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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Diálogo na América do Sul deve servir de exemplo diplomático



A vida a cada dia me surprende cada vez mais...leiam a Biografia deste senhor, depois e belo artigo que escreveu...

Cláudio Salvador Lembo (São Paulo, 12 de outubro de 1934) é advogado, professor universitário e político brasileiro. Foi governador do estado de São Paulo entre 31 de março de 2006 e 31 de dezembro de 2006.

Lembo é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, doutor em Direito, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. É também professor titular de direito constitucional e de direito processual civil do Mackenzie, instituição da qual já foi reitor. Advogado desde 1959, publicou vários livros.

Exerceu os cargos de secretário municipal dos Negócios Extraordinários de São Paulo entre 1975 e 1979 (gestão Olavo Setúbal), secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura de São Paulo entre 1986 e 1989 (gestão Jânio Quadros), secretário de Planejamento em 1993 também na prefeitura paulistana (gestão Paulo Maluf), além de ter exercido o cargo de prefeito por diversas vezes, na condição de secretário dos Negócios Jurídicos entre 1986 e 1989.

Foi chefe de gabinete do ministro da Educação, Marco Maciel (do PFL), ministro de Estado interino da Educação e assessor de Marco Maciel, quando este foi vice-presidente.

Candidato a senador em 1978 (perdeu para André Franco Montoro), candidato a vice-presidente da República em 1989 (na chapa de Aureliano Chaves) e candidato a vice-governador do estado de São Paulo em 2002, sendo eleito para o período 2003/2006, ao lado do governador Geraldo Alckmin.

Filiado ao partido dos Democratas (DEM), ex-PFL, do qual é presidente estadual, assumiu o governo do estado de São Paulo em 30 de março de 2006, devido à renúncia do governador Geraldo Alckmin para concorrer à presidência da República. Lembo cumpriu o mandato até o dia 1 de janeiro de 2007, quando entregou o cargo ao governador eleito José Serra (PSDB. Em sua gestão, também se destaca a onda de violência em São Paulo, onde ocorreram mais de 100 ataques criminosos em diversos locais da capital, tais ataques fizeram o governador decretar toque de recolher no município e em seguida decretou Estado de Emergência na Capital a cidade teve que receber reforço de cerca de 1000 soldados da reserva da PMESP e de 800 homens da Força Nacional de Segurança. Atualmente,é secretário Municipal de Negócios Jurídicos de São Paulo (Gestão Kassab).




Claudio Lembo
De São Paulo

Os países desta América do Sul sempre foram desconsiderados no jogo político internacional. Alinhavam-se automaticamente a países centrais e abandonavam suas posições e interesses.

O fenômeno refletia a presença dominante de descendentes de europeus nos espaços privilegiados da administração pública. Entre os países hispanofalantes, os descendentes de espanhóis e os “criollos” eram dominantes.

Toda a política girava em torno de suas pessoas e, por elas, era dirigida. As nações indígenas eram marginalizadas e, quando possível, exterminadas. Ficavam submersas em zonas miseráveis e exploradas sem limites.

Por toda a América do Sul, as lutas populares foram intensas e dominadas por meio da força. Quando necessário, governos lançavam-se em guerras contra Estados vizinhos, na busca de um derivativo.

Com os conflitos exteriores, o nacionalismo tornava-se uma força incontrolável, mas frágil em termos de busca de soluções para as questões efetivas que atormentavam as populações.

Este mesmo nacionalismo frágil incentivou, muitas vezes, ódio contra o vizinho, mesmo que este se preserva em absoluta passividade. Ódios artificiais foram criados.

Argentinos e chilenos se enfrentaram. Peruanos e chilenos terçaram armas. Bolivianos e paraguaios combateram. Paraguaios e brasileiros lutaram. São algumas recordações melancólicas do passado desta América do Sul.

Alguns destes conflitos foram incentivados por poderosos interesses econômicos de empresas mineradoras ou transportadoras de produtos primários.

Outras vezes, os governos dos países desenvolvidos agiam mediante boicotes e violação de trados internacionais. Sempre mediante o uso da força ou da ameaça de seu uso contra os povos sul americanos.

As chancelarias europeias e muitos governantes do hemisfério norte procuravam na busca de efetiva dominação, lançar países contra países, tornando a América do Sul área de instabilidade.

Com a instabilidade surgia a insegurança e com esta a ausência de investimentos duradouros. Tudo era extrativismo de produtos primários com a utilização dos povos locais até a inanição.

Ditaduras perversas subjugavam as sociedades e vedavam qualquer espaço de participação as cadeias se encontravam repletas de adversários dos regimes ditatoriais.

Estes, por seu turno, obedeciam fielmente às diretrizes dos que contavam com interesses econômicos a serem protegidos contra os riscos da nacionalização das riquezas.

Surgiram os movimentos de democratização. Tardios, é verdade. Somente no passado Século XX, após regimes de extrema violência contra os direitos humanos, a situação começou a se alterar.

Com a queda das ditaduras, os povos sul americanos puderam dialogar sem preconceitos ou tolas concepções guerreiras ao estilo europeu. Os estrategistas já não examinavam cenários de futuros combates.

Os exércitos deixaram de se municiar prevendo futuros embates militares. Tratados comerciais substituíram acordos bélicos. As armas atômicas foram abandonadas, em acordo que honra a argentinos e brasileiros.

Pequenas rusgas comerciais são resolvidas em mesa de negociação, apesar de aparências enganadoras de profundo conflito. Os governantes da América do Sul apreenderam, com seus povos, a dialogar.

Este ambiente pode servir de exemplo para outras regiões. Os povos devem utilizar a diplomacia para afastar polêmicas profundas ou conflitos desnecessários.

A indústria da guerra é nefasta. A utilização da confrontação bélica, entre povos com os mesmos problemas e as mesmas origens, é no mínimo doentia.

Os países sul americanos devem continuar a operar reuniões continuas de seus lideres em organismos criados, neste espaço geográfico, com este objetivo. Nada de agressões verbais.

Estas não levam a nada. Só causaram transtornos no passado. Serviram àqueles que desejam dominar a América do Sul. Seu progresso, no entanto, exige união e ausência de quaisquer agressões.

Nosso sangue é comum.

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