definindo ciência como um entendimento do comportamento da natureza. Então, perguntei: “Qual um bom motivo para lecionar ciência? É claro que país algum pode considerar-se civilizado a menos que... pá, pá, pá”. Eles estavam todos concordando, porque eu sei que é assim que eles pensam.

Aí eu disse: “Isso, é claro, é absurdo, porque qual o motivo pelo qual temos de nos sentir em pé de igualdade com outro país? Nós temos de fazer as coisas por um bom motivo, uma razão sensata; não apenas porque os outros países fazem”. Depois, falei sobre a utilidade da ciência e sua contribuição para a melhoria da condição humana, e toda essa coisa – eu realmente os provoquei um pouco.

Daí eu disse: “O principal propósito da minha apresentação é provar aos senhores que não se está ensinando ciência alguma no Brasil!”

Eu os vejo se agitar, pensando: “O quê? Nenhuma ciência? Isso é loucura! Nós temos todas essas aulas”.

Então eu digo que uma das primeiras coisas a me chocar quando cheguei ao Brasil foi ver garotos da escola elementar em livrarias, comprando livros de física. Havia tantas crianças aprendendo física no Brasil, começando muito mais cedo do que as crianças nos Estados Unidos, que era estranho que não houvesse muitos físicos no Brasil – por que isso acontece? Há tantas crianças dando duro e não há resultado.

Então eu fiz a analogia com um erudito grego que ama a língua grega, que sabe que em seu país não há muitas crianças estudando grego. Mas ele vem a outro país, onde fica feliz em ver todo mundo estudando grego – mesmo as menores crianças nas escolas elementares. Ele vai ao exame de um estudante que está se formando em grego e pergunta a ele: “Quais as idéias de Sócrates sobre a relação entre a Verdade e a Beleza?” – e o estudante não consegue responder. Então ele pergunta ao estudante: “O que Sócrates disse a Platão no Terceiro Simpósio?” O estudante fica feliz e prossegue: “Disse isso, aquilo, aquilo outro” – ele conta tudo o que Sócrates disse, palavra por palavra, em um grego muito bom.

Mas, no Terceiro Simpósio, Sócrates estava falando exatamente sobre a relação entre a Verdade e a Beleza!

O que esse erudito grego descobre é que os estudantes em outro país aprendem grego aprendendo primeiro a pronunciar as letras, depois as palavras e então as sentenças e os parágrafos. Eles podem recitar, palavra por palavra, o que Sócrates disse, sem perceber que aquelas palavras gregas realmente significam algo. Para o estudante, elas não passam de sons artificiais. Ninguém jamais as traduziu em palavras que os estudantes possam entender.

Eu disse: “É assim que me parece quando vejo os senhores ensinarem ‘ciência’ para as crianças aqui no Brasil” (Uma pancada, certo?)

Então eu ergui o livro de física elementar que eles estavam usando. “Não são mencionados resultados experimentais em lugar algum desse livro, exceto em um lugar onde há uma bola, descendo um plano inclinado, onde ele diz a distância que a bola percorreu em um segundo, dois segundos, três segundos, e assim por diante. Os números têm Erros – ou seja, se você olhar, você pensa que está vendo resultados experimentais, porque os números estão um pouco acima ou um pouco abaixo dos valores teóricos. O livro fala até sobre ter de corrigir os erros experimentais – muito bem. No entanto, uma bola descendo em um plano inclinado, se realmente for feito isso, tem uma inércia para entrar em rotação e, se você fizer a experiência, produzirá cinco sétimos da resposta correta, por causa da energia extra necessária para a rotação da bola. Dessa forma, o único exemplo de ‘resultados’ experimentais é obtido de uma experiência falsa. Ninguém jogou tal bola, ou jamais teriam obtido tais resultados!”

“Descobri mais uma coisa”, eu continuei. “Ao folhear o livro aleatoriamente e ler uma sentença de uma página, posso mostrar qual é o problema – como não há ciência, mas memorização, em todos os casos. Então, tenho coragem o bastante para folhear as páginas agora em frente a este público, colocar meu dedo em uma página, ler e provar para os senhores.”

Eu fiz isso. Brrrrrrrup – coloquei meu dedo e comecei a ler: “Triboluminescência. Triboluminescência é a luz emitida quando os cristais são friccionados...”

Eu disse: “E aí, você teve alguma ciência? Não! Apenas disseram o que uma palavra significa em termos de outras palavras. Não foi dito nada sobre a natureza – quais cristais produzem luz quando você os fricciona, por que eles produzem luz. Alguém viu algum estudante ir para cada e experimentar isso? Ele não pode”.

“Mas, se em vez disso, estivesse escrito: ‘Quando você pega um torrão de açúcar e o fricciona com um par de alicates no escuro, pode-se ver um clarão azulado. Alguns outros cristais também fazem isso. Ninguém sabe o motivo. O fenômeno é chamado triboluminescência’. Aí alguém vai para casa e tenta. Nesse caso, há uma experiência da natureza.” Usei aquele exemplo para mostrar a eles, mas não faria qualquer diferença onde eu pusesse meu dedo no livro; era assim em quase toda parte.

Por fim, eu disse que não conseguia entender como alguém podia ser educado neste sistema de autopropagação, no qual as pessoas passam nas provas e ensinam os outros a passar nas provas, mas ninguém sabe nada. “No entanto”, eu disse, “devo estar errado. Há dois estudantes na minha sala que se deram muito bem, e um dos físicos que eu sei que teve sua educação toda no Brasil. Assim, deve ser possível para algumas pessoas achar seu caminho no sistema, ruim como ele é.”

Bem, depois de eu dar minha palestra, o chefe do departamento de educação em ciências levantou e disse: “O Sr. Feynman nos falou algumas coisas que são difíceis de se ouvir, mas parece que ele realmente ama a ciência e foi sincero em suas críticas. Assim sendo, acho que devemos prestar atenção a ele. Eu vim aqui sabendo que temos algumas fraquezas em nosso sistema de educação; o que aprendi é que temos um câncer!” – e sentou-se.

Isso deu liberdade a outras pessoas para falar, e houve uma grande agitação. Todo mundo estava se levantando e fazendo sugestões. Os estudantes reuniram um comitê para mimeografar as palestras, antecipadamente, e organizaram outros comitês para fazer isso e aquilo.

Então aconteceu algo que eu não esperava de forma alguma. Um dos estudantes levantou-se e disse: “Eu sou um dos dois estudantes aos quais o Sr. Feynman se referiu ao fim de seu discurso. Eu não estudei no Brasil; eu estudei na Alemanha e acabo de chegar ao Brasil”.

O outro estudante que havia se saído bem em sala de aula tinha algo semelhante a dizer. O Professor que eu havia mencionado levantouse e disse: “Estudei aqui no Brasil durante a guerra quando, felizmente, todos os professores haviam abandonado a universidade: então aprendi tudo lendo sozinho. Dessa forma, na verdade, não estudei no sistema brasileiro”.

Eu não esperava aquilo. Eu sabia que o sistema era ruim, mas 100 por cento – era terrível!

Uma vez que eu havia ido ao Brasil por um programa patrocinado pelo Governo dos Estados Unidos, o Departamento de Estado pediu me que escrevesse um relatório sobre minhas experiências no Brasil, e escrevi os principais pontos do discurso que eu havia acabado de fazer. Mais tarde descobri, por vias secretas, que a reação de alguém no Departamento de Estado foi: “Isso prova como é perigoso mandar alguém tão ingênuo para o Brasil. Pobre rapaz; ele só pode causar problemas. Ele não entendeu os problemas”. Bem pelo contrário! Acho que essa pessoa no Departamento de Estado era ingênua em pensar que, porque viu uma universidade com uma lista de cursos e descrições, era assim que era.



Fonte:http://www.uel.br/pessoal/josealexandre/mural/index.html